Rubem Leite
Sonhei com a estória por volta de três horas
21-01-10
Na boate rodeada de árvores os amigos Cardo, Pablo e Nando chegam às 22 horas. A música era boa, gente saindo e muitas querendo entrar. Pagam a grana preta exigida para ter seu nome na lista. A música estava realmente boa. Fazendo o corpo dançar, mesmo na rua com os outros passando. Olhando? 23 horas e o corpo já cansado de não sair do lugar.
- Pablo?
- Yansoph! Que faz aqui, cara?
- Éstóu trabalhando aqui. Querem entrarrr? Pango! Deixa méu amigo passarrr.
- Obrigado!
- Qué nada! Éu sóu Yansoph. Vócês são?
- Esses são Cardo e Nando.
- Prazer! – Dizem os três.
Os amigos vão para uma mesa reservada que Yansoph cedeu a eles e este volta a trabalhar. Muita mulher sozinha. Muita bebida. E muito dinheiro no bolso dos amigos.
Uma morena de olhos verdes logo chama a atenção de Cardo que se aproxima. Dançam várias músicas.
- Aqui tem uns quartos. Vamos continuar nossa dança lá?
Cardo não tem dúvidas em atender ao pedido da menina. Está mesmo com dinheiro aquela noite. No quarto, a música dos dois é roque. Vários estilos.
Uma ruiva chamou a atenção de Pablo que se aproxima.
- Não, querido! Não sou pedófila!
Já Nando foi até uma japonesinha realmente linda. Gostosa foi o que ele pensou. Os dois dançam juntos.
- Vamos para um dos jardins? Vamos continuar nossa dança lá?
Não era bem o que ele queria. Dançar? Mas atender ao pedido de garota era fundamental para o que poderia vir a acontecer. O jardim era reservado. Lá examinaram as rosas, margaridas, cravos e cipós sob as estrelas.
- Éstá só, Pablo?
- É! O mar não tá pra peixe...
- Bém! – Diz pegando forte em seu braço e olhando suave para seus olhos – Temos muitas mulheres precisando de companhia espécializada... Como fazíamos antigamente quando a gente sé conhéceu. Topas? Terá sexo gostoso e mais dinheiro.
- Desde que não seja canhão...
- Rarrá! Náo! Armas aqui, só dé qualidade... Está vendo aquela córoa ali? Náo é de se jogarrr fora. Ela gosta de homem que chégue com sorriso tímido, ófereça um drinque, converrsem sóbre arte. Ai você diz aquelas bobagens que decórou antigamente. Ó resto é pór sua conta e a quarta parte é minha.
E assim foi feito.
Duas ou duas e meia da manhã os amigos começaram a voltar com suas acompanhantes para a mesa de onde saíram. Às três foram embora pela madrugada e as quatro horas decidiram ir juntos para um único quarto de motel. E depois nunca mais as viram.
- Pórrra! Qué estória foi aquela de fazérem uma prece colétiva? Numa boate? Às trés horas da madrugada? Quém téve essa idéia?
- Foi um cliente doido. Deve ser algum líder religioso para convencer tanta gente a fazer isso. Acho que da Regressão Antipática Caquética. – Diz Pango.
- É! Um quarto ou um quinto deles ficaram e oraram, mas todo o restante foi embora. – Diz outro funcionário.
- E os que ficaram, a gente tratou logo de despachar. – Comenta outro funcionário.
- Pórrra! Quém perrmitiu que ó dóido chegasse aos microfones. Prece colétiva? Numa boate? Às trés horas da madrugada?
- Sei não! Existem muitas coisas ocultas entre as danças, flores e bebidas... Diz outro funcionário.
- Que isso! Deu para filosofar agora?
Cardo, Pablo e Nando conversam sobre a noitada que tiveram. Foi assunto para a semana inteira e quase sem ficarem se repetindo. O dinheiro acabou. As contas estão aí. A boate está ali...
- Gente! Tenho a solução.
- Então fala. – Respondem.
O final eu deixo para você.
E se alguém quiser compartilhar comigo e com os leitores envie para meu email artedoartista@gmail.com que postarei no aRTISTA e aRTEIRO.
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