
PERCEPÇÕES E CONCEPÇÕES DE UM ARTEIRO ARTISTA E DE UM ARTISTA CIDADÃO.
quarta-feira, 17 de junho de 2009
segunda-feira, 15 de junho de 2009
PAPEL HIGIÊNICO
Rubem Leite – 12-15\6\09
O papel higiênico é muito útil e diria até nobre. Ele serve para assuar o nariz, para cobrir por alguns minutos um corte no dedo até que coloque o material adequado. Serve para... (você sabe bem o que eu ia falar). Isso que estou vendo em seu rosto é rizinho? Quem já falou bem do papel higiênico? Quem já elogiou o ato ou ação do papel higiênico? O papel higiênico pode ser comparado a uma pessoa abnegada. Continuo vendo em alguns rostos um sorriso; já em outros vejo um esgar de desdém. Fazer o quê? Tudo o que se escreve ou se fala sobre o papel higiênico é piadinha ou coisas de gosto duvidoso. As pessoas são assim. Mas não falarei bobagens nem imundícies. Não é meu objetivo. Pelo menos não no momento. Uarrarrá. Se o papel higiênico fosse uma pessoa poderia ser comparada a uma enfermeira que cuida de pessoas com as mais nojentas doenças. Quem aqui já pegou num vomito ainda quente? Já vi um rapaz segurar seu irmão enquanto ele vomitava em seus braços devido a um grave resfriado ou uma gripe feroz. Naquele momento o rapaz foi um papel higiênico. Meu pai, Dr. Rubem, foi um advogado que não se enriqueceu, mas que tinha entre seus clientes aqueles que eram rejeitados pelos outros com o mesmo nojo que se teria por fezes alheias. Entre os clientes de meu pai havia, como se diz hoje, profissionais do sexo. E tantos outros que nada tinham nada para pagar além de couves ou galinhas. E como doía a meu pai ver nos olhos alheios todas essas pessoas serem vistas como fezes. Dr. Rubem tinha uma regra: Se você é culpado não trabalharei para ser inocentado, mas para ter a mínima pena justa. Era assim que fazia. Mas ele não era preconceituoso. Trabalhava com todo o tipo de gente. Um político que estava tendo problemas para se candidatar teve sua advogada juridicamente orientada por meu pai que conseguiu sua eleição para prefeito. Como recompensa ofereceu uma Secretaria a meu pai, que foi recusada, mas pediu que se abrisse no município a primeira Defensoria Pública. Seu pedido foi concretizado.
Você que me lê é ou já foi um papel higiênico?
Bem! Trocando passarinho de toco...
Uma lágrima pode ter um metro?
Uma lágrima pode ter um metro? Não a vejo em litro, mas em comprimento.
Uma lágrima pode ter um metro? Ou deveria medi-la em crono?
Nesses quatro dias cinco livros quis comprar. Um chocolate especial com preço assustador. Pagar a conta do celular. Comprar novos calçados para trocar pelos rasgados.
Nesses quatro dias e outros caminhei sem ter com quem conversar. Se cada qual com sua delícia também cada qual com sua dor. Nem sempre dá para gemermos e chorarmos num vale de lágrima no ombro alheio. É como já me foi dito e repito, o verdadeiro chato é aquele quando perguntado como vai, responde.
Eu sou um bom artista da palavra? Escrevo bem?
Eu fico confuso... Se sou bom contista, cronista, poeta por que ninguém publica meus trabalhos? Se sou ruim por que tanta gente boa tece autos elogios aos meus textos? Num dos meus primeiros artigos aqui postado um poeta indiano pesquisando a literatura brasileira viu meu texto. Como não entende português usou um programinha que o traduziu para o inglês e me mandou um email interessante. Uma poeta respeitada em Mariana enviou-me um email dizendo sempre ler meus textos. Fora os poetas e cronistas da cidade que gostam de meu trabalho. Até o nacionalmente famoso poeta Affonso Romano de Sant'ana já me mandou email elogiando um trabalho meu.
Aí a fonte de minha dúvida. Sou bom ou não?
O papel higiênico é muito útil e diria até nobre. Ele serve para assuar o nariz, para cobrir por alguns minutos um corte no dedo até que coloque o material adequado. Serve para... (você sabe bem o que eu ia falar). Isso que estou vendo em seu rosto é rizinho? Quem já falou bem do papel higiênico? Quem já elogiou o ato ou ação do papel higiênico? O papel higiênico pode ser comparado a uma pessoa abnegada. Continuo vendo em alguns rostos um sorriso; já em outros vejo um esgar de desdém. Fazer o quê? Tudo o que se escreve ou se fala sobre o papel higiênico é piadinha ou coisas de gosto duvidoso. As pessoas são assim. Mas não falarei bobagens nem imundícies. Não é meu objetivo. Pelo menos não no momento. Uarrarrá. Se o papel higiênico fosse uma pessoa poderia ser comparada a uma enfermeira que cuida de pessoas com as mais nojentas doenças. Quem aqui já pegou num vomito ainda quente? Já vi um rapaz segurar seu irmão enquanto ele vomitava em seus braços devido a um grave resfriado ou uma gripe feroz. Naquele momento o rapaz foi um papel higiênico. Meu pai, Dr. Rubem, foi um advogado que não se enriqueceu, mas que tinha entre seus clientes aqueles que eram rejeitados pelos outros com o mesmo nojo que se teria por fezes alheias. Entre os clientes de meu pai havia, como se diz hoje, profissionais do sexo. E tantos outros que nada tinham nada para pagar além de couves ou galinhas. E como doía a meu pai ver nos olhos alheios todas essas pessoas serem vistas como fezes. Dr. Rubem tinha uma regra: Se você é culpado não trabalharei para ser inocentado, mas para ter a mínima pena justa. Era assim que fazia. Mas ele não era preconceituoso. Trabalhava com todo o tipo de gente. Um político que estava tendo problemas para se candidatar teve sua advogada juridicamente orientada por meu pai que conseguiu sua eleição para prefeito. Como recompensa ofereceu uma Secretaria a meu pai, que foi recusada, mas pediu que se abrisse no município a primeira Defensoria Pública. Seu pedido foi concretizado.
Você que me lê é ou já foi um papel higiênico?
Bem! Trocando passarinho de toco...
Uma lágrima pode ter um metro?
Uma lágrima pode ter um metro? Não a vejo em litro, mas em comprimento.
Uma lágrima pode ter um metro? Ou deveria medi-la em crono?
Nesses quatro dias cinco livros quis comprar. Um chocolate especial com preço assustador. Pagar a conta do celular. Comprar novos calçados para trocar pelos rasgados.
Nesses quatro dias e outros caminhei sem ter com quem conversar. Se cada qual com sua delícia também cada qual com sua dor. Nem sempre dá para gemermos e chorarmos num vale de lágrima no ombro alheio. É como já me foi dito e repito, o verdadeiro chato é aquele quando perguntado como vai, responde.
Eu sou um bom artista da palavra? Escrevo bem?
Eu fico confuso... Se sou bom contista, cronista, poeta por que ninguém publica meus trabalhos? Se sou ruim por que tanta gente boa tece autos elogios aos meus textos? Num dos meus primeiros artigos aqui postado um poeta indiano pesquisando a literatura brasileira viu meu texto. Como não entende português usou um programinha que o traduziu para o inglês e me mandou um email interessante. Uma poeta respeitada em Mariana enviou-me um email dizendo sempre ler meus textos. Fora os poetas e cronistas da cidade que gostam de meu trabalho. Até o nacionalmente famoso poeta Affonso Romano de Sant'ana já me mandou email elogiando um trabalho meu.
Aí a fonte de minha dúvida. Sou bom ou não?
É LETRO
Prezados,
O Bricoleur, grupo de música instrumental, se apresentará na próxima quarta-feira, 17 de junho, às 20 horas no Relicário, um bar bacana que fica no Horto, em Ipatinga.
Apareçam!Abraço
Cláudio Letro
----------------------
Gestão Cultural e Patrimônio Histórico
Prezados (as), Segue abaixo o link de divulgação de uma pós graduação no Unileste (Gestão Cultural e Patrimônio Histórico), na qual Cláudio Letro leciona uma disciplina. Favor divulgarem para os potenciais interessados.Abraço
TitulaçãoEspecialista em Gestão Cultural e Patrimônio HistóricoObjetivoDesenvolver habilidades e competências para atuação sistemática na área cultural em suas duas dimensões: da circulação, no que se refere à gestão de espaços culturais e museus; da produção de programas e projetos culturais, bem como da formulação de políticas públicas relativas à identificação e preservação do patrimônio histórico cultural.Público-alvoGraduados em História e áreas afins. Profissionais graduados que atuam na gestão de Museus e Casas de Cultura. Profissionais graduados que atuam na área cultural nas esferas pública e privada e nas organizações civis do terceiro setor - mais especificamente no campo da gestão, produção, promoção e comunicação. Assessores, consultores e profissionais que desenvolvem atividades em cultura, bem como artistas e produtores culturais, de nível superior
Mais informações:
http://www.unilestemg.br/portal/posgraduacao/cursos/2008_02/gestao_cult_patri_historico.php
O Bricoleur, grupo de música instrumental, se apresentará na próxima quarta-feira, 17 de junho, às 20 horas no Relicário, um bar bacana que fica no Horto, em Ipatinga.
Apareçam!Abraço
Cláudio Letro
----------------------
Gestão Cultural e Patrimônio Histórico
Prezados (as), Segue abaixo o link de divulgação de uma pós graduação no Unileste (Gestão Cultural e Patrimônio Histórico), na qual Cláudio Letro leciona uma disciplina. Favor divulgarem para os potenciais interessados.Abraço
TitulaçãoEspecialista em Gestão Cultural e Patrimônio HistóricoObjetivoDesenvolver habilidades e competências para atuação sistemática na área cultural em suas duas dimensões: da circulação, no que se refere à gestão de espaços culturais e museus; da produção de programas e projetos culturais, bem como da formulação de políticas públicas relativas à identificação e preservação do patrimônio histórico cultural.Público-alvoGraduados em História e áreas afins. Profissionais graduados que atuam na gestão de Museus e Casas de Cultura. Profissionais graduados que atuam na área cultural nas esferas pública e privada e nas organizações civis do terceiro setor - mais especificamente no campo da gestão, produção, promoção e comunicação. Assessores, consultores e profissionais que desenvolvem atividades em cultura, bem como artistas e produtores culturais, de nível superior
Mais informações:
http://www.unilestemg.br/portal/posgraduacao/cursos/2008_02/gestao_cult_patri_historico.php
sexta-feira, 12 de junho de 2009
POBRES VERSOS POBRES
Rubem Leite – 11-12\6\09
Ofereço primeiro ao amor que ainda não encontrei.
Depois, à Nary Farias (Ipatinga) que encanta quando canta;
À Andréia Donadon-Leal (Mariana) que ontem conheci;
E ao CLESI que sempre tenho o prazer de acompanhar.
Nos rios que mergulhei
E nos riachos que nadei
Nas águas que me perdi
De Minas meu grão país
Se Minas é meu país
O Brasil é meu estado
Minha ação e meu fenômeno
Da natureza que não
Conheço fora de mim
Oh! Desgraçado pavor
Eu, ave engaiolada
Em mim grito: Vem, Iansã!
Janaína te convoca
Libera e lidera seu
Povo que quer exclamar
Sou livre sou de Minas
No Brasil qu’é do Brasil
Euroafroasiocrenaque
Ofereço primeiro ao amor que ainda não encontrei.
Depois, à Nary Farias (Ipatinga) que encanta quando canta;
À Andréia Donadon-Leal (Mariana) que ontem conheci;
E ao CLESI que sempre tenho o prazer de acompanhar.
Nos rios que mergulhei
E nos riachos que nadei
Nas águas que me perdi
De Minas meu grão país
Se Minas é meu país
O Brasil é meu estado
Minha ação e meu fenômeno
Da natureza que não
Conheço fora de mim
Oh! Desgraçado pavor
Eu, ave engaiolada
Em mim grito: Vem, Iansã!
Janaína te convoca
Libera e lidera seu
Povo que quer exclamar
Sou livre sou de Minas
No Brasil qu’é do Brasil
Euroafroasiocrenaque
terça-feira, 9 de junho de 2009
FINALMENTE
Finalmente, Senhor! Posso ir embora.
São 23 horas de uma noite de lua minguante. Ante a porta, o marido que chega cedo em casa, ouve o lamento da mulher amada e se estanca. A princípio suspeito da fidelidade da mulher.
Não sei o que posso ter feito de tão errado para merecer tamanha dor.
Fora do quarto, num imenso corredor, tão largo que até parece um salão para os sete quartos do casarão, a prece é substituída por um imenso choro. Um minuto. Cinco minutos. O tempo passa e a mulher continua sua oração agora permeada pelo choro.
E agradeço a piedade que finalmente me chega. Ah! Morte tão esperada, você é bem vinda.
O marido ouve o choro e o lamento de sua mulher. Seu rosto, paralisado em sentimentos confusos.
Senhor! Como cristã, não posso crer na reencarnação, mas como posso ser castigada tão cruelmente? Castigada por coisas que não sei como posso ter feito. Como? Eu, que sou toda amor por meu marido? Não posso... Finalmente, Senhor! Agora mereço morrer, pois já não tenho como pagar mais por algo que nem sei.
Entre o engasgar do choro e grossas lágrimas, sua voz se perde na solidão e o marido se perde numa lágrima.
Sempre me dei inteiramente a ele, que me pagou com amantes. Uma casa maravilhosa para mim. Visitas às suas amantes. Uma linda cama para mim. O melhor sexo com seus amantes. Jóias para mim. Orgias com suas mulheres. Mas, finalmente, morro! Morro! Morro!
Um clique sufoca seu soluço. É a luz que se apaga. A mulher se deita. Um minuto. Cinco minutos. Silêncio.
A porta se abre. A mulher ronrona no sono. Ele se senta numa cadeira. Com o nascer do sol os pássaros cantam no jardim e o silêncio é absoluto no quarto. Os olhos pousados na mulher toda a madrugada.
O marido chora.
A casa acorda lentamente.
Alguém bate à porta.
quinta-feira, 4 de junho de 2009
BONDADE E FIRMEZA
Rubem Leite – 03-04/6/09
Ofereço a crônica Bondade e Firmeza a Bruno Grossi, que aniversaria dia 03 de junho. Pessoa que muito respeito, amo até, e que sinto ser uma pessoa boa e firme.
“... na relação inter-humana, dominar ou ser dominado depende unicamente da firmeza de caráter” (A Verdade da Vida, vol. 19, Dr. Masaharu Taniguchi – Biografia).
Na nossa sociedade, ser bom não é importante para ser respeitado. O que importa é ser firme. Ou talvez seja preciso ser bom e ser firme.
Antes vamos conversar sobre quem é forte sem ser bom nem firme. Tal será temido, mas não amado nem apoiado.
Ser firme sem ser bom será antipatizado mesmo que não contestado.
Ser bom sem ser firme será ridicularizado.
Ridicularizado é não ser amado nem apoiado; e ser antipatizado e contestado.
Dos três – ser apenas bom, ser apenas forte, ser apenas firme – o pior, por incrível que pareça, é ser apenas bom. E o melhor, ou menos pior, é ser apenas firme.
Benito vai à escola.
Ele é um bom menino, mas é desarticulado. Não sabe falar em público e é ruim no futebol. É um babaca, dizem.
Kio Kan é uma linda menina e Benito está apaixonado.
- Kio, o... a... você já viu no jardim a flor rocha que...
- Que só nasce no coração do trouxa. Disse Marina. E todas riram.
- U... i... É bonito seu vestido.
- Quer emprestado? Disse Kio.
Só o rosto. Rosto impassível. Benito se afasta.
- Benito! Eu te vi conversando com minha garota. Você a estava incomodando com sua babaquice.
- Só só que-queria conversar.
- Não tem que conversar com ela.
Falando para os outros:
- É babaca mesmo. Com mulher não tem conversa. Basta dizer bobagens e depois cumê.
Entre risos.
- Respeite!
- O que você disse? Estou te esperando lá fora, depois da aula.
Só o rosto. Rosto impassível. Benito se afasta.
O que fazer? E se ele me machucar? Se eu fizer o que sei...
- Professora! Quero sair mais cedo.
- Por causa da confusão que você aprontou?
Na sua cara, seu pensamento.
- Pode ir.
Eu vou.
E não acaba aí. Sou mais que isso...
Ofereço a crônica Bondade e Firmeza a Bruno Grossi, que aniversaria dia 03 de junho. Pessoa que muito respeito, amo até, e que sinto ser uma pessoa boa e firme.
“... na relação inter-humana, dominar ou ser dominado depende unicamente da firmeza de caráter” (A Verdade da Vida, vol. 19, Dr. Masaharu Taniguchi – Biografia).
Na nossa sociedade, ser bom não é importante para ser respeitado. O que importa é ser firme. Ou talvez seja preciso ser bom e ser firme.
Antes vamos conversar sobre quem é forte sem ser bom nem firme. Tal será temido, mas não amado nem apoiado.
Ser firme sem ser bom será antipatizado mesmo que não contestado.
Ser bom sem ser firme será ridicularizado.
Ridicularizado é não ser amado nem apoiado; e ser antipatizado e contestado.
Dos três – ser apenas bom, ser apenas forte, ser apenas firme – o pior, por incrível que pareça, é ser apenas bom. E o melhor, ou menos pior, é ser apenas firme.
Benito vai à escola.
Ele é um bom menino, mas é desarticulado. Não sabe falar em público e é ruim no futebol. É um babaca, dizem.
Kio Kan é uma linda menina e Benito está apaixonado.
- Kio, o... a... você já viu no jardim a flor rocha que...
- Que só nasce no coração do trouxa. Disse Marina. E todas riram.
- U... i... É bonito seu vestido.
- Quer emprestado? Disse Kio.
Só o rosto. Rosto impassível. Benito se afasta.
- Benito! Eu te vi conversando com minha garota. Você a estava incomodando com sua babaquice.
- Só só que-queria conversar.
- Não tem que conversar com ela.
Falando para os outros:
- É babaca mesmo. Com mulher não tem conversa. Basta dizer bobagens e depois cumê.
Entre risos.
- Respeite!
- O que você disse? Estou te esperando lá fora, depois da aula.
Só o rosto. Rosto impassível. Benito se afasta.
O que fazer? E se ele me machucar? Se eu fizer o que sei...
- Professora! Quero sair mais cedo.
- Por causa da confusão que você aprontou?
Na sua cara, seu pensamento.
- Pode ir.
Eu vou.
E não acaba aí. Sou mais que isso...
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