sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Olá, pessoal.
Convido-os para o espetáculo TERÇAS POÉTICAS AO INTERIOR DE MINAS, que será apresentado no Teatro ZÉLIA OLGUIN, no domingo , 14/12 às 19h30
Música a cargo de Reinaldo Bessa, que já tocou com Geraldo Azevedo, Chico César, Alceu Valença...
Participação da atriz e escritora Telma da Costa.

Leitura de poemas pelos poetas ipatinguenses NENA DE CASTRO E MOACIR CHRISÓSTOMO!

ENTRADA FRANCA!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

MANIFESTO POPULAR EM DEFESA DA CIDADANIA E DA DEMOCRACIA

O texto abaixo me foi enviado pelo gabinete da Vereadora e Vice-Prefeita Eleita Lene Teixeira e tem todo o meu apoio:


A sociedade de Ipatinga não pode se calar diante das tentativas golpistas de quem não aceita a derrota nas urnas e tenta se manter no poder desrespeitando a vontade popular e a supremacia do voto

A sociedade ipatinguense não pode observar em silêncio a vontade popular expressa nas urnas ser vilipendiada e menosprezada, sob o risco de ver cair por terra um dos pilares fundamentais da democracia, que é o sufrágio universal. O povo de Ipatinga não pode permanecer inerte e passivo diante da clara tentativa golpista de substituir o voto e a vontade popular por decisões judiciais que deveriam ter sido tomadas antes das eleições.
A vitória dos candidatos do Partido dos Trabalhadores, Chico Ferramenta e Lene Teixeira, foi fruto da decisão consciente de milhares de eleitores que acreditaram na mudança, que decidiram de maneira democrática colocar fim a um governo marcado pelos desmandos e pela corrupção; que escolheram por vontade própria o caminho da democracia e da participação popular; que optaram livremente por um projeto político e administrativo que propõe a melhoria da qualidade de vida para o povo ipatinguense.
A decisão popular de eleger Chico Ferramenta e Lene Teixeira foi tomada após vários meses de campanha eleitoral, quando todos os candidatos tiveram a oportunidade de expor seus projetos e manifestar suas idéias. Portanto, foi uma decisão tomada com firmeza, à luz do debate político, quando a população exerceu sua cidadania da maneira mais plena.
Ipatinga possui uma das mais prósperas economias de Minas Gerais e seus mais de 250 mil habitantes são pessoas valorosas e trabalhadoras que fazem do município uma referência na produção siderúrgica nacional. Esta gente não pode ter seu destino pisoteado por aqueles que, de maneira desonrosa e pusilânime, insistem em permanecer no poder mesmo depois de serem defenestrados pelo voto popular. O povo de Ipatinga não pode ter seu voto rasgado por aqueles que não respeitam a democracia, que até hoje não admitiram a derrota eleitoral e tentam no “tapetão”, através de manobras e conchavos políticos, impedir a diplomação e posse do prefeito-eleito.
A sociedade de Ipatinga, através de seus integrantes, entidades e associações de classe que assinam este manifesto, reafirma seu compromisso com a democracia, com a cidadania e com a vontade soberana do eleitorado, ao mesmo tempo em que conclama toda a população a resistir e lutar contra qualquer tentativa golpista de não respeitar a supremacia do voto e se manter no poder a qualquer custo.

IPATINGA, DEZEMBRO DE 2008

SAUDAÇÕES DA MARGEM DA VIDA*

O vento baila as árvores lá longe. Olhando pela parede de vidro do sétimo andar do que já foi a Prefeitura Municipal de Ipatinga. Não! O que você está lendo e o que doravante ouvirá não é uma obra apocalíptica. Estamos no fim de uma indigestão política que ameaça perseverar por mais quatro anos, impedindo por questões políticas (leia corrupção) que os Eleitos não assumam o posto que o povo lhe deu.
Agora eu me levanto para trabalhar. Tenho que limpar os três últimos andares da ex-prefeitura. Limpo ruas e limpo a prefeitura. Trabalho nas ruas, estou contratado para as ruas, mas fico aqui... Sem melhora no salário e mais trabalho.
Engraçado! Passaram por mim jovens, adultos e idosos. Passou o im-prefeito. Passaram “tunfe”. Ah! O “tunfe” foi o som do esbarrão que um homem me deu. Uai! Cadê ele? Continuando, passaram dois religiosos cristãos e um pisou no meu pé.
Ninguém me cumprimentou nem sorriram e nem se desculparam. Não é engraçado.
Quem sou eu? Sou Benito Bardo Junior, um seu criado. Sou universitário. Estudo Letras. E para pagar a Faculdade faço limpeza pública.
...
- A Secretaria de Saúde não me ajuda em nada.
- Somos cidadão, né! Estudantes! Deveríamos ser respeitados e eles não ...
O fragmentos de conversa acima eu peguei semana passada. Alvim e Kenim. Dois colegas. Quando os vi parei a limpeza, não sei pra que. Escorei na ponta do cabo de vassoura e sorri para eles e mesmo com menos de um metro de distância eu perdi suas falas ao passarem pela porta.
Bem, volto para o tempo presente. Tenho muito o que limpar.
Por que tanto papel no chão se o que não falta são lixeiras? Não pensam nos limpadores. Não pensam no povo que passa. Como diz a Seicho-No-Ie “O meio ambiente tem alma como a gente”. Esquecem do meio ambiente. Tudo bem que o Autoritário é lixo, mas não justifica o povo emporcalhar tudo.
Mais uma vez, vamos ao meu passado? Um passado próximo.
- Benito! Vamos fazer um churrasquinho lá em casa, sábado. Quer ir? É a americana. Não vai faltar gata.
- Oba! To indo. Quero dizer: to dentro, to fora. To dentro, to fora.
- Então, até lá.
- Inté!
- Oh, véio!
- Alvim, malandro.
- Ce que saca de português. Explica isso para mim.
- Agora?
Voltemos ao serviço. Quer me ajudar? Pegue aquela vassoura ali. Termino o meu trabalho e vou estudar. Curso noturno. De tarde, limpando as ruas ou a ex-prefeitura. De manhã, sou voluntário do GASP no Arrastão Solidário com Marcela, Sindi e Julierme. Onde investimos em crianças em situação de risco para que tenham como resolver as violências que vivenciam\sofrem (Sobre o GASP veja 031-3822-4565 ou http://ppgasp.blogspot.com).
- O que você sonha?
- Não responde não porque eles são do conselho tutelar e vai te levar para a cadeinha.
- Não somos não. Somos do GASP.
- Vou responder sim. Eu sonho em ser feliz e ter família.
- Nóó!
- Ah! Tem mais uma coisa. Sonho também com uma bicicleta.
- O zoiudo. Ce quer tudo.
É tarde. Estou terminando a limpeza. Como estou atrasado vou de uniforme mesmo. Vem comigo? Vamos na minha moto. A Possante Engasgante. Cabei.
Chegamos na faculdade. Passamos por Marcos, Lídia, Davi. Passamos por Kenim. Passamos por dois professores. Ali está o Alvim. Passamos por mais colegas. Chegamos. Aqui é o banheiro. Tiro o uniforme, limpo-me. Fique aí e veja. Saio.
- Boa noite, Benito. Diz Kenim.
- Boa noite!
- Entendeu a matéria? Pergunta Lídia e o grupinho olha para mim. Tapinhas nas costas. É o Alvim me cumprimentando.



* Título retirado de uma frase do livro FIRMIN, de Sam Savage, Edt. Planeta do Brasil Ltda, cap. 06

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

4 COISINHAS, ENTRE ALEGRES E TRISTES

Saindo da rodoviária de Governador Valadares, ouço ao passar diante de um barbeiro:
- Quanto é o corte?
- Para você é barato... Só tem metade.

Ao entrar em minha casa, em Ipatinga, um adolescente desconhecido:
- Você tem alguma coisa para eu comer. Estou com fome. Minha família não tem nada e me mandou para a rua. Qualquer coisa serve.
Bem! Pelo menos é o que acho que entendi ele sussurrar.
- Tenho sim. Espere um pouco.
Vou para dentro, preparo café com leite, passo manteiga num pão doce, pego uma manga e levo tudo para ele.
Entrego sem olhar para seus olhos. Sem conversar com ele. E penso se eu gostaria mais que além de comida me desse uma olhada nos meus olhos. Não para ver se vê algo ruim. Coisa que, graças a Deus, não fiz. Mas que tivesse um pouco mais de respeito e, quem sabe, amor.

Na semana do dia primeiro de dezembro:
- Moça, pegue panfletos e preservativos.
- Não obrigada! Sou casada e meu marido é fiel.
- O meu também. Pena que hoje ele está no cemitério e me deixou assim.
Outra mulher atravessa a rua e
- Como você oferece tais coisas para gente descente. Eu não faço essas coisas.
- Uai dona. Foi a senhora que veio até mim.
Um sorveiro:
- Fica ensinando coisa errada. Fazendo os meninos serem bobagentos. Incentivando-os a treparem.
- Senhor! Não precisamos incentivar os adolescentes a fazerem sexo. Os hormônios já fazem isso. Não incentivamos ninguém. Apenas dizemos que se vai fazer que façam direito e em segurança. E quem deveria ensinar isso são os pais, mas como eles não ensinam é melhor que aprendam conosco do que errado com certos “amigos”.

Minha amiga supersticiosa:
- Tenho tanto medo de assombração. De alma de outro mundo.
- Por quê? É tudo gente boa.
- Sei lá. O que dou é graças a Deus que meu aniversário nunca caiu numa sexta-feira treze.
- É! Quando é seu aniversário?
- 20 de março.

Trânsito em Ipatinga - Vítima

Miriam, gerente da coopeco

GRANDES AMIGOS,

NO PENÚLTIMO DOMINGO EM IPATINGA O GRANDE PILOTO DE AUTOMÓVEIS, O FENOMENAL SR. SIDNEI PEREIRA DA COSTA, FILHO DO COMERCIANTE MOACIR PEREIRA DA COSTA E ZILDA PEREIRA DA COSTA, RESIDENTE NO BAIRRO CIDADE NOBRE, TRAFEGAVA PRÓXIMO A PORTARIA DA USIMINAS, APROXIMADAMENTE Á 170KM/H EM SEU GRANDIOSO CARRO FIAT STILO QUANDO COLIDIU NA TRASEIRA DO CARRO EM QUE ESTAVA MINHA FAMÍLIA RETORNANDO DA IGREJA.... O GRANDE PILOTO CONSEGUIU EM SUA GRANDE MANOBRA REBOCAR O CARRO DOS MEUS FAMILIARES PELA TRASEIRA POR PELO MENOS 40 METROS ATÉ QUE O CARRO COM MEUS FAMILIARES CAPOTOU....... GRAÇAS A ESTA GRANDE MANOBRA O SR. SIDNEI CONSEGUIU FERIR MINHA MÃE QUE ESTÁ PASSANDO POR CIRURGIA PARA TENTAR RECONSTRUIR O COTOVELO.... CORRENDO O RISCO DE PERDER O BRAÇO....A VIDA..... OS DEMAIS INTEGRANTES DO CARRO TIVERAM PROBLEMAS COMO PLÁSTICAS E FRATURAS DIVERSAS.
ABAIXO DESCREVO OUTRAS ATITUDES DO GRANDE PILOTO APÓS O ACIDENTE...:
1- NAO PRESTOU SOCORRO AS VÍTIMAS... SIMPLISMENTE FICOU OBSERVANDO TODOS AGONIZANDO FRIAMENTE, POIS TODO GRANDE PILOTO TEM QUE SER FRIO, NÃO É GRANDE SIDNEI?
2- NA HORA DA BATIDA ESTAVA MAIS PREOCUPADO EM RETIRAR AS MOCINHAS DE FAMÍLIA QUE ESTAVAM COM ELE EM SEU CARRO, TOTALIZANDO 5 MENINAS, TEMOS TESTEMUNHAS.
3-ATÉ O PRESENTE MOMENTO OS PAIS DESTE GRANDE PILOTO SE OMITIRAM QUANTO AO ASSUNTO, DEMONSTRANDO ASSIM GRANDE, MAS GRANDE INFLUÊNCIA NO CARÁTER DESTE GRANDE PILOTO DESTEMIDO, TALVEZ POR SE ACHAREM SOCIALITES.
ASSIM CASO VCS NÃO QUEIRAM QUE SEUS FAMILIARES SEJAM ALVO TAMBÉM DE GRANDES PILOTOS, ENVIE ESTE EMAIL PARA TODOS EM IPATINGA, FABRICIANO E TIMÓTEO.
PARABÉNS SIDNEI, MOACIR E ZILDA, PELO GRANDE HOMEM, E CLARO PILOTO QUE VCS TEM.... TEREI O PRAZER DE CONHECER ESTE GRANDE PILOTO EM BREVE!!!!!
INFELIZMENTE ONTEM MINHA FAMÍLIA E EU ENTERRAMOS A MINHA IRMÃ - DEVIDO AO TRAUMA SOFRIDO NO ACIDENTE-UMA PANCADA QUE LEVOU NO ABDÔMEN, A LEVOU A UMA EMBOLIA PULMONAR, OU SEJA UM COÁGULO SE FORMOU NO PULMÃO A LEVANDO A UMA PARADA CARDIORESPIRATÓRIA.
GENTILEZA, DIVULGAREM, PARA QUE ESSES IMPRUDENTES NO TRÂNSITO NÃO CONTINUEM DESTRUINDO FAMÍLIAS COM SUAS IRRESPONSABILIDADES.
ATS,
MIRIAM CATARINA F. PAULO

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

DEMIM

Eu estou sempre numa biblioteca – eu mesmo.
Andando pelas ruas, deitado, vendo tv eu estou dentro “demim”. No teatro – assistindo ou trabalhando –, contado ou ouvindo estórias estou dentro “demim”. Estou dentro “demim” sempre lendo meus pensamentos e me extasiando com minha história e minhas estórias. Com menos livros na mão que muita gente eu leio mais que alguns poucos leitores. Eu sou um livro. Sou uma biblioteca. Sou minha história e muitas estórias. Sou um livro aberto. Acredite quem quiser... Ou melhor, leia-me quem souber... E como disse a esfinge “decifra-me ou te devoro”. Bem! Pelo menos comer você eu quero. Devorar e ser devorado.
Ler estórias. Ler histórias. Ser história. Ser estória.
Eu sou Benito Bardo Junior.
Sou poeta.
Sou artista do teatro.
Sou contador de estória.
E tudo isso é pouco diante da biblioteca que sou.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Alguns agradecem a Deus e outros, ao diabo por sentirem\terem algum amor. Eu nada agradeço. Nem sei se tenho algo a agradecer. Nem sei se tenho algum amor. Ou se já tive algum.
Um me disse que a juventude prefere a juventude. Deve ser. Mas foi com a Experiência que aprendi.
Tô sozinho. Queria Lóri aqui. Mas não tá e se tivesse acho que eu estaria só. Assim eu danço. Num silêncio externo danço. Dentro de mim outro silêncio. Ainda assim danço dentro de mim uma dança que foge para fora num rasgão.
Lá fora, vejo pela janela uma noite e ouço o barulho de chuva. Olho para dentro de mim, para o lugar onde danço e me ofusco com o brilho do sol.
Nem mesmo Lóri ausente pode apagar minha luz. Assim danço e começo a cantar. Minha voz é grave. Grave de se ouvir. Mas ainda assim canto e danço ao sol.
Estou com apetite de tanto dançar e com sede após cantar. Deito no chão dentro de mim e durmo sonhando com o barulho do silêncio da noite chuvosa lá fora.