Obax anafisa.
Hoje eu vi uma pomba gira.
Mas a primeira estória que quero contar é
O rapaz não matou o monstro que lhe devorou o pai porque se sentiu condoído, mas assassinou o jovem que queria eliminar o monstro por ter destroçado seu pai. O rapaz admirou, surpreso e confuso, suas mãos sujas e, por extensão, a faca sangrenta. Seus olhos sinalizavam descrença no que fizera e espanto pelo cadáver à frente. Seus pensamentos naqueles segundos voaram para a religião. Lembrou da pregação dos Padres. Ouviu os dizeres dos pastores. Fez o que aprendera, agiu como os religiosos e os políticos faziam e sorriu para o monstro. No fim sobrou o monstro que comeu a todos.
Hoje eu vi uma pomba gira. Bem, pelo menos o bichinho não parava de rodopiar...
Mas a segunda estória que quero contar é
Passeávamos pela avenida, à sombra das tamarindeiras, quando o jovem, aquele que foi sangrado na primeira estória, viu uma antiga professora. Aproximou-se e a senhora se assustou e o mandou embora. Sem entender, quis ficar para ajudar, mas quanto mais insistia, mais ela tremia. Então fomos embora. Olhando para trás a vimos no celular convocando força policial. O jovem correu e eu o segui, claro. Se não como poderia contar sua estória que não demora a ter o fim que vimos acima? Mas pode se tranquilizar. Os policiais e a aposentada perceberam que tudo não passara de uma confusão. O jovem não era pobre. Ficando tudo como dantes no castelo de Abrantes.
Hoje eu vi uma pomba gira. Bem, pelo menos o bichinho não parava de rodopiar cortejando a fêmea. A terceira estória é só isso mesmo. Se bem que me veio à cabeça uma curiosidade. Por que cortejar uma garota e cortejo fúnebre tem a mesma palavra chave?
Escrita entre 05 e 09 de janeiro de 2012.
Ofereço como presente de aniversário à
Eliene Braga, Paola Peralta, Ênio M. Hara, José Pedro, Paulla, Cireno Carneiro, Rafael Francis.
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Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas.
O cronto é minhas flores para você
e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.
2 comentários:
Ola meu nome e Felipe.
Conheço droga aos 11 anos de meu primeiro pega, achei que era novo para isto e com minha turma da escola comecei ao 17 fumando baseado aos 18 já cheirava pó e lolô ai foi caminho de decadência deixar escola não trabalhar manipular família, mentiras e roubos. Brinco que não tinha mais fundo de poço e sim cavava para os lados.
Fui morar na praia, tive duas overdoses sozinho e aos 32 anos dei conta do que seria meu futuro e fiquei assustado, neste meio tempo tive internações em clínicas, que de nada adiantaram a não ser me darem mais uma sobrevida, ai meu ex-médico Pedro Ferreira me falou da fazenda e seu modo de trabalho. E em 1999 resolvi ir para Recreo em Montenegro, la fiquei nove meses onde cozinhei pela primeira vez para 30 pessoas numero de internos, tirei leite de vaca, fiz queijo, virei terra, trabalhei na hora mas sem excesso pois era trabalho muito para doe sempre fui de natureza agitada fiz muitos amigos alguns ate hoje fazem parte da minha vida .
SAI da fazenda em 2000 e comecei a fazer pão que havia aprendido na fazenda e vendia de porta em porta logo vi necessidade de arranjar emprego procurei qualquer trabalho e encontrei de auxiliar de cozinha num shoping de porto alegre, frequentava reuniões de auto ajuda, e ia a Seicho-No-Ie. Minha mãe já começava acreditar em mim, minhas amizades eram outras, nunca deixo de pensar com carinho de meus amigos da época de usar droga mas tive que me afastar deles pois foi um modo de me afastar das drogas.
Minha mãe hoje em dia ressalta minha força de vontade, mas tenho certeza que hoje estou aqui devido à sua força de vontade enquanto eu não tinha nenhuma. Ela, através de suas orações e ações, me deu oportunidade de estar aqui.
Também muito importante foi minha esposa, com quem estou casado a 10 anos. Ela me ensinou muito sobre a vida e de como vive-la de modo extraordinário.
Hoje graças a deus sou cozinheiro tenho minha empresa de eventos: UM CHEF A SEU DISPOR, bons amigos e uma vida tranqüila, tenho certeza que se superei este pesadelo qualquer um pode.
Abraços e muito obrigado!
Felipe Cabeda
sempre fico em extase com seu tom de escrever, conta a historia da gente nos seus discursos! eleva-me sempre!
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