domingo, 31 de janeiro de 2021

MOEDAS TILINTAM ALMAS

  

Tornei-me vovô na noite de 27 de janeiro de 2021; no dia do aniversário de minha sobrinha Thaís. Sou vovô do Kael por afeto. Os pais são Andrés e Erika. Creio que poucas crianças tiveram a graça de ter um pai e uma mãe tão bons. Estive durante todo o parto. Cortei o cordão umbilical, fui o primeiro a pegar o bebê e entreguei o esfomeadinho à mãe.

 

“Assim que as moedas tilintam no fundo da caixa,

a alma do fiel voa direto para o Paraíso”.

(Johann Tetzel, frade dominicano).

 


Adolescente mata por homofobia

O mesmo é morto a tiros.

Só agonizo:

O ódio é tão banal,

Tão fácil dizer “mata!”.

Um e outro ato é criminal.

Vida ninguém quer, não basta.

Pra que levantar pela manhã?

Ver sol, borboleta, florzinha...?

Gente é artimanha.

A sociedade é mexicana vilãzinha.

Mas ainda estou aqui.

Again, again pra quem

 

Como se sente com a exposição artística do Boçalnato? As roupas que ele e Micheque usaram durante a posse?

Emociona-te mais que os preços do combustível, da luz, água e comida no supermercado?

Ou te é mais satisfatório o descuido e descaso com o covid-19? Ou a retirada dos programas/tratamentos psiquiátricos do SUS?

Tudo pela direita boçalnariana.

 

Prezados cidadãos hepatingano,

Sobre o retorno das aulas em plena pandemia:

Se a criança tossir, morrerá o professor e os parentes da criança.

O único teste nas escolas será se ainda respiram.

Se adoecer, pode-se estar seguro que infectará todo mundo no transporte.

Atenciosamente,

Excelentíssimo Sr. Gugudadá Babyboso

Prefeito e Mudinha de Laranjeira.

 

 

Ofereço como presente aos aniversariantes:

Marcos Vaz, Aparecida Leite e Isaac Andrade.

 

Recomendo a leitura de:

“Esperança ou a falta dela”, de Caio Riter:

http://caioriter.blogspot.com/2021/01/esperanca-ou-falta-dela.html

“Golo falhado”, de António MR Martins:

http://poesia-avulsa.blogspot.com/2021/01/golo-falhado.html

 


Rubem Leite
é escritor, poeta e crontista. Escreve todo domingo neste seu blog literário: aRTISTA aRTEIRO. É professor de Português, Literatura, Espanhol e Artes. É graduado em Letras-Português. E pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”. Autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”. Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).

Imagens: fotos do autor.

 

Escrito em 08 de dezembro de 2020. Trabalhado entre os dias 15 e 31 de janeiro de 2021.

Um comentário:

Glaussim disse...

Não creio que seu texto carregue o discurso da religião ou religiosidade. A meu ver é um texto sobre limites extrapolados. Um ser humano é útil se tem papel social e limites. Se vive e compreende as regras. Sem regras e sem escolas que as ensinem temos ignorantes em disputa por poder e posteriormente o estado se sítio ou guerra a disposição. Na guerra professores e poetas seguram fuzis e são postos a disposição da morte pra atender comandos. Na democracia e na pacificação dos problemas busca-se ajustes humanitários em prol de uma boa convivência. O que vemos atualmente é o descaso e desrespeito alem da inaptidão de alguns que detem algum poder decorrente de camaradagem. Não vejo projetos e soluções de quem se apropriou do poder. Só uma coleção de escândalos