domingo, 6 de setembro de 2020

QUERO FICAR DORMINDO, MAS HÁ QUE COLHER O POMO

 

Estado de luto pela morte de Renato Napoleão, professor de Geografia em Timóteo e pré candidato a vereador em Ipatinga.

Em primeiro de setembro de 2020 foi morto pelo covid-19 e outras complicações agravadas pelo sars. O que equivale a dizer que fora assassinado por Boçalnato, por Zemagogo e, igualmente, por cada um que votou nesses seres das trevas.

Não esqueçamos que os cúmplices desse e outros muito mais de cem mil assassinatos pelo covid-19 são os prefeitos de Ipatinga e Coronel Fabriciano (Nardielo Rocha e Marcos V.S. Bizarro) assim como dos vereadores de Ipatinga que fizeram em plena pandemia uma moção de aplauso ao Boçalnato:

Os bandidos Adelson Fernandes, Ademir Cláudio, Adiel Oliveira, Avelino Cruz, Cassinha Carvalho, Fábio Pereira, Chiquinho, Gustavo Nunes, Rominalda Paula, Nilsin Transnil (autor da moção), Toninho Felipe, Ley do Trânsito e pastora Márcia Perozini que nega e renega o segundo mandamento “Não usar o Santo Nome de Deus em vão”; e os demais, a exemplo dela, não medem esforços para desadorar a Deus e odiá-lo sobre todas as coisas.

 

Amanhã será Sete de Setembro, 198º aniversário da Independência do Brasil. Contudo, essa data é machista e xenófoba. A verdadeira proclamação da Independência fora cinco dias antes pela Princesa Leopoldina, uma intelectual de origem austríaca. Esta, ao receber uma carta do Rei ordenando a volta do Príncipe Regente a Portugal e o retorno do Brasil, também conhecido como Reino Unido a Portugal e Algarves, à condição de colônia. A Princesa convocou o Conselho de Estado e assinou o decreto de proclamação da independência.

O Príncipe Dom Pedro nada mais fez que repetir no dia sete as palavras de sua esposa.

 


Sobre a foto no alto da prefeitura, infelizmente minha câmara de celular não tem zoom. Assim não pude registrar os detalhes, mas na ocasião da publicação desse cronto é possível ir à PMI confirmar a veracidade.

Por outro lado, como prova do conhecimento histórico dos representantes do povo:

Na ocasião da comemoração em que o Brasil se torna Império, a estampa exposta no alto da prefeitura está velha, amassada, rasgada, desbotada e tem escrito na parte de baixo, como uma faixa que se dobra em um parte superior inteiriça escrito “República Federativa do Brasil” e duas partes na parte de baixo escrito em uma delas “15 de Novembro” e na outra “de 1889”.

Nossos representantes sequer sabem a diferença entre Império e República assim como ignoram o povo e o bem estar público.

 

Em Português:

 

“Escrevemos a partir de uma necessidade de comunicação e de comunhão com os demais, para denunciar o que dói e compartilhar o que dá alegria”.

(Eduardo Galeano).

 

No silêncio do meu quarto falo para a sombra.

- Não tem um só dia que não peço à Morte: “Leve-me daqui. Tira-me daqui”. Mas a Arte me fala: “Consola-te comigo e te fortalecerei”.

A arte é tão diversa. Tem momentos que é bela e outros que é feia. Também pode ser sutil ou barulhenta. Porém, a Morte é silenciosa e chega a quem não a quer com muito mais presteza do àqueles que a desejam.

Da sala ouço:

- Ele não faz nada em casa.

A casa é minha. – Penso. – Estou tratando de depressão e ansiedade. Não mentiria se eu dissesse que cem por cento de todos os gastos da casa sou eu quem pago. Quase todos os dias eu faço o almoço; minhas roupas eu lavo.

- Você é besta. – Em mim ouço meus amigos dizendo. – Responder-me me cansa. Então escrevo em quadra para ficar só pra mim:

Por que o sono tarda a chegar?

Quem quer ficar acordado, dorme.

Eu, eu tenho vontade de ler,

Mas só quero dormir.

A Arte me diz: Veja como expurgo sua dor. Venha até mim e me siga.

 

 

En español:

Escrito originariamente en español y después reescrito en portugués.

 

QUIERO QUEDARME DORMIDO,

PERO HAY QUE COSECHAR LA MANZANA

 

“Comenzamos con la necesidad de comunicación y comunión, como lo haces tú, para informar o lo que compartes o lo que te hace feliz”,

(Eduardo Galeano).

 

En el silencio de mi pieza charlo a la sombra.

- No hay uno solo día que no pido a la Muerte: “Llévame; sáqueme de aquí”. Pero el Arte me habla: “Consuélate conmigo y te fortaleceré”.

El Arte es tan diversa. Ay ratos que es bella y otros que eres fea. También puede ser sutil o alborotadiza. Sin embargo, la Muerte es silenciosa y se acerca a quien no la quiere con una dedicación de causar envidia a aquellos que a desean.

De la sala oigo:

- Él no hace nada en la casa.

La casa es mía. – Pienso. – Me trato de depresión y de ansiedad. No mentiría se hablase que cien por ciento de todos los gastos de la casa soy yo que pago. Casi todos los días el almuerzo lo hago; mis ropas lo lavo.

- Eres un tonto. – En mí oigo mis amigos platicándome. – Contestarme me enfada. Entonces escribo una cuadra para quedar-se solamente conmigo.

¿Por qué el sueño retrasa tanto a llegar?

Quien quiere quedarse despierto, duerme.

Yo, yo tengo ganas de leer,

Pero solo quiero dormir.

El Arte me dice: Vea como expurgo su dolor. Venga hacia a mí y sígame.

 

 

Ofereço como presente aos aniversariantes:

Maxwell Pêgo, Gustavo Henrique e Will Delarte.

 

Recomendo a leitura de:

“Inesperadas Partidas”, de António MR Martins:

http://poesia-avulsa.blogspot.com/2020/08/inesperadas-partidas.html

 

Sobre a Independência do Brasil:

https://cecgp.com.br/antes-da-proclamacao-feita-por-d-pedro-i-maria-leopoldina-assinou-o-decreto-de-independencia-do-brasil/

https://asminanahistoria.com/2016/05/03/voce-sabia-que-uma-mulher-assinou-o-decreto-da-independencia-do-brasil/

https://www.bbc.com/portuguese/brasil-45424583

 


Rubem Leite
é escritor, poeta e crontista. Escreve todo domingo neste seu blog literário: aRTISTA aRTEIRO.

 É professor de Português, Literatura, Espanhol e Artes.

 É graduado em Letras-Português. E pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”.

Autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”.

Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).

Imagens: fotos do autor.

 

Escrito na tarde de 24 de junho de 2020. Trabalhado entre os dias 27 de agosto e 06 de setembro do mesmo ano.

3 comentários:

danielcristianopcb21@hotmail.com disse...

Obrigado Rubem por sua sensibilidade em nos ENSINAR!!!

Unknown disse...

Ótimo texto! Parabéns!

Shirley Maclane disse...

parabéns, ótimo, adorei.