quinta-feira, 3 de junho de 2010

ISPIA SÓ

Rubem Leite

03-6-10 – 02:05h da madrugada.

Ofereço aos meus queridos amigos aniversariantes

DomNato, Douglas Matias e Jani Milagres


- Bom dia!

- Oi!

- Vim aqui porque conversei com Nári e ela me autorizou a copiar no meu computador uns cd’s.

Você, que está me lendo, deve estar perguntado “quem é você?”. Então eu vou responder. Tenho 63 anos e acabei de entrar na BCI – Biblioteca Central de Idéias – que fica no xópim de Ipatinga, Leste de Minas Gerais. Ah! Eu me chamo Saul. Lucília, a funcionária, me mostra a caixa e escolho três. Vou para minha moto estacionada na porta pisando na neve e com todos os meus 36 anos pego meu notebuque. Está estranhando a mudança etária? De 63 para 36 anos? Não deveria. E a ocorrência de neve no Brasil você observou? Estou apenas contando um sonho onde tudo é possível. Pelo menos em alguns sonhos tudo pode acontecer... Em outros, muito pode se realizar, desde que sejam lógicos e suados. Mas no que estamos falando agora não importa o absurdo. Quando voltei para dentro da BCI, ainda com meus 36 anos, um gato preto se esfregou em minhas pernas. Quase caí. Ele veio do nada, saindo de trás da moto preta. O bichano começa a me pedir socorro. Ele não falou, mas eu sabia o que ele pensava. Também não era telepatia. Era um sonho, lembre-se. Socorri o felino. Ele estava sendo perseguido por vilões de filme de espionagem. É! Estamos sorrindo juntos... Neve em uma cidade quente... E o mais engraçado: Espionagem... E eu acabei de descobri juntinho docê que sou um agente secreto. Então me deixa continuar a me descrever, pois agora passo a ter a obrigação de ser sex. Tenho 1,93m, peso 90kg, cabelos pretos, olhos verdes, logicamente musculoso e muito, modéstia a parte, gostoso. (Completamente diferente de mim na vida real. Uarrarrá!) E passo a ser, a partir dagora, mordaz. Pego o gato, um robô, eu acho e tento descobrir os segredos no bichano. Por trás do vidro Lucília nos olha. Procuro com ela se tem algum cabo que eu possa ligar o computador no gatinho. Com o cabo vou até o gato que me diz – É! Agora ele falou – Você faria isso? Não vai deixar me pegarem. Preciso que me ponha em segurança até a... – Não me lembro do nome que demos para o Órgão do Governo e nem de que país era essa entidade de espionagem. Mas como sou brasileiro, graças a Deus, faço questão de pelo menos acordado não ter o pesadelo de ser estadosunidense. – Vou parar um pouco porque a bateria do notebuque está arriando. Depois a gente continua. Enquanto isso vá ao banheiro ou coma alguma coisa. Melhor, sai um pouco para conversar com as pessoas. Mas depois volta, viu. Quero continuar a estória. E preciso de quem a leia. Depois me fale o que achou. Voltei! Conversou com alguém? Vejo uns carros suspeitos se aproximando na neve com o sol às costas. Ponho o gato na moto e saio a toda. Acho que o “robocat” pode se imantar. Os carros me seguem. Cara! Agora é tudo igual aos filmes. Correria de carros nas calçadas. Carros batendo. Gente gritando enquanto se desvia. Fogo e etc. etc. etc. Espero que você não esteja bocejando. Pelo amor de Deus. acho que deve ter um vírus no notebuque, pois quando ponho ponto após a palavra Deus ele se recusa a deixar a palavra seguinte começar com maiúscula. Acontece o mesmo com algumas outras palavras. Deve estar corrompido esse arquivo. Mas quero que esteja gostando do texto, por favor. Então depois da lengalenga a lá Estados Unidos os carros dos bandidos... Bandidos? Que são os bandidos? Os Estados Unidos ou quem eles falam que são bandidos? Mas para efeito de conversa os bandidos se perdem (ou morrem) e entro na garagem secreta do órgão de espionagem a quem pertenço. Levo o gato para os cientistas. No caminho aparece aquela mulher gostosa e perigosa. Trocamos bobas piadas mordazes. Entramos na sala do Chefe, que nos diz que o Inimigo está planejando destruir o mundo e que tenho que salvar o planeta. Essas baboseiras de sempre. Pode? Eu, sozinho, vou salvar o mundo. É para rir, né? Então cansado de sonhar bobagem, acordo. Tenho coisas melhores a fazer. Dá licença que vou a luta. Mas espero que tenha gostado. E mesmo que tenha odiado, que queira continuar me lendo. E quem tiver disponibilidade e quiser me patrocinar um livro... Fique a vontade. Não se faça de acanhado. Meu contato pode ser visto aqui mesmo no blog. Inté!


Um comentário:

Leticia Duns disse...

Nossa Rubem muito bom, entrei totalmente neste sonho e dei muitas risadas...

Texto inteligente !

E esse tal de espírito estadusunidense ? hehehe

Adorei !

Abraço
Leticia Duns