PUENTE ENTRE LA
ILUSIÓN Y EL REAL
Potira itapitanga.
Moro
perto do cemitério, este espaço de vida e morte me representa. Recebo visitas
dos vivos que nunca tiram um tempinho para me ver quando estão saindo do
cemitério, no dia dos finados minha rua fica belíssima, os meios fios são
pintados, as barracas com flores e muita gente. Parece festa. Tenho memórias
lindas dos dias 02 de novembro da minha infância e adolescência, das primas e
primos, colegas passeando pelo meio das multidões, cada vez mais esvaziado. Tem culto, tem
missa, tem pessoas que colocam alimentos para os entes falecidos... É cultural,
tem divisões de legislativo e personalidades importantes com monumentos na
parte de cima, e povão na parte de baixo, tem a ala de sepulturas compradas
para familiares... Hierarquia, confluência de crenças, cores, cheiros que nem
depois de morto se igualam...
As relações desniveladas sempre existiram. O cemitério que
para muitos é triste e assombroso é poético e cheio de vida para mim.
Quando vier por aqui, enquanto vivo... Quando sepultar
alguém, me visite. Tenho um bom ouvido para as dores e as boas lembranças.
“Eu sou vida e não sou morte”, é nome de um texto do Quorpo
Santo, eu vivo repetindo isso.
Claudiane Dias,
na manhã de 30 de
outubro de 2016 no Facebook.
Em português
- O Governo danifica fatos e apresenta ilusões.
- Ééééé! E pessoas comentam décadas com atraso;
tentando ver a ilusão na realidade e ignoram o real no sonho.
- Onde eu nasci, por exemplo. Eu visitei recentemente
duas vezes. Uma em sonho e a outra na vida real. E em ambos os fatos não
condiziam à realidade. No sonho, lindo hospital à beira mar. No real, local
abandonado; com corpos vivos pedindo comida. Nem socorro eles pediam mais.
Bastava comida. Pediam comida e agiam roubos.
- Nóóó! Que horror.
- Eu corri, mas os corpos mortos-vivos...
- Mortos-vivos? Eram zumbis, tipo os de filmes?
- Não! Quem dera fossem... Eram vivos mortos, para
dizer melhor. Eu corri e corri e eles me seguiam. E eu os ameacei, mas ignoravam-me
e continuavam avançando.
- Com que energia, se estavam famintos?
- Com a energia da morte certa, talvez. E à medida
que se aproximavam fui prometendo falácias a Deus e a eles. “Se escapar dessa
prometo distribuir o pouco que tenho com quem tem menos”.
- Rerrê. Aprendeu com os políticos...
- E feito eles, não cumpriria? Não sei a resposta,
mas imagino... Mas ao olhar para o lado vejo uma ponte. Corro para ela e os
vivos mortos atrás de mim. Piso na ponte, mas eles não conseguem...
- Por quê?
- Não sei. Apenas a atravessei e cheguei à segurança.
-
- E a ponte ainda está lá; firme e forte.
En español
- El
Gobierno daña factos y presenta ilusiones.
- ¡Sííí!
Y las personas comentan décadas con retraso; intentando ver la ilusión en la
realidad e ignoran el real en el sueño.
-
Donde nací, por ejemplo. Visité recientemente dos veces. Una mientras soñaba y
otra en la vida real. Y en ambos los factos no condecían con la realidad. En el
sueño, lindo hospital en la orilla del mar. En el real, local abandonado;
cargado de cuerpos vivos pidiendo comida. Ni socorro ellos pedían más. Bastaba
comida. Pedían comida y actuaban robos.
- ¡Caray!
Qué horror
-
Corrí, pero los cuerpos muertos-vivos…
-
¿Muertos-vivos? ¿Eran zombis, hecho en las peli?
-
¡No! Sería bueno se así fuera… Diciendo mejor: eran vivos muertos. Corrí y
corrí y ellos me seguían. Los amenazo, pero me ignoran y no paran el avanzo.
-
¿Con que energía?, ¿se estaban hambrientos…
-
Con la energía de la muerte cierta, tal vez. Y a la medida que se acercaban fue
prometiendo falacias a Dios e a ellos. “Si escapar de esa prometo distribuir lo
poco que tengo a quien tiene menos aún”.
-
Jejé. Has aprendido con los políticos…
- Y
hecho ellos, ¿no cumpliría? No sé la respuesta, pero imagino… Sin embargo,
mirando alrededor veo un puente. Corro hasta ella y los vivos muertos atrás de
mí. Piso en el puente, pero ellos no consiguen…
-
¿Por qué?
- No
lo sé. Solamente lo atravesé y llegué a la seguranza.
-
- El
puente aún está allá; y siegue fuerte.
Ofereço como presente aos aniversariantes
Claudio Oliveira, Jose L. Reis, Gleicon U.A. Moreira, Pedro
Oliveira, Fabiane Martins, Kethellyn Andrade, Elis Nunes, Wally Smith, Sandra
L. Oliveira, Graça Lopes, Rair Anício, Antonio A. Alves, Christiano Santos e Valéria
Lourenço.
Escrito partindo de um sonho que tive na madrugada de 15 de
janeiro de 2016. Reescrito em português e espanhol entre os dias 07 de março do
ano seguinte e depois entre 10 de dezembro de 2016 e 08 de janeiro de 2017.
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