domingo, 6 de novembro de 2016

A LUA PISCA UM OLHO

EL RATO SILENCIOSO


Potira itapitanga.


Em português

Hoje o céu é uma dama da alta sociedade em um fim de noite de gala. Um lindo vestido negro com nuances em cinzas e prata, sem nenhum brilho. Um chapéu combinando, com rendinhas lhe cobre a cabeça e os olhos. Visíveis, só o sorriso da boca lunar e uma pintinha estelar à direita no queixinho. O sorriso some um instante.
Na terra, Humberto de Campos, um homem que viveu no período Império e República, escreveu uma história que, após uns vinte anos que li, reconto segundo minhas memórias e com algumas mudanças.
Uma jovem bailava com seu namorado. E ela pergunta:
- O que você mais gosta em mim?
Ele diz “Tudo”.
- Ai, vai, diga uma coisa em especial. Insiste a moçoila, que se chama Helena.
- Bem, suas mãos... – Responde Soares, que é como se chama o rapaz. – Elas são pequeninas.
- Muito?
- Muito! Microscópicas!
Helena fica espantada, surpresa. Nunca tinha ouvido essa palavra. É que frequentou escolas sem estudar a contento e também que em sua casa se ouve, assiste e lê apenas Bolsonaro, Crivella, Kalil, Malafaia, Veja, Globo... E fala:
- Com licença, querido. Vi meu velho professor e quero matar a saudade.
Enquanto Helena sai Soares vê uma garota sentada com um livro. Ele não sabe, mas ela o observou o tempo todo. No momento, porém, a menina estava, ainda, no prólogo de um livro e meditava nas palavras “Acho que estavam preocupados que me avô me contaminasse com algum delírio incurável do qual jamais iria me recuperar – que essas fantasias de alguma forma estivessem me infectando contra ambições mais práticas”¹.
- O que você está lendo? – Pergunta apenas para puxar assunto com um rabo de saia com quem depois possa dormir.
- Um livro que me recomendaram.
Soares toca no livro para ver a capa causando nela um arrepio que ele não percebe.
- Sou Soares e você?
- Marcela...
- Vi o filme. Até que gostei.
- O trecho que me chamou atenção até agora me faz pensar no capitalismo que dá a ilusão de que trabalhamos para ganhar o dinheiro que nos permita viver para termos o que quisermos.
- Ilusão? Como assim?
- Com o salário, o trabalhador compra roupas, calçados, comida, paga as contas para quê?
- Para tê-los...
- Essa é a ilusão. – Olhando para o rapaz que não lhe acompanha o raciocínio – o dinheiro para comida é para podermos trabalhar, não é nem dá para comprarmos o que queremos sempre que temos vontade. As roupas e os calçados também são para trabalharmos; e a moda que muda sem parar é para sempre comprarmos e comprarmos mesmo tendo roupas em bom estado. Os remédios são para o mesmo fim. As contas também... Se um trabalhador – um pedreiro, por exemplo, ou mesmo um médico, ou advogado, engenheiro – ficar sem trabalhar ele passará fome. Apenas um por cento da população brasileira é realmente rica. Todos os outros noventa e nove por cento dos brasileiros são pobres.
- Eu não sou pobre...
- Não se irrite, por favor. Mas deixa-me explicar. Rico é quem consegue viver mesmo sem nada produzir. Pode até trabalhar, mas consegue viver, e bem, sem estar empregado. As pessoas acham a palavra “pobre” muito vergonhosa porque simplesmente não entendem que não é sinônimo de fracassado, mas sim de quem trabalha para viver.
Os dois se olham por uns segundos enquanto a lua pisca um olho e ela volta a falar:
- Então, se um trabalhador estiver desempregado passará fome. Apenas um por cento da população brasileira, e o mesmo no resto do mundo, talvez até menos que isso, não precisa trabalhar, pois realmente é rica. Todos os demais são pobres.
- Então você está dizendo que, na verdade, pagamos para trabalhar?
- Exato e... – Enquanto Marcela conversa com Soares, voltemos para Helena:
- Professor Marinho! Que bom que o senhor veio à minha festa.
Conversam algumas banalidades e, não aguentando mais, pergunta:
- Professor! O que é “miscroscóspisco”.
- A senhorita deve estar querendo dizer “microscópico”.
- Sim, professor. O que é microco... microscópico?
- É relativo ao microscópio...
- E o que é isso, professor?
- É algo que faz as coisas crescerem...
A jovenzinha põe um dedinho na boquinha, depois olha demoradamente para as mãos, sorri, volta para os braços no amado e diz para Soares: “Safadinho”.
O lunar sorriso some um instante, mas volta minguante.


En español

Hoy el cielo es una dama de alta sociedad en un fin de noche de gala. Un lindo vestido negro con matices en gris y plata, sin ningún brillo. Un sombrero combinando, con randitas cubriendo la cabeza y los ojos. Visibles, solo la sonrisa de la boca lunar y una lunar estrella a la derecha en la pera. La sonrisa sume un ratito.
En la tierra, Humberto de Campos, un hombre que vivió en el período Imperio y República brasileña, escribió una historia que, pasados veinte años que a leí, recuento según mis memorias y, sin echar dados falsos, pongo nuevas cosas.
Una muchacha bailaba con su novio. Y ella pregunta:
- ¿Qué te gusta más en mí?
Él responde “¡Todo!”.
- Ay, va, diga una cosa especial. Insiste la mozalbeta, que se llama Helena.
- ¡Vale! Sus manos... – Contesta Soares, que es el nombre del muchacho. – Ellas son pequeñitas.
- ¿Mucho?
- Mucho. ¡Microscópicas!
Helena se queda espantada, sorpresa. Nunca había escuchado esa palabra. Es que en su casa solamente consumen tele basura, revista basura, música basura… ¿Libro? ¡Jamás! Y habla:
- Permiso, cariño. Vi mi viejo maestro a quien extrañaba mucho y por un ratito quiero hablarle.
Mientras Helena se va Soares echa un vistazo en una muchacha sentada con un libro. Él no sabe, pero ella lo observó el tiempo todo. Sin embargo, en el momento la niña estaba, aún, en el prólogo del libro y meditaba en las palabras “Pienso que estaban preocupados que mi abuelo me contaminase con algún delirio incurable de cual jamás volvería a me recuperar – que esas fantasías de alguna manera estuviesen infectándome contra ambiciones más prácticas”¹.
- ¿Qué lees? – Cómo las muchachas siempre lo dejan de pichinga pregunta solo para promover conversación y, quien sabe, después se quedaren en pleno canchis canchis.
- Un libro que me recomendaron.
Soares tocó en el libro para ver la capa echándola un estremecimiento que él no percebe.
- Soy Soares, ¿y tú?
- Marcela…
- Vi la peli. No es mala…
- Hasta ahora la parte que me está haciendo pensar me recuerda el capitalismo que da la ilusión de que trabajamos para ganar dinero y así vivir comprando todas las cosas que nos apetecieren.
- ¿Ilusión? ¿Cómo así?
- A través de su salario, ¿para qué el trabajador compra ropas, calzados, comida, paga las cuentas?
- Para tenerlos…
- Esa es la ilusión. – Mirando el muchacho que no le acompaña el raciocinio – El dinero para comida es solo para trabajar; con él no es posible comprar todo que deseamos siempre que nos dé la gana. Las ropas y los calzados también son únicamente para trabajar; y la moda que cambia sin cesar es para comprar y comprar mismo teniendo ropas en buen estado. Las medicinas son para el mismo fin. Las cuentas también… Si un trabajador – un albañil, por ejemplo, o mismo un médico, o abogado, ingeniero – quedarse desempleado él se morirá de hambre. Solamente un por ciento de la populación del país es realmente rica. Todos los otros noventa y nueve por ciento de los habitantes son pobres…
- No soy pobre…
- No se quede aburrido, por favor. Pero, déjame explicar. Rico, o sea, mucho adinerado, es quien puede vivir mismo sin nada producir. Puedes hasta trabajar, pero consigue vivir, y bien, sin estar empleado. A las personas nos le gusta la palabra “pobre”; piensan que ella es vergonzosa, solamente porque no entienden que nos es la misma cosa que fracaso ni sinónima de pelado. En verdad, pobre es quien trabaja para vivir.
Los dos se miran en un rato silencioso hasta ella volver a hablar:
- Entonces, si un trabajador estuviere desempleado se quedará hambriento. Solamente un por ciento de la populación del país, y el mismo en el resto del mundo, tal vez hasta menos que eso, no necesita trabajar, pues realmente es adinerada. Todos los demás son pobres.
- Entonces, estás diciendo que, en verdad, ¿pagamos para trabajar?
- Exacto y… – mientras los dos charlan, volvemos a Helena:
- ¡Maestro! Me encanta que ha venido en mi fiesta.
Charlaron algunas banalidades y, no aguantando más, pregunta:
- Maestrito, ¿qué es miscroscóspisco?
- La señorita debe estar queriendo decir “microscópico”, ¿no?
- Sí, maestrito. ¿Qué es microco… microscópico?
- Es relativo al microscopio…
- ¿Y qué es eso, maestro?
- Es un aparato que hace las cosas crecieren…
La jovencita pone un dedito en la boquita, después mira largamente sus manos, sonreí, vuelve para los brazos del amado y dice para Soares: “Descaradito”.
La lunar sonrisa sume un instante, pero vuelve menguante.



Ofereço como presente aos aniversariantes
Roda Alda, Dayane Andrade, Andre Brytto, Amauri Krus, Eduardo R.L. Toledo e Izabela Azevedo.

Recomendo a leitura de “Eu sei quem sou e para onde quero ir”, de Cinara Aline; “Laço”, de Xúnior Matraga; e “Cada um por si”, deste que vos fala. Respectivamente nos seguintes endereços:

¹ RIGGS, Ransom. O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares. Tradução: Edmundo Barreiro e Marcia Blasques. 4ª ed. São Paulo: Leya, 2015. Página 08. Traducción libre de Rubem para español.



Escrito entre 22 de junho de 2014 e 06 de novembro de 2016.

domingo, 30 de outubro de 2016

CACOS EMBOLADOS

CASCOS EMBOLADOS


Potira itapitanga

Um momento e a vida vira um caco
Um momento e tudo se embola
2015 foi mesmo um saco
Quem gosta de Zica é o Cartola.

Nena de Castro
brincando e respondendo à uma quadra minha – 21-12-2015.

A moment Rio Doce (Sweet Ride) is drowned
A moment English language is burned
About both
The politic makes the citizen a drug addict
And it not feel nothing, the devil
And do not forget
Education and health are frozen
Twenty years wreathed.



Em português

Pedras rolam
Enrolam ‘exgente’
Flores vigoram
Revigoram ‘progente’.

Um momento o Rio Doce é afogado
Um momento a língua portuguesa é queimada
Sobre os dois,
A política faz do cidadão um drogado
E não sente nada, a ‘disgramada’.
E não se esqueça
A educação e a saúde estão congeladas
Vinte anos amortalhadas.

Árvores de rubras flores
Cobrem-me a visão do céu
Atapetam-me o lindo céu
Eu queria Natais sem estertores.


En español

La piedra gira
Enrollan ‘exgente’
Flores vigoran
Revigoran ‘progente’

Un rato el Río Doce es ahogado
Un rato la lengua española es quemada
Sobre los dos
La política hace del ciudadano un drogadicto
Y no siente nada la desgraciada
Y no se olvide
La educación y la salud están congeladas
Veinte años amortajadas.

(Traducción de Manuel Ayla):
Árboles de rojas flores
Cúbranme la visión del cielo
Alfómbrenme el lindo cielo
Yo quería Navidad sin estertores.


Ofereço como presente aos aniversariantes
Nena de Castro, Marcello E. Rodrigues, Roberci F. Sá, Urbano P. Souza, Fabiana Conceição, Carol Ribeiro, Cristina Abreu, Adão Gurgel, Alvarino Silva e Moisés Correia.

Dona Zica => Euzébia Silva de Oliveira nasceu em 06 de fevereiro de 1913, casou-se com Cartola em outubro de 1969 e faleceu 22 de janeiro de 2003; foi uma das primeiras integrantes da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira. Depois da morte do marido, sua casa no Morro da Mangueira se transformou em uma espécie de pensão, hospital e centro comunitário do morro. Maiores informações:

Recomendo a leitura de “A Rua”, de Bispo Filho; “Digo e Dizemos”, deste que vos fala; e “O Tempo e as Jabuticabas; Instantes; El Valioso Tiempo de los Maduros; e La Muerte Anunciada de Gabriel Garcia Marques” de Javier Villanueva. Respectivamente nos endereços abaixo:


Escrito entre 21 de dezembro de 2015 e 30 de outubro de 2016.

domingo, 23 de outubro de 2016

GABRIELA RUBORIZADA



Potira itapitanga.

Escrevi o poemeto abaixo ouvindo Alexandre, um dos muito bons músicos de Ipatinga, e experimentando no Feirarte um coquetel criado pelo Marcelo. Sugeri o nome de Gabriela Ruborizada ao coquetel por ser uma diversidade de sabores e por me lembrar do exotismo de Gabriela Cravo e Canela, de Jorge Amado. Recomendo que experimente a bebida na próxima vez que for ao Feirarte.


Em português

Me digo intelectualizado
Falaram que eu me digo.
Mendigo intelectualizado
Não sou.
Como poderia
– Um ou outro –
Com uma língua tão rica?


En español

Me digo intelectualizado
Hablaron que yo me digo.
Mendigo intelectualizado
No lo soy.
¿Cómo lo podría
– Uno u otro –
Con una lengua tan rica?


Ofereço como presente aos aniversariantes:
Alessandro Valerio, Reina de Paz, Diane Mazzoni, Lidia A.R. Viana e Eremita G. Fernandes.

Recomendo a leitura de “A 400 Años de la Muerte de Cervantes, la Creación de Don Quijote”, de Javier Villanueva; “O Nostálgico Sem Rumo”, de Josué S. Brito; “Dia a Dia do Professor”, deste que vos fala; e “Uma Conversa Cíclica Ocorrida em um Ônibus em um Dia Qualquer”, de Sued Carvalho de Mota. Respectivamente nos endereços abaixo:


Escrito entre o iniciozinho da tarde de 12 de outubro e o finzinho da madrugada de 23 do mesmo mês, em 2016.

domingo, 16 de outubro de 2016

PAPAGAYOS ALETRADOS SON UN ECO DE LA TV*


Unlearned parrots are echoes of the TV*.


Em português

Mais um domingo na barraca do Marcelo tomando seus coquetéis, comendo peroá da Barraca do Peixe, tendo a boa companhia dos livros sobre a mesa e...
- Existe alguém que não pense em “meu” e “seu”?
Estranho a pergunta, mais ainda de onde vem. Mas apenas respondo:
- Se nos animais isso não existe. Não é no ser humano que isso ocorra. E... – O som vindo do palco no Feirarte me surpreende e digo: Espere! Agora ele vai cantar Cuitelinho¹.
Eu, que ignorava o cantor caipira apesar de pensar em ir embora... Desisto da ideia para ouvir Leon Guerreiro** cantar aquela delícia. Mal o músico termina e começo a ouvir asneira de quem me acompanha. Preferiria ouvir Leon cantar ‘Índia, Romaria, Professorinha, Meu Primeiro Amor’¹ e outras que ele tocou. Mas infelizmente o barulho é maior.
- Viu o que tá acontecendo? – Do que será que está falando? – É um absurdo o Governo praticamente permitir que qualquer um dê aula.
Meu olhar para ele continua.
- Aqueles investimentos todos na educação e profissionalização – FIES, PRONATEC² e sei lá quantos outros mais foram cancelados.
Meu olhar continua nele.
- Pré-sal entregue para os gringos e...
- Calaboca! – um momento silencioso com olhos nervosos – Cala-te porque você é um dos fedaputa responsáveis por isso. Só lê e vê lixo.
Entre irritado e aborrecido:
- Diz isso porque é petralha³.
- Não sou sequer PT...
- Um zero à esquerda é o que você é.
- Não! O que sou é um zero de esquerda.
- Esquerda, esquerda...
- Fale o que quiser, mas o fato é que apesar de todos os erros pensa no povo e não só em si. É o contrário da direita, que se diz cristã, mas só faz o inverso d’Ele.
Digo e me calo para depois continuar:
- Bebe! Que já me cansou demais.
E finalmente volto a ouvir o cantor:
“Todo mundo ama um dia / Todo mundo chora / Um dia a gente chega / E no outro vai embora”¹. E é o que eu e meus livros fazemos; com dois cd’s do Leon, o gosto bom do peixe na boca e um coquetel na mão.


En español
Corrección de Arline Salazar.

Más un domingo en el kiosco del Marcelo bebiendo sus cocteles, comiendo róbalo del kiosco de pescados, teniendo la buena compañía de los libros sobre la mesa y…
- ¿Será que existe alguien que no piense en “mío” y “tuyo”?
Extraño la pregunta, más aún de donde veo. Pero, solamente contesto:
- Si en los animales eso no existe. No es en el ser humano que eso ocurra. Y… – El sonido viniendo del escenario en Feirarte me sorprende y digo: ¡Espere! Ahora él se va a cantar “Cuitelinho”¹.
Yo que ignoraba el cantante campesino, el cantante de música folclórica, a pesar de pensar en salir… Desisto de la idea para oír Leon Guerreiro** cantar aquella delicia. Mal él termina empiezo a escuchar necedades de quien me acompaña. Preferiría oír Leon cantar ‘Índia, Romaria, Professorinha, Meu Primeiro Amor’¹ y otras que fuimos brindados por él. Sin embargo, el barullo fue mayor.
- ¿Has visto las cosas que están ocurriendo? – ¿De qué será que hablas? – ¡Es un absurdo! El Gobierno prácticamente permite que cualquiera de clases… No exige más conocimiento académico para enseñar. ¡¿Cómo?!
Mi mirada para él continúa.
- Aquellos investimentos todos en la educación y profesionalización – FIES, PRONATEC² y no sé más cuantos otros fueron cancelados.
Mi mirada continúa en él.
- Pre-sal entregues a los gringos y…
- ¿Por qué no te callas? – un rato silencioso con ojos nerviosos – Cállate porque eres un de los cabrones hijos de puta responsables por eso. Solo ve y lee basuras.
Entre indignado y aburrido:
- Dijo eso porque es petralha³.
- Siquiera soy del PT…
- Eres un cero a izquierda.
- ¡No! Soy es un cero de izquierda.
- Izquierda, izquierda…
- Charle todo que quiera, pero la realidad es que a pesar de todos los errores la izquierda piensa en el pueblo y no solo en sí. Es el contrario de la derecha, que se dijo cristiana, pero solamente practica el inverso de Él.
Digo y me callo para después continuar:
- ¡Bebe! Que solo me das cansancio.
Y, gracias a Dios, me volvo a oír el cantante:
“Todos amamos un día / Todos lloramos / Un día llegamos / Y en otro se vamos”¹. Y es eso que mis libros y yo hacemos. Salimos con dos CD’s del Leon, el rico sabor del pescado en la boca y un cóctel en la mano.


Ofereço como presente aos aniversariantes:
Camila Oliveira, Hércules Malta, Igino de Oliveira, Mary Cordeiro, Flávia Frazão, Sheila Esteves, Clara M. Viana, Yasmim Correa, Joana Sangi, Roselene P. Andrade, Leila Cunha, Thiago Troncoso, Agostinho V. Pereira, Lucimar Inácia, Ricardo Viotti e William Salgado.

Depois de algumas semanas falando sobre política no Ad Substantiam voltamos à novela PRAÇA POENTE, capítulo Dois Pesos e Duas Medidas. Se estiver acompanhando, espero que esteja gostando. Se ainda não viu, convido a conhecê-la:

* “Papagayos aletrados son un eco de la TV”. Me dijo Luis Gonzáles en Facebook en la mañana de 09 de octubre de 2016. Traducción libre mía para inglés.

** Sobre Leon Guerreiro poderá ter mais informações através do sítio www.violeirodeaparecida.com.br ou pelo telefone 12-99605-7697.

¹ Cuitelinho es una música campesina brasileña. Cuitelinho (la pronuncia es ‘cuiteliño’) es un sinónimo de colibrí. Índia, Romaria, Meu Primeiro Amor también son algunas músicas brasileñas. El trozo transcrito (traducción libre) en el fin del croento es de la música Tocando em Frente. Oiga abajo algunas versiones de ellas.
Cuitelinho é uma música camponesa (ou, como dizemos no Brasil, caipira ou sertaneja). Cuitelinho é sinônimo de beija-flor ou colibri. Índia, Romaria, Meu Primeiro Amor também são algumas músicas brasileiras. O trecho transcrito no fim do cronto é da música Tocando em Frente. Ouça abaixo algumas versões delas.
² FIES y PRONATEC son o eran algunos planos del Gobierno de investimento en la educación y profesionalización de los jóvenes o personas desempleadas buscando mejorías de posibilidades de trabajo.
FIES e PRONATEC são ou eram alguns planos do Governo de investimento na educação e profissionalização dos jovens ou de pessoas desempregadas que buscam melhorias de possibilidades de trabalho.
³ Petralha (la pronuncia es ‘petralla’) es un termo peyorativo a los partidarios del Partido Político llamado PT. Sin embargo, es usado por los ignorantes contra todos que no aceptan los desvaríos del Gobierno de derecha que está destruyendo el Brasil.
Petralha é um termo pejorativo aos partidários do Partido Político chamado PT. Entretanto, é usado pelos ignorantes contra todos que não aceitam os desvarios do Governo de direita que está destruindo o Brasil.


Escrito entre a manhã de 09 e 16 de outubro de 2016.

domingo, 9 de outubro de 2016

LIVROS LIVRES

LIBROS LIBRES


Potira itapitanga.

Em português

Nas desfolhadas árvores
Maritacas gritam os horrores
A politicagem está aí
E os políticos nem aí.

Então

Para ter bons sonhos
São bons os sonos
Onde o próximo
Esteja próximo a um livro.


Mas

Os livros velhos
Têm duas histórias.
Aquela que conta
E aquela que viveu...

Entretanto

Maritacas não leem livros
Soam os horrores que sofrem
Sonham delícias que não pouparam
Mas vivem somente a sonhar com equilíbrio

- Disse livro ou alívio?
- Livro! Disse livros para desequilibrar malefícios
Livros nas mãos, não presos em edifícios;
Livro, um ou mais, para o alívio.

Pois,

Com livro me livro
Te livras
Nos livramos
Se livram


En español

En los deshojados árboles
Pagayos gritan los horrores
La politiquería está ahí
Y los políticos ni ahí

Entonces

Para tener buenos sueños
Me gustan los sueños
Donde el prójimo
Esté próximo a un libro.

Pero

Los libros viejos
Tienen dos historias.
Aquella que cuenta
Y aquella que ha vivido…

Sin embargo

Papagayos no leen libros
Suenan los horrores que sufren
Sueñan exquisiteces que no ahorraron
Pero viven solo a soñar con equilibro

- ¿Libro? ¿Qué libro?
- Libros para desequilibrar maleficios
Libros en la mano, no preso en los edificios
Libro, uno o más, para el equilibro.

Pues,

Con libro me libro
Te libras
Nos libramos
Se libran


Ofereço como presente aos aniversariantes
Ercília de F. Pacheco, Ricardo A.W. Leite, Luciano G. Botelho, Leticia Pereira, Carmem L. Assis, Rosemary Gomes, Karla Suelen, Gely Fantini, Shirley Maclane, Edmar Pereira, Marcos Pinto e Giovânia Torres.

Recomendo a leitura de “Eu Sou Um Cacto”, deste que vos fala; “Vento-Silêncio”, de Bispo Filho; “Canto Ecumênico”, de Xúnior Matraga.

Recomendo ainda:
CHARLES D’OR canta RENATO RUSSO
“Imagine a voz de 700 pessoas cantando ‘... É preciso amar as pessoas como se não houvesse o amanhã’.” (Beto de Farias).
11 de outubro, terça-feira, no Centro Cultural Usiminas, às 20h.

Escrito entre 15 de dezembro de 2015 e 09 de outubro de 2016.

domingo, 2 de outubro de 2016

O VOO DA ABELHA

EL VUELO DE LA ABEJA


Potira itapitanga.

El caracol, pacifico
Burgués de la vereda,
Ignorado y humilde,
El paisaje contempla.
La divina quietud
De la naturaleza
Le dio valor y fe.
(LORCA, 2001)

Em português

Debaixo da laranjeira em flor duas novinhas baratas falam da vida. Uma fuxica e a outra ri.
- Você viu aquele caracol que viajou o mundo e conheceu uma formiga doida que via estrelas? – Fuxica fala e Risinho pergunta:
- O que são estrelas?
- Não existe, boba. Era ilusão da louca... A formiga doida dizia que estrelas eram “luzes que temos sobre as cabeças” ou algo assim. Mas, conhecia o caracol?
- Sim, eu o conheci! Por que está me perguntando, Fuxica?
- Ele morreu.
- Verdade? – Dá um risinho nervoso. – Por quê?
- Duas rãs velhotas disseram que ele era um herege e...
- E a Igreja do Jardim o prendeu e com a ajuda de Deus o fez confessar! – Ri irônica.
- Com a ajuda de Deus. Como sabe, Risinho?
- Sei... Somente sei.
- A Igreja, com a ajuda de Deus, o fez confessar e pela santa vontade de Deus o matou.
- Bendito seja Deus por nos livrar dos hereges.
- Bendito seja!
- O amor, se existe, é somente debaixo das flores de laranjeira. – Risinho filosofa.
- Mas chega de conversa. Está na hora da gente ir votar.
- Eu vou votar no Padre Aranha. E você, amiga?
- Sei não... Ouvi dizer que ele gosta muito de levar insetinhos para a teia dele...
- Tudo mentira. Ele é uma aranha boa.
- Bem, então meu voto seria para ele se não fosse o Pastor Bastião Escorpião prometer com o chapéu na mão o mesmo que a Prefeita do quintal vizinho.
- Disseram que ele simplesmente copiou o plano de governo da outra além de fazer comício até no Quintal e não só aqui no Jardim...
- Mentiras, boba! Mentiras! Foi erro de digitação. É muito fácil confundir Jardim com Quintal e escrever um no lugar do outro...
- É? Mas e o comício?
- Foi... ah... Foi para conseguir votos de quem mora lá... Isso, foi para conseguir votos! E assim salvar Jardim.
- Aleluia!
- Aleluia!
E sem mais nada dizerem cada uma foi cumprir inocentemente seu dever cívico sem medo de seu voto ser golpeado e terem a Presidente retirada criminalmente e à força.
Entretanto, o dia passou e uma abelha voou acima da laranjeira e olhou o céu no fim da tarde; praticamente noite. E...


En español

Bajo el naranjo en flor dos cucarachas muchachas charlan de la vida. Una chismea y la otra reí.
- ¿Has visto aquél caracol que viajó el mundo y conoció una hormiga loca que veía estrellas? – Habla la Chisme y la Risa indaga:
- ¿Qué son estrellas?
- No existe. Era ilusión de demente… La hormiga loca decía que estrellas eran “luces que llevamos sobre nuestra cabeza” o algo así. Pero, ¿conocías el caracol?
- ¡Sí, lo conocí! ¿Por qué preguntas, Chisme?
- Él si murió.
- ¿Verdad? – reí nerviosa. – ¿Por qué?
- Dos ranas viejas dijeron que él era hereje y…
- ¡Y la Iglesia del Jardín lo encarceló y con ayuda de Dios lo hice confesar! – Reí irónica.
- Con ayuda de Dios. ¿Cómo sabes, Risa?
- Lo sé… Solamente sé.
- La Iglesia, con ayuda de Dios, lo hice confesar y por la santa voluntad de Dios lo mató.
- Bendito sea Dios por nos librar de los herejes.
- ¡Bendito seas!
- El amor, se existe, es solo bajo las flores de naranjo. – Risa filosofa.
- ¡Ahora basta! Hemos platicado demasiado. Y tenemos que votar.
- Votaré en el Cura Araña. ¿Y tú?, amiga.
- No lo sé… He oído decir que a él le gusta mucho llevar insectitos para su telaraña y arañarlos…
- Mentira, mentira. Él es una araña buenísima.
- Siendo así, entonces mi voto sería para él se no fuese el Pastor Alan Cran prometer con el sombrero en la mano las mismas cosas que la alcaldesa del patio vecino.
- Dijeron que él simplemente copió el plan de gobierno de la otra y que has hecho mitin hasta en el Patio y no solo acá en el Jardín.
- Mentiras, tonta. ¡Men-ti-ras! Ha sido un error de digitación. Es fácil confundir las letras de Jardín y Patio y escribir un en el lugar del otro…
- ¿Es así? Pero, ¿y el mitin?
- Ha sido… ah… Fue para conseguir votos de los vivientes de allá… Eso, ¡ha sido para conseguir votos! Y así salvar Jardín.
- ¡Aleluya!
- ¡Aleluya!
 Y sin más nada dijeren cada una se fue inocentemente a cumplir su deber cívico sin miedo de su voto sufrir un golpe ni de defenestraren criminalmente la Presidente electa por la mayoría.
No obstante, el día se fue y una abeja voló arriba del naranjo y miró el cielo al fin de la tarde; prácticamente noche. Y…


Ofereço como presente aos aniversariantes
Amanda Morais, Margarida Tisquinha, Efigenia Silva, Renato Gomez, Antonio Masseca, Erica Fernandes, Carlos Magalhaes, Nei Gomes, Siloene de Oliveira, Hevy Carreiro, Keleston Abreu, Nilmar Lage e Yasmine Pimenta.

Recomendo a leitura de “Fila”, de Maison Furtado; a entrevista “Mila Huby”, de Gianmarco F. Cerdán; “Carta Resposta ao não Convite para o ‘Debate de um Homem Só’”, de Xúnior Matraga; “Política e Políticos ou o Povão”, deste que vos fala. Encontram-se nos endereços abaixo:

LORCA, Federico García. Antología. Madrid: LIBSA. 2001. Poemas Los encuentros de un caracol aventurero y Dos Muchachas.


Escrito originariamente en español entre la mañana de 21 de noviembre de 2015 y 02 de octubre de 2016.