domingo, 18 de setembro de 2016

INCLUSIVE VOCÊ!



Lei nº 13.332, de 1º de setembro de 2016:
Altera a Lei nº 13.255, de 14 de janeiro de 2016, que estima a receita e fixa a despesa da União para o exercício financeiro de 2016. Agora “pedalada fiscal” é legal, mas que foi Golpe, foi. Lei disponível:



Ota, minha amiga,
Festeja sem ver intriga
No Golpe de Estado
Vê beleza
Como se fosse de judô
Ide Ota, festejar
Porque já chega
A hora de rastejar.

Pássaros não cantam,
Lastimam.
Árvores não fotossinteseiam,
Se assombram.
Há gente que festeja
Desvarios.
Estúpidos afogando cidadãos.

- Às árvores, – diz o poeta – três vivas:
- Viva! – Respondem alguns – Viva! – Respondem vários outros – Viva!
- À política, – tem gente que diz – três vivas:
- Eim? – Respondem os poetas – O quê? – Respondem os pensantes – Como?

Às árvores
Assombradas em torno
Pássaros desassossegados
Cantam em retorno
Dançam ainda os festivos
Luzes estratégicas
Ocultam o abismo.

E enquanto pombas sobrevoam
Palmeiras
Ratos vampiros povoam
Brasília
(nos municípios é tãããão difereeeeente)
Executivo, Legislativo e Judiciário
– Rameiras –
A vida é tãããão maravilhooooosa.

Ide Ota, comemorar
Você que não se importa
Está à porta
A hora de não se ter onde morar.


Ofereço como presente aos aniversariantes, meus queridos:
Wenderson Godoi, Mateus T. Sousa, Bárbara Vilela, Vanessa Valentim, Francisco P.A. Costa, Wolmer Ezequiel, Thiago Domingues, Mª Carmo F. Vaz, Jaqueline Carla, Erikis Maciel, Vandeluzia L. Ferreira, Kéllerson de Paula, Valeria Silva, Edvania Oliveira, João Gabriel e Maria Jany.

Recomendo a leitura de “Praça Poente – Gado”, deste que vos fala; “Sedento”, de Xúnior Matraga; “Jossimar Cavalier Gonzáles – El poema es como la vida misma”, de Gianmarco F. Cerdan. Mas o texto que recomendo com mais ênfase que leia é “El Tango y la Protesta Social”, de Javier Villanueva. Respectivamente nos seguintes endereços:


Escrito entre os dias 01 e 18 de setembro de 2016 ao ver o que se passa em Ipatinga e, não me resta dúvida, em todo o Brasil. Seria bom se eu pudesse falar apenas das plantas e dos passarinhos, mas tive que falar o que eu disse.

domingo, 11 de setembro de 2016

AULA DE LITERATURA


A cidadania plena só pode ser atingida através da arte, única ferramenta capaz de mudar a visão de mundo. (BOAL, 1991).


Pela janela se vê um muro e há nele a minha vontade de ver flores. Mas em sala o que se vê é:
- O conto e a crônica são sempre histórias pequenas. A crônica se inicia quando os fatos principais estão para acontecer. Seus assuntos geralmente são coisas comuns, do cotidiano. É o autor, com sua forma de dizer, que transforma uma coisa simples ou banal em algo excepcional. O tempo em que ocorre a história é curto, não dura dias, semanas ou meses. O lugar costuma ser um só. E as personagens também são poucas.
- As personagens, professor? Não tem personagem homem?
- Eu disse no feminino porque quando eu era criança a palavra “personagem” era obrigatoriamente feminina. Mais tarde passou a poder ser usada tanto no masculino quanto no feminino, mas como já tinha acostumado a falar “a personagem” e é aceitável então continuei. Mas pode falar no masculino, se preferir.
- Aaam!
- Sobre o conto podemos dizer assim. A história também é curta. Um conto grandão tem no máximo cem páginas e você o lerá em duas horas, aproximadamente. Diferente do romance ou novela – o professor pega o livro Dom Quixote e o mostra para os alunos – que gastará muitas horas. Este livro, por exemplo, não o conseguiria ler em um dia ou dois, mesmo que eu o abrisse de manhã cedinho e o fechasse a noite.
- Nóóóó, que doido, véi.
- Legal, né. Pois é. E todo conto tem sempre quatro elementos: introdução, conflito, clímax e desfecho. As novelas e os romances também. Mas têm muitas páginas para isso; enquanto no conto tem que ser rapidinho, mas igualmente interessante. Talvez até mais emocionante porque a mesma qualidade diluída em menos páginas.
- Diluída, professor?
- Sim, dissolvida, desfeita.
- Aaam!
- Imagine o seguinte: Você! – Escolhe a esmo um dos alunos. – Veste uma camisa para vir para a escola, anda pelas ruas, chega à sala, senta e vai estudar. História chata, né? Mas e se fosse assim:
Xúnior Matraga acordou atrasado e tomou o café às pressas; depois entra no quarto para vestir o uniforme, mas ele está rasgado. Desesperado porque está em cima da hora, abre o armário às pressas e pega uma camisa limpa. Entretanto, junto com a roupa, sai um enorme rato gigantesco que lhe ataca – o professor aproxima as mãos do rosto como se segurasse o rato que lhe avança no rosto e enquanto continua a falar, vai virando o corpo para trás como se lutasse e fugisse do ratão. E os alunos rindo bastante. –. Com muito custo dá um golpe de judô no ratão que cai morto no chão. Xúnior suspira aliviado. – O professor faz um som de suspiro. A turma também suspira. – Mas a alma do rato assassino sai do corpo e lhe ataca de novo. Ele corre para lá – O professor movimenta o corpo como se desviando e os alunos voltam a rir mais ainda – corre para cá e nada de escapar do fantasma do rato. Até que grita: “Fora, Temer! Vade retro, rato! Seu golpista!” e o espírito do gigantesco rato assassino psicopata dissolve-se no ar. Aí você veste a camisa, sai para a rua, vem para a escola fazer a prova e tira nota máxima. – Pega na mão do aluno e lhe diz: Parabéns.
- Viram? Como a história fica mais interessante quando a personagem tem algo sério ou engraçado, mas importante para resolver? E eu usei tudo na história. A introdução: quem, quando e onde; ou seja, hoje pela manhã na casa do colega. O conflito: a necessidade de pegar rapidamente uma camisa porque estava atrasado e ainda encontra um rato e trava uma luta de vida ou morte com ele e surge o clímax onde o fantasma do rato quase mata nosso herói, mas ele consegue vencer o monstro. E por fim o desfecho: Xúnior termina de se vestir, vem para a escola e tira nota máxima na prova anticoxisse.


Ofereço como presente aos aniversariantes
Willian Delarte, José D. Carmo, Wagner G. Mineiro, Lucy Cristina, Jeferson Santos, Geórgia A. Bastos, Ricardo Alves, Sandro Assunção, Wina Lidiane, Deise Brenda, Carol AC, Marlon D. Ancelmo, Creusa Melo e Claudio M. Miranda.

Recomendo a leitura de “Negócios à Parte”, deste que vos fala; “Um Exercício de Futurologia: a democracia está em risco”, de Josué da Silva Brito; “Involução”, de Xúnior Matraga; e “La Insurrección em Dublín”, de Javier Villanueva. Respectivamente nos seguintes endereços:

BOAL, A. O teatro do oprimido e outras poéticas, políticas. Civilização Brasileira. São Paulo, 1991.


Escrito entre os dias 02 e 10 de setembro de 2016.

domingo, 4 de setembro de 2016

GENTE! ATÉ A LUA RI DA GENTE

Potira itapitanga.


A Lua Cheia brilha bonita às quatro horas da manhã. Ela não está à frente ou atrás, nem à direita ou a esquerda de quem olha, mas exatamente acima do cruzamento da Ouro Preto com Diamantina. Ipatinga é bonita; pouco no Centro.
Parado no meio do encontro das ruas, dois amigos – Pedro e Jorge – que acabaram de sair dos botecos em ruas próximas, conversam:
- Algum sujeito ofereceu ao demônio na encruzilhada... Comida, bebida e dinheiro.
Rindo, Jorge come a comida, bebe a bebida e põe no bolso o dinheiro.
Dois meses depois Pedro ri de Jorge:
- Seu casamento acabou por culpa sua. Eu lhe disse que as oferendas não eram procê; eram pro demo.
E a Lua Cheia ri dos dois por simplificarem os problemas, culparem os outros ou se justificarem por seus preconceitos e superstições.
Edgar Allan Cat e Don Perro de La Mancha, que não tinham entrado na história (você que me lê, reconhece qual poema e o autor do que acabei de escrever? “que não tinha entrado na história”? caso não, veja no rodapé, abaixo das indicações de outras leituras¹); pois bem, os dois bichinhos dão palpites no que escrevo:
- Pedro, às vezes gostaria de ser surdo. Deve ser melhor que ouvir estupidez, preconceito e ignorância...
Diz Don Perro e Allan Cat fala:
- Surto... não! Não com boçalidades de alguns. Estupidez, preconceito e ignorância... É fértil e nada sem aridez...
Pedro quis contestar, retrucar, justificar. Ele pensa que a vida é “feicibuque”. Mas não lhe dei mais voz. Já falou bobagens em excesso. Está na hora de ouvir e aprender.
Mas a Lua Cheia, incrédula, ri e transfere seu olhar para o cruzamento das ruas Sabará com Uberaba.
- Queridinha! Ocê num arranja hômi praticumê e quando arruma lhe mete azunha? – Diz a moradora de rua traficante para a viciada jogada no asfalto. – A curpa é sua putá caída nuchão. Ferida sem gozo nem tustão.
E a Lua apenas ri da humanidade que, como sempre, “caminha com passos de formiga e sem vontade”².


Ofereço como presente aos aniversariantes:
Didi Peres, Chrika de Oliveira, Tamirys Fernandes, Heloísa Martins, Lourenço Godoi, Elizabeth Z.C. Valverde, Maxwell Martins, J. Petronio Pethros, Wemerson Dias, Monica Novaes, Dione Costa, Tereza Junia, Emilia Domingues, Priscila Duarte, Wantuil J. Sousa, Jamil B. Mattar, Heloise Guerra, Vera Almeida e Kenia Junia.

Recomendo a leitura de “Praça Poente – Lúcio de Novo”, deste que vos fala; “Me Olvidé las Alas”, de Javier Villanueva; “Status Dela”, de Xúnior Matraga; e “O Morcego e a Coruja”, de Caio Riter. Respectivamente nos endereços abaixo:



Manuscritos feitos nos dias 27 e 31 de outubro de 2015; partindo de coisas que ouvi nas ruas. No início da tarde de 01 de novembro de 2015, ouvindo Aracy de Almeida, os uni em um só texto. E o trabalhei entre os dias 20 de maio e 04 de setembro de 2016.

domingo, 28 de agosto de 2016

MANDI

MANDÍ BRASILEÑA


Potira itapitanga.

Sou vovô de seis lindos cachorrinhos nascidos entre 05:00 e 09:00 horas da manhã de 28 de agosto de 2016.
Soy abuelo de seis lindos cachorros de perro nascido entre 05:00 y 09:00 horas de la mañana de 28 de agosto de 2016.


Em português

Há muitos e muitos séculos atrás nasceu uma linda menina em uma tribo indígena onde hoje é Brasil. Seu nome era Mandi¹. Mas ela era diferente de todos os outros silvícolas. Tinha pele muito branca em um local de pele marrom.
No início as pessoas estranharam muito sua aparência, mas ela era tão gentil e prestativa que conquistou a todos.
A todos, menos Juçara.
Juçara era alta e esbelta como a árvore que lhe deu o nome. Seus olhos pareciam duas frutas da palmeira de onde tiraram seu nome. E ao contrário desta, aquela não era generosa em doar-se. Juçara era uma índia bonita, tanto quanto Mandi. Mas ao contrário desta, aquela não era nem um pouco gentil ou prestativa.
Se soubesse o que era espelho seu sonho seria ter um para se admirar o tempo todo. Mas como não podia fazer isso, amava ouvir sua voz dizendo a tantos quanto encontrasse – inclusive enquanto trabalhavam – o quão maravilhosa era ela.
Ninguém a ouvia, exceto ela e Mandi. Ninguém a via, exceto ela e Mandi.
Mas um belo dia... E como diz Rosana Mont’Alverne, quando em uma história esta fórmula é dita significa que a coisa vai ficar feia. Pois bem, mas um belo dia... Quero dizer, mas em uma bela noite Mandi adormeceu; e não acordou no dia seguinte. Seria o chá dado por Jussara? Quem vai saber. Se hoje, com o Judiciário nada resolvendo (pelo menos para o povo...) e as grandes Emissoras de TV, de Rádio, de Revistas ou Jornais nada esclarecendo aos cidadãos. Imagine então naquela época. Contudo, os animais, as pessoas e os deuses choraram sua partida. Porém, por longos meses as nuvens lamentaram sua ida sem uma lágrima sequer. Os índios fizeram em um lugar bonito e ensolarado a derradeira casa da linda indiazinha.
Em uma manhã despontou um broto no local onde Mandi foi enterrada. O broto foi crescendo, fortalecendo-se e o povo estava curioso com aquela planta diferente. Até que em uma noite, a mãe da indiazinha teve um sonho onde a filha lhe dizia para arrancar a planta até a raiz e depois como fazer para transformá-la em alimento. Quando despertou, assim fez. Surpresa! Por fora era marrom igual a todos da aldeia, mas quando descascada era branca igual a Mandi. E assim como a menina era gentil e prestativa enquanto gente, ela era também enquanto vegetal.
O pajé² perguntou aos deuses quem os presenteara com tal maravilha e descobriu que fora Calamantã, o calmo deus das árvores. Calamantã disse que a planta deveria ser chamada de Mandioca (casa de Mani) porque nascera onde o corpinho da gentil menina agora habitava.
Mas, e Jussara?
Assim como acontece hoje, ela seguiu sua vida e ouvi falar que alguns anos depois o povo a elegeu cacique*. Deve ter tido uma excelente campanha de divulgação... Parece que ela prometeu, em nome de sua grande amiga, distribuir mandioca para o povo... Agora, eu acho que Calamantã é calmo, mas não omisso nem bobo... Contudo, a única coisa que sei é que nada sei.


En español

Hay muchos y muchos siglos pasados nació una linda niña en una tribu indígena. Su nombre era Mandí¹. Pero, ella era diferente de todos los demás silvícolas. Tenía piel muy blanca en un local de piel marrón.
En principio el pueblo extrañó mucho su apariencia, pero ella eta tan gentil y servicial que conquistó el corazón de todos.
A todos, menos Kusichinpu.
A Kusichinpu le encantan los colores; todos ellos. Le gusta cubrirse de flores y colorirse de todos los matices alegres que la Naturaleza ofrece. Pero, al contrario de esta, aquella nada ofrece a nadie. Kusichinpu  era una india bonita, tanto cuanto Mandí. Pero, al contrario de esta, aquella no era ni un poco gentil o servicial.
Si subiera lo que era espejo su sueño sería tener uno para admirarse el tiempo todo. Pero, como no podría hacer eso, amaba oír su voz diciendo a cuantos encontrase – incluso mientras trabajan – cuan maravillosa era ella.
Nadia la oía, excepto ella y Mandí. Nadie la vía, excepto ella y Mandí.
Pero, un bello día… Y como dice Rosana Mont’Alverne, cuando en una historia esta fórmula es dicha significa que la cosa se quedará fea. Pues bien, un bello día… Quiero decir, en una bella noche Mandí adormeció y en el día siguiente aún se quedó dormida. ¿Sería el té que Kusichinpu la dio? Quien va a saber. Si hoy, con el Judiciario nada resolviendo (al menos para el pueblo) y las grandes Emisoras de Televisión, de Radio, de Revistas o Periódicos nada esclareciendo al pueblo. Imagine entonces en aquella época. Sin embargo, los animales, el pueblo y los dioses lloraron su sueño. Pero, por muchos meses las nubes lamentaron su ida sin una lágrima siquiera. Mientras todavía los indígenas lloraban hicieron en un sitio bonito y soleado la postrera casa de la linda niña india.
En una mañana despuntó un broto en el local donde Maní fue enterrada. El broto fue creciéndose, fortaleciéndose y las personas estaban curiosas con aquella planta diferente. Hasta que una noche la madre de Maní soñó con su hija diciéndole para arrancar la planta hasta la raíz y como cambiarla en alimento. Cuando despertó, así hizo. ¡Sorpresa! Por fuera la raíz era marrón igual a todos de la aldea, pero cuando descascarada era blanca hecho Maní. Y así como la niña era gentil y servicial mientras gente, ella era también mientras vegetal.
El pajé² preguntó a los dioses quién los regalara con tal maravilla y descubrió que fuera Calamantán, el calmo dios de los árboles. Calamantán dijo:
- La planta hay de ser llamada Mandioca³ (casa de Maní) porque naciera donde el cuerpito de la gentil niña ahora habitaba.
Pero, ¿y Kusichinpu?
Hecho sucede hoy, ella siguió su vida y he escuchado decir que algunos años más tarde el pueblo a eligió cacique*. Creo que ocurrió una excelente campaña divulgativa… Parece que ella prometió, en nombre de su grande amiga, distribuir mandioca para el pueblo… Sin embargo, creo que Calamantán es calmo, pero no omiso ni tonto… Sin embargo, la única cosa que sé es que nada sé.


Ofereço como presente de aniversário aos
Hildete T. Santos, Luana Rodrigues, Marylde Trevenzole, Gláu Tomaz, Luis F. Rezende, Raquel A. Oliveira, Luciana M. Silva, Samuel Costa, Cris Duarte, Rita de Cássia, Débora Cristina, Carla Paoliello, Cleverton Nunes, Michel Ferrabiano e D Matheus Menezes.

¹ Mandi também é conhecida como Mani.
  Mandí también es conocida como Maní.
² Pajé é um misto de feiticeiro, médico, profeta e sacerdote indígena brasileiro; mas cuidado, existiam diversas tribos de línguas e culturas distintas; com outras palavras para dizer o mesmo. Pajé vem do tupi “paié”.
Pajé es una mezcla de hechicero, médico, profeta y sacerdote indígena brasileño; pero es necesario saber que hay diversas tribus de lenguas y culturas distintas, con otros nombres para decir la misma cosa. La palabra pajé viene del tupí “paié”. El sonido de la palabra “pajé” es algo como “payé”.
³ Mandioca es lo mismo que yuca o guacamote.
* Cacique é chefe em algumas línguas silvícolas da América Latina.
   Gobernante o jefe de una comunidad o pueblo de indios en Latinoamérica.
Agradezco a Manuel Ayala que me dio el nombre Quechua (en Perú) Kusichinpu para la villana en español. Sin embargo, Kusichinpu quiere decir “la de colores alegres”. Bien que ni siempre el nombre nombra el índole de la persona. Me ha sugerido también Ninapaqari (fuego del amanecer) donde la “q” tiene el sonido de “k” y pienso nombrar otro personaje en otra historia.

Recomendo a leitura de “Os vereadores da família e seus cursos de capacitação”, de Vinicius Siman; “Praça Poente – Luís Outra Vez”, de Rubem Leite. Respectivamente nos seguintes endereços:


Escrito entre 24 de julho de 2015 e 28 de agosto de 2016.

domingo, 21 de agosto de 2016

ISTO NÃO ME LEVA ÀS MINHAS VONTADES

ESTO NO ME LLEVAS A MIS ANCHOS


Em português

Gostando ou não
Estou festejando
Vou caminhando
Meus males não moram em retrato
Invisto em mim até inverter-me
Tolo não é meu nome
– Talvez um apelido –
Mas às minhas vontades, isto não me leva
Mas minhas vantagens são minhas ideias
Mas minha voltagem me leva às ideias.
Vontade, vantagem e voltagem
Auto, ampla e alta.


En español

Te gusta o no
Estoy de fiesta
Me voy en camino
Mis malos no viven en retrato
Me voy a investirme hasta invertirme
Gilipollas no es mi nombre
– Tal vez un apodo –
Pero, a mis voluntades, esto no me lleva
Pero, mis ventajas son mis ideas
Pero, mi voltaje me lleva a las ideas.
Voluntad, ventaja y voltaje
Auto, anchas y alta.


Ofereço como presente aos aniversariantes
Rubem Junior, Guilherme Costa, Mª Fernanda Rodrigues, Professora Kakau, Mª dos Anjos Dias, Jurandir Barbosa, Esther Magalhães, Carol Steine e Mª Amelia Oliveira.

Recomendo a leitura de “O tempo do relógio é o tempo da espera...”, de Josué Brito; “Amor Farpado”, de Xúnior Matraga. Respectivamente nos endereços:


Escrito originalmente en español en el día 08 de octubre de 2015. Trabajado en las dos lenguas entre los días 01 de febrero y 21 de agosto de 2016.

domingo, 14 de agosto de 2016

O QUE ME ATERRORIZA

QUÉ ME ATERRORIZA


Em português

- Estão todos vocês em uma sala fechada, sentados em vossas carteiras particulares com um papel de prova virado ao oposto. E um lápis. Na parte de frente está escrito os vossos nomes e a parte oposta está em branco. Há apenas uma pergunta, e uma única resposta é solicitada. Ela está entre vocês... Ninguém pode falar com o guarda que está vos controlando, ninguém pode responder ou falar nada, excepto a resposta. Há alguma pergunta?
- O que é cartão de saldo da Unitel ou Movicel que você me falou ontem?
- Rsrs... Pra tu não tem valor. São as recargas telefônicas de Angola; Unitel e Movicel são as operadoras de rede.
- Rerrê
- Kkkk, mas tentas responder.
- Oncotô? Ou melhor: Oncetá?
Na caixa de mensagens do Facebook aparecem seis interrogações: ??????? e o interlocutor pergunta: “Ah! ‘Oncotô’ e ‘Oncetá’, o quê são isso?”.
O leitor atento (ou seja, você), antes de eu responder ao meu interlocutor, contou as interrogações e achou sete. Rubem, corte um. Ordena-me. Dou um suspiro e elimino o último ponto de interrogação, deixando só os seis afirmados: ??????.¹ Agora posso respondê-lo:
- Rerrê. No Brasil tem um estado que se chama Minas Gerais (é o estado onde nasci e vivo). Nós, mineiros, temos algumas peculiaridades na fala oral. E uma dessas peculiaridades é o ódio ao “d” nos gerúndios. Portanto, jamais falamos “cantando, comendo, sorrindo”; nós falamos “cantano, comeno, sorrino”. Outro costume nosso é emendar e aglutinar as palavras durante a fala; assim, oncotô é “onde que eu estou?” e oncetá significa “onde você está?”.
- Há... Huuum. Ok. Estou em Angola.
- Rerrê. Sim, mas a pergunta que se faz a quem é levado para um lugar assustador como aquela sala é essa: sabe onde está? Se bem que, na verdade, não deverão perguntar nada... É mais assustador nos deixar na ignorância.
- Tu estás em um centro de pesquisas e eres a cobaia...
- Rerrê. Acho que vou criar uma história de terror “partino” da sua.
- Kkkk, algo parecido é o que quero.
- Então tá. Vou escrever uma história de terror:

Em uma típica manhã de um típico dia letivo em uma escola típica:
- Gente! Verbo é o que permite um diálogo; que ocorra a comunicação. Por exemplo, se digo “homem”, “apartamento”... E aí? São apenas palavras. Mas se digo, por exemplo, “O homem saiu do apartamento” ou “O homem grita no apartamento” ou ainda “O homem fugirá do apartamento” comuniquei algumas coisas, aconteceu uma conversa, um diálogo. Entenderam?
- Sim, professor!
- Então, no primeiro e segundo parágrafos do texto Galinha ao Molho Pardo, de Fernando Sabino, tem quantos verbos?
“Tem vinte e três, professor!”. Diz uma aluna e outro intervém: “Não, tem treze”. “Oceis tão tudo errado. É vinte e um”, fala o terceiro estudante.
Abro a boca.
- Não, são oito os verbos. E desconsiderando os que se repetem, quais verbos estão no passado?
- É pra dizer a quantidade de verbos que estão no passado, professor?
- Não. Não quantos, mas quais são eles.
- Era... Tinha...
- Um...
- Quase...
- Gabiroba...
Abro a boca tentando respirar.
- Não, não. “Era” e “tinha” estão certos. Mas “um” é numeral. Já “gabiroba” é uma fruta. Se não a conhece é só prestar atenção no texto: “... um pé de gabiroba, um pé de goiaba branca”; quando lá fala em pé de goiaba já dá para saber que gabiroba é fruta. E “quase” não é verbo; é advérbio. Não existe o verbo “quaser”, ou você fala “eu quaso, ele quase, nós quasemos”?
- Não, professor!
- Que bom! Os advérbios têm ligações com verbos, mas não são verbos. Advérbio é palavra invariável que expressa uma circunstância do verbo ou a intensidade da qualidade dos adjetivos ou reforça outro advérbio e, em alguns casos, modifica substantivos. Eles podem ser de lugar, de tempo, de modo, de negação, de dúvida, de intensidade e de afirmação. “Quase” exprime uma intensidade.
- Intensidade, professor?
- Sim, intensidade!
- Que é isso, professor?
- Intensidade? Vejam: “O quintal de nossa casa era grande, mas não tinha galinheiro, como quase toda casa de Belo Horizonte naquele tempo”. Neste trecho da memória literária que Fernando Sabino escreveu dá para perceber que “quase” tem o mesmo sentido de “praticamente”; ou seja, de um grau próximo ao máximo: “quase toda casa” pode ser dito “praticamente todas as casas”. O trecho que lemos fornece e fortalece a ideia de que muitas casas tinham galinheiro; quero dizer, intensifica, aumenta, amplia e faz crescer a ideia de quantidade de casas com galinheiro.
- Aaammm!
- Então, quais são os verbos?
- O verbo, professor, é “galinha ao molho pardo”.
A boca nem tenta se abrir porque não entra mais ar nos meus pulmões.

- Mas... Isso não é história de terror!?
- Meu filho! Para um professor, passar por isso é ainda mais aterrador que estar em uma sala fechada, sentado em carteira particular com lápis e papel de prova virado ao oposto. Tendo nela o nosso nome com apenas uma pergunta onde se tem que responder apenas uma resposta. E cujas Secretarias de Educação do país, do Estado e do Município estejam invisíveis entre nós e sejam visivelmente os guardas que nos controlam e que nada podemos falar, que eles realmente ouçam e/ou não nos punam com demissão. E os alunos são os algozes que nos fazem sofrer por nosso desejo e dedicação de compartilhar o que sabemos e não termos quase ninguém que receba nossas palavras.


En Español

- Están todos en una sala cerrada, sentados en vuestros pupitres particulares. En él hay un papel de prueba virado al opuesto. Y un lápiz. En la parte de frente está escrito los vuestros nombres y la parte opuesta está en blanco. Hay solamente una pregunta, y una única respuesta es solicitada. Ella está entre vosotros… Nadie puede hablar con el guarda que los controla, nadie puede contestar o hablar nada, excepto la respuesta. ¿Hay alguna pregunta?
- ¿Qué es tarjeta de saldo de la Unitel o Movicel que me charló ayer?
- Rsrs… Para usted no hay valor. Son las recargas telefónicas de Angola; Unitel y Movicel son las operadoras de red.
- ¡Jejé!
- Kkkk. Pero, intente responder.
- ¿Doncontoy? O mejor: ¿Dontutá?
En la caja de mensaje del Facebook aparecen seis parejas de puntos interrogantes: ¿?¿?¿?¿?¿?¿?¿? Y el interlocutor pregunta: “¡Ah! ‘Doncotoy’ y ‘Dontutá’, ¿qué son esos?
El lector atento (o sea, tú), antes de yo contestar a mi interlocutor, contó las interrogaciones y encontró siete. Rubem, corte un. Ordéname. Doy un suspiro y elimino la última pareja de punto interrogante, dejando solo los seis dichos: ¿?¿?¿?¿?¿?¿?.¹ Ahora puedo responderlo:
- Jejé. En Brasil hay un departamento llamado Minas Gerais (Es donde nací y vivo). Nosotros, mineros, tenemos algunas peculiaridades en el habla oral. Una de esas peculiaridades es el odio a la “d” en los gerundios. Por lo tanto, jamás hablamos “cantando, comendo, sonriendo”; charlamos “cantano, comeno, sonrieno”. Otra costumbre nuestra es emendar y aglutinar las palabras durante el habla; así, “doncontoy es “¿adónde que estoy?” y “dontutá” significa “¿adónde tú estás?”.
- Huuun… Ok. Comprendo. Estoy en Angola.
- Jejé. Sí, pero, la pregunta que se hace a quien es llevado para un lugar asustador como aquella sala es “¿Sabe dónde estás?”. Pero, pensando bien, no hablar nada, dejándonos ignorantes de nuestro destino, es más asustador.
- Está en un centro de pesquisas y es la cobaya…
- Jejé. Pienso que me voy crear una historia de terror “partieno” de la tuya.
- Kkkk, algo parecido es lo que quiero.
- Entonces, así sea. Escribiré una historia de terror:

En una típica mañana de un típico día lectivo de una escuela típica:
- ¡Mis alumnos! Verbo es lo que posibilita un diálogo; que ocurra la comunicación. Por ejemplo, si digo “hombre”, “calle”… Son solo palabras. Sin embargo, si digo, por ejemplo, “El hombre salió de la calle” o “El hombre grita en la calle” o aún “El hombre huirá a la calle” he comunicado algunas cosas, aconteció una plática, un diálogo. ¿Entendieron?
- ¡Sí, maestro!
- Entonces, en los primer y segundo párrafos del texto “Pollo con Salsa Marrón”², de Fernando Sabino, ¿hay cuántos verbos?
“Veintitrés, maestro”, habla una alumna y otro interviene: “no, hay trece”. “No sean tontos; es veintiún”, charla el tercero estudiante.
Abro la boca.
- No, son ocho los verbos. Y desconsiderando los que si repiten, ¿cuáles verbos están en el pasado?
- ¿Es para decir la cuantidad de verbos que están en el pasado?, maestro.
- No, no cuantos. Quiero que digan cuales son ellos.
- Era… Tenía…
- Un…
- Casi…
- Gabiroba…
Abro la boca intentando respirar.
- No, no. “Era” y “tenía” están correctos. Pero, “un” es numeral. Ya “gabiroba” es una fruta. Si no la conocen por ser brasileña y no existir acá es solo prestar atención en el texto: “… un pie de gabiroba, un pie de guayaba blanca”²; cuando la habla “pie de guayaba” es posible percibir que “gabiroba” es fruta. Y “casi” no es verbo; es adverbio. No existe el verbo “casir”, ¿o hablas “yo casio, él casi, nosotros casimos”?
- ¡No, maestro!
- Los adverbios tienen ligaciones con los verbos, pero no son verbos. Adverbio es palabra invariable que expresa una circunstancia del verbo o la intensidad de la cualidad de los adjetivos o refuerza otro adverbio y, en algunos casos, modifica sustantivos. Ellos pueden ser, entre otros, de lugar, de tiempo o de intensidad. “Casi” exprime una intensidad.
- ¿Intensidad?, maestro.
- ¡Sí, intensidad!
- ¿Qué es eso?, maestro.
- ¿Intensidad? Miren: “El patio de nuestra casa era grande, sin embargo no tenía gallinero, como casi toda casa de Belo Horizonte en aquél tiempo”². En este trecho de la memoria literaria que Fernando Sabino escribió es posible percibir que “casi” tiene el mismo sentido de “prácticamente”; o sea, de un grado próximo al máximo: “casi toda casa”. El trecho que leemos fornece y fortalece la idea de que muchas casas tenían gallinero; quiero decir, intensifica, aumenta, amplía la idea de cantidad de casa con gallineros.
- ¡Aaah!
- Entonces, ¿cuáles son los verbos?
- Los verbos, maestro, son “pollo con salsa marrón”.
La boca ni intenta abrirse porque no entra más aire en mis pulmones.

- Pero… ¿¡Eso no es historia de terror!?
- ¡Hijo mío! Para un maestro, pasar por eso es aún más aterrador que estar una sala cerrada, sentado en pupitre particular con lápiz y papel de prueba virado al opuesto. Teniendo en ella nuestro nombre y una sola pregunta donde hay que responder una solo respuesta. Y cuyas Secretarías de Educación del país, de las provincias o departamentos y de las ciudades están invisibles entre nosotros y sean visiblemente los guardias que nos controlan y que nada podemos hablar, que ellos realmente oigan y/o no nos punan con demisión. Y los alumnos son los atormentadores que nos hacen sufrir por nuestro deseo y dedicación de compartirles nuestros conocimientos y no tener casi nadie que reciba nuestras palabras.


Ofereço aos aniversariantes
Denise Mª Silva, Gedeon Marques, Dani Gomes, Wander Santos, HdeZz Gibraan, Nelson M. Esfinge, Carlos Glauss, Teo Lima, Fabiane Borges, Marilda Lyra, Simone Penna e Armindo M. Noma’s.

Recomendo a leitura de Ode Interino, de Josué S. Brito; de Federico García Lorca y el Hotel Excelsior, hoy Castelar, de Javier Villanueva. Respectivamente:

¹ Referência ao capítulo “Emília resolve escrever suas memórias. As dificuldades do começo”, do livro Memórias da Emília. Obra de Monteiro Lobato.

² Traducción libre del texto brasileño “Galinha ao Molho Pardo”, de Fernando Sabino.

Sobre o advérbio “quase” pesquisei nas seguintes fontes:
https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/o-adverbio-quase/22743
MICHAELIS: Dicionário Escolar Língua Portuguesa. São Paulo: Editora Melhoramentos, 2008.

Escrito em 28 de setembro de 2015. Na noite de 03 de junho de 2016 foi reescrito. E entre os dias 30 de julho e 14 de agosto foi retrabalhado.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

PALAVRAS

PALABRAS


Potira itapitanga.


Em português

- “O olhar é a fonte da palavra”¹.
- Interessante reflexão.
- Com estas palavras me ponho a pensar. Minha vida até que é boa. Não sofro de fome e nem sede, eu me formei na Universidade; estou ampliando meus conhecimentos e possibilidades de melhores trabalhos com melhores salários; algumas pessoas gostam de mim. – “Mas nem tanta gente assim”, penso. “E por muitos mais sou ignorado”, penso ainda. – Entretanto, quero descer a porrada em um monte de gente... Mas me calo e não faço nada.
- Por quê? Por que se cala?
- Porque as mulheres são as melhores ouvintes.
- Por quê?
- Na verdade! As mulheres e as crianças são as melhores ouvintes.
- Como?
- Se suas palavras não as convencem elas serão generosas ao dizer-lhe sem meias palavras que você é um idiota.
- Que gente ruim.
- Ruins? – Pergunto e sem esperar resposta falo ao dono da barraca no Feirarte: “Marcelo! Faça pra mim algo com álcool”. – E ele me vem com uma coisa fraca, apesar de gostosa. Porém não me deixa bêbado. “Homem, hoje quero algo forte; que me faça esquecer até quem sou”. – E ele me vem com uma coisa que taca fogo em minha garganta e que pela boca atira chamas no mundo.
- Benito! Se quer álcool... Eu sou álcool. Beija-me!
Olho seus olhos e os bebo. Mas isso é história para outra ocasião.
- Não entendi a relação entre sua vontade de descer a porrada com a atenção das mulheres...
- Não lhe disse e nem vou dizer, “mon ami”.
Olho a palmeira balançando ao vento. Está longe, mas me leva a meu interior. Não! Não leva. Eu vou por mim mesmo.
- Dizem que o diabo foge da cruz. Acho que se Deus corre de alguém é de religiões e religiosos...
Eu ainda dizia quando na mesa próxima alguém fala “... hemodiálise. Minha mãezinha não conseguia tratamento porque havia muita gente com a mesma enfermidade dela. A gente morava em São Paulo, não muito longe da capital. Então os médicos disseram que em uma cidade de Minas Gerais – Ipatinga, tinha o melhor hospital do Brasil e com menos gente precisando de seus...”.
- Fala, amigo! Quero saber.
Saio da ideia alienígena.
- O que importa é sermos o ser que somos indo para outro ser melhor.
- Falou bonito... Mas não entendi nada.
- Falei alguma coisa?


En español

- “La mirada es el puente de la palabra”¹.
- Interesante reflexión.
- Con estas palabras me pongo a pensar. Mi vida hasta que es buena. No sufro hambre y ni sed; me jubilé en la Universidad; estoy ampliando mis conocimientos y posibilidades de trabajos que pagan mejores; a algunas personas yo le gusta. – “Pero, ni tanta gente así”, pienso. “Y por mucho más soy ignorado”, pienso aún. – Sin embargo, quiero propinar unos y cuantos bastonazos al bocazas… Pero, me callo y nada hago.
- ¿Por qué? ¿Por qué se calla?
- Porque las mujeres son las mejores oyentes.
- ¿Por qué?
- ¡En verdad! Las mujeres y los niños son los mejores oyentes.
- ¿Cómo?
- Si tus palabras no los convencen ellos serán generosos al decirle sin medias palabras que eres un idiota.
- Qué malos…
- ¿Malos? – Pregunto y sin esperar respuesta hablo al dueño de la tienda en el Feirarte. - ¡Marcelo! Me hagas un poco de alcohol. – Y él me viene con una cosa débil, sin embargo exquisita, pero no me emborracha. – Tío, hoy quiero algo fuerte; que me hagas olvidar hasta quien soy. – Y él me viene con una cosa que tira fuego en mi garganta y lo saca de mi boca.
- ¡Benito! Si quieres alcohol… Soy alcohol. ¡Bésame!
Miro sus ojos y los bebo. Pero, es historia para otra ocasión.
- No he comprendido la relación entre tu voluntad de propinar bastonazos y la audición de las mujeres…
- No lo dices y no lo diré, “mon ami”.
Miro la palmera balanceándose al viento. Está leja, pero me lleva a mi interior. ¡No! No llevas. Me voy por mí mismo.
- Dicen que el diablo huye de la cruz. Pienso que si Dios corre de alguien es de religiones y religiosos…
Todavía aún decía cuando en la mesa prójima alguien habla “… hemodiálisis. Mi madrecita no conseguía tratamiento porque había mucha gente con la misma enfermedad de ella. Vivíamos en la provincia São Paulo; no mucho lejos de la capital. Entonces los médicos hablaron que en una ciudad de Minas Gerais, Ipatinga, tenía el mejor hospital de Brasil y con menos gente necesitando de sus …”.
- ¡Cuéntame, amigo! Quiero saber.
Salgo mis ideas alienígenas.
- Importa solamente ser lo que somos indo para otro ser mejor.
- Bellas palabras. Pero no comprendí tus ideas.
- ¿He dicho alguna cosa?


Ofereço como presente de aniversario
Luciana Araújo, Juninho Zeff, Alyda Sauer, Pricilla P. Leite, Vera Tufik, Dalvina S. Aredes, Teuler Guimarães, Catarina Angela, Raul Gonçalves, Ivan F. Machado, Jesus D. Duarte, Michelly Tellys e Cemario Campos.

¹ SANTOS, Auíri Tiago Nogueira. Contos Mudernos: causos do sertão. São Paulo: Catrumano, 2014. Página 125.


Escrito originalmente em espanhol no dia 27 de setembro de 2015. E trabalhado em português e espanhol entre os dias 28 de setembro de 2015 e 09 de agosto de 2016 (Devido a um problema no meu computador publiquei com dois dias de atraso).