PERCEPÇÕES E CONCEPÇÕES DE UM ARTEIRO ARTISTA E DE UM ARTISTA CIDADÃO.
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Vou fazer política
Tribunal confirma cassação de Quintão em processo de arrecadação ilícita de recursos
Os juízes do TRE-MG, na sessão desta terça-feira (27), por cinco votos a um, confirmaram nesta terça-feira a cassação do prefeito de Ipatinga Sebastião Quintão (PMDB), e do vice-prefeito Altair Vilar (PSB), por arrecadação e gastos ilícitos de recursos na campanha eleitoral (artigo 30-A da Lei 9504/97). Eles negaram provimento ao recurso apresentado pelos cassados contra a decisão de primeira instância que, em setembro deste ano, cassou os diplomas de ambos. Também foi determinada a marcação de nova eleição para prefeito e vice do município, em data ainda a ser definida. A ação foi apresentada pelo Ministério Público Eleitoral de Ipatinga.
A maioria dos magistrados acompanhou o voto do relator do processo, juiz Benjamin Rabello, pela confirmação da cassação. Segundo ele, foi averiguado comportamento malicioso dos candidatos para camuflar os dados reais dos gastos de campanha. De acordo com o juiz, houve inconsistência nas declarações dos gastos e foram apresentados documentos desprovidos de credibilidade, tendo havido escamoteamento de origem de mais de um milhão de reais. Segundo ele, foram utilizados recursos de fontes desconhecidas. Para o relator, houve a comprovação de fraudes na arrecadação dos recursos, “denunciando a ilicitude perpetrada”. E concluiu: “As condutas praticadas pelos réus são mais pérfidas do que o caixa dois, porquanto mais ambiciosas. A Justiça Eleitoral não conhece a verdadeira origem de mais de dois milhões de reais que aportaram na conta de campanha de Quintão”.
A juíza Mariza Porto concordou com o relator, destacando que a movimentação de dinheiro na campanha começou antes do registro da candidatura, contrariando a legislação. “Não existe transparência na prestação de contas do candidato”, ressaltou. No entanto, a juíza entendeu que a segunda colocada é a candidata Rosângela Reis, porque o candidato Chico Ferramenta não teve o registro deferido. “Ele não foi candidato”, conclui ela, para apontar que votava no sentido da posse de Rosângela Reis na prefeitura.
O juiz Ricardo Rabelo ressaltou, ao concordar com relator, que “o comportamento do candidato refoge completamente do que deve ter um candidato comprometido com a ética e com a transparência de suas contas, pois há uma séria de questões que não ficaram claras. Em termos de prestação de contas, não pode haver perguntas sem resposta, o que ocorreu no caso”, afirmou. O desembargador Baía Borges e a juíza Maria Fernanda Pires também concordaram com o relator.
Apenas o juiz Maurício Torres votou por dar provimento ao recurso de Quintão, no mesmo sentido do procurador regional eleitoral, José Jairo Gomes, para quem não restou comprovada, no processo, a arrecadação ilícita de recursos
Neste processo (RE 8528), os políticos são acusados dos seguintes ilícitos: arrecadação e utilização de recursos provenientes de concessionária de serviço público, no valor de R$ 1.000,00; utilização de recursos, supostamente próprios, em valor superior ao patrimônio declarado à Justiça Eleitoral; declaração patrimonial inicial de 3.500 sacas de café, sendo que, em declaração posterior, para justificar patrimônio maior, o total de sacas atingiu 6.293; existência de movimentação financeira em benefício da campanha eleitoral anteriormente ao registro de candidatura, comprovada por notas fiscais de venda de café datadas de 30/06/08; celebração de contrato no valor de R$ 500.000,00, junto à Sinai Agropecuária S.A., pelo prazo de 1 ano, sem incidência de juros; utilização de recursos provenientes do Cartório de Registro de Imóveis, mesmo estando afastado das funções registrais desde 2005, quando assumiu a Prefeitura de Ipatinga.
A decisão do TRE mineiro tornou prejudicado o voto de minerva que seria proferido pelo presidente do Tribunal, desembargador Almeida Melo, também na sessão desta terça-feira, para julgamento de pedido de liminar de Quintão (Agravo
A prefeitura de Ipatinga, desde a cassação de Quintão, no primeiro semestre de 2009, está sendo exercida pelo presidente da Câmara Municipal, Robson Gomes da Silva (PPS).
Tribunal cassa o diploma de Sebastião Quintão em processo movido pela coligação adversária
Por seis votos a zero, o TRE-MG, na sessão desta terça-feira (27), decidiu cassar os diplomas do prefeito e do vice-prefeito diplomados de Ipatinga, Sebastião Quintão (PMDB) e Altair Vilar (PSB). Mas a decisão, em um recurso contra expedição de diploma apresentado pela Coligação “A Força do Povo”, só será executada após eventual recurso ser julgado pelo TSE, segundo o voto de quatro dos seis juízes do Tribunal.
Com relação à cassação, os juízes seguiram o voto do relator do caso, juiz Benjamin Rabello, que afirmou ter se baseado, para concluir pela cassação, nas provas recolhidas em outros processos, de uso exorbitante e desproporcional do poderio econômico na campanha e de uso de programa assistencialista da prefeitura para coação de eleitores. O relator defendeu, no entanto, que a decisão fosse cumprida de imediato – no que foi acompanhado pelo juiz Maurício Torres.
A juíza Mariza Porto concordou com o relator quanto à cassação da chapa: “houve abuso do poder econômico por parte de Quintão, não tendo ficado clara a origem dos dois milhões que passaram na conta do candidato”. No entanto, de acordo com a juíza, a decisão só deve produzir efeitos depois do julgamento do TSE, conforme o artigo 216 do Código Eleitoral*. Os juízes Ricardo Rabelo, Maria Fernanda Pires e o desembargador Baía Borges votaram também para que os efeitos só sejam produzidos após a decisão do TSE.
Neste recurso proposto pela Coligação “A Força do Povo”, liderada pelo PT, Quintão e Vilar são acusados de uso abusivo de obras e programas municipais em proveito de suas candidaturas, com ameaça de excluir moradores de um bairro de Ipatinga dos benefícios do Programa Morar Melhor, além de corte de outros benefícios como o Bolsa-Família. Também no recurso, Quintão e seu vice são acusados de utilização de recursos em campanha eleitoral oriundos de fonte vedada, bem como utilização de recursos próprios em valor superior ao patrimônio declarado à Justiça Eleitoral.
O mesmo entendimento do relator teve o procurador regional eleitoral, José Jairo Gomes, que afirmou em seu parecer que, “a forma arbitrária e ríspida com a qual os apoiadores políticos dos investigados abordaram moradores de um bairro naquela cidade, apesar de ter surtido efeito contrário, gerando imagem negativa de Sebastião Quintão, nem por isso deixou de configurar abuso de poder; é incontestável pensar que o medo gerado nos munícipes não gere desequilíbrio na disputa eleitoral, ainda que tal técnica tenha causado uma impressão no seu íntimo; evidente, portanto, a potencialidade lesiva do fato para desequilibrar o pleito, restando configurado o abuso de poder”.
* Artigo 216 do Código Eleitoral: “Enquanto o Tribunal Superior não decidir o recurso interposto contra a expedição do diploma, poderá o diplomado exercer o mandato em toda a sua plenitude”.
Mas no afligir dos ovos o que sei que podem contar com meu voto ... em branco. É como disse um conhecido meu “para que votar se meia dúzia de sujeitinhos dizem que meu e o dos outros cento e tantos mil habitantes não valem nada... E faz essa confusão toda atravancando tudo”.
Um pássaro tenta fugir da gaiola e se sangra na peleja até que abro minha cabeça e ele voa.
Há pessoas que me criticam e muitos nem sabem que escrevo. Um lado, falatório. Outro lado, silêncio. E num triângulo, vejo que alguns sabem, não lêem e ainda criticam.
Um pássaro tenta fugir da gaiola e se sangra na peleja até que abro minha cabeça e ele voa. Primeiro pensei que a ave fugiu e fiquei com medo e decepcionado. Depois vi que o pássaro voou alto e fui com ele.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
MESTRES
Nena, Nena, Nena.
Se você se chamasse
Filomena
Isso seria rima
Nunca solução.
Bem, talvez...
Insolúvel solução
Na xixícara sócio-polititica
Dos cultos neo paleolíticos
Da modernidade do futuro passado.
E o que digo?
O que digo é que não digo nada.
O poeta é cobra que Deus deu asa
Ou talvez uma freira com toque de puta
Ou então puta com ar de freira.
O que é um poeta
Senão bunda de corcunda
Com os peitos de silicone vencido da bruxa?
Se já foi poetizado que somos tão fingidos
Que não sentimos o que sentimos.
O que é um poeta
Senão gato que alçou vôo
Nadando no chuveiro
Como palavras que caem
E tentamos dar sentido a elas
Sendo que são elas que dão sentidos a nós.
Doutro lado o poeta é
Palavra de anjo.
Anjo de rabo e chifre
Com odor de enxofre
Ou anjo de aureola e asa
Com perfume de suaves flores
Mas o que importa é que
Poeta é anjo
Poeta é cobra alada
Poeta é freira
Poeta é bumbum de bruxa corcunda
Poeta é Nena de Castro
Cida Pinho
Marília Siqueira
Bruno Grossi
Diane Mazzoni
E eu o que sou?
Aprendiz da palavra
Aprendiz dos mestres acima.
Comecei a fazer os versos acima dois anos atrás como um presente a Nena de Castro. Inspirei-me na música Pagu cantada por Rita Lee e mais ainda na poesia que são os meus mestres: Nena, Cida, Marília, Bruno, Diane e outros. E creio que daqui uns dois anos ela possa ficar boa, digna deles.
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Cia Bruta de Teatro
Convidamos para "Oficinão de Literatura de Cordel", curso teórico-prático sobre Literatura de Cordel com metodologia e jogos teatrais.
Anexo Flyer.
Divulgue.
Inscrições no local ou pelo telefone.
Franklim Drumond – Secretário - Assessor de Comunicação
Cia Bruta de Teatro
Ipatinga|MG
31 | 38250807 | 85364938
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
SEMENTE
Rubem Leite
dezembro de 2005 – outubro de 2009
Cigarro entre dedos da mão esquerda.
A fumaça se aproxima de meu rosto
Sua brasa vem e vai ao meu peito.
Um tesão de medo com desejo.
Nos loucos, a razão
Nos bêbados, a verdade
Quem vive sem vergonha de ser feliz?
O bêbado racionaliza
A verdade do louco
Tenho coragem de ser feliz?
Faço a realidade que ainda não é?
Que é a morte para o poeta?
É a falta de coragem?
Agradeço aos meus pais de quem não vim.
Eles plantaram sementes...
E nasci de mim mesmo a contragosto
Ou pelo bom gosto que deixei.quinta-feira, 15 de outubro de 2009
PAPÉIS
Rubem Leite – 07-09\10\09
É tudo um silêncio. Nada mais além do silêncio.
Às seis horas da tarde um garotinho de bermuda verde e camisa vermelha brinca sorrindo pelo Parque Ipanema. Do nada no ar desce uma folha de papel verde. Um minuto. Outra folha desce sobre o menino.
Às seis horas da tarde no Centro de Ipatinga as pessoas vão encerrando suas atividades. Do ar no nada descem folhas verdes de papel sobre a mutidão.
Às seis horas da tarde no Vale do Aço milhões de folhas verdes caem sobre cidadãos que não vêem de onde estão vindo.
É tudo um silêncio. Nada mais além do silêncio. Ninguém fala nada. Pasmos? Surreal!
Um carro para no Parque Ipanema. Quatro homens algemados em duplas saem do seu interior indo para a criança.
Um ônibus para na praça 1º de Maio. Dezenas de pessoas algemadas em pares saem do seu interior cercando a multidão.
Um comboio para na Região Metropolitana. Centenas de pessoas algemadas saem do seu interior fechando as cidades.
É tudo um silêncio. As árvores não dançam ao assobio do vento. Os carros não zunem a toda. As cigarras dormem em pleno verão. Nada mais além do silêncio.
Os homens vestidos de cinza andam
As mulheres vestidas de marrom andam
Os idosos vestidos de roxo andam
As crianças vestidas de azul-marinho não andam.
É tudo um silêncio. Canhotos algemados pelo punho esquerdo. Destros algemados pelo punho direito. Sem perguntas. Sem respostas. Sem orientações. Sem dúvidas. O sol se põe com todos nas ruas. O sol nasce com todos em seus lares. Nada mais além do silêncio.
Pedro não está algemado a ninguém. Ninguém está algemado a Pedro. Ele entra em sua casa. Só. Não há sensações
- Atenção! Emissora sintonizada com o mundo inteiro. Quem puder trabalhar, trabalhe. Quem não pode, deve se desativar. A ordem deve prevalecer.
Pedro diz para o rádio. Do silêncio do rádio ouve-se:
- Da Terra tudo acontece para o nexo. Do mundo dos espíritos para a Terra: Está na hora do mal e do bem fundirem-se. De Óberon em Andrômeda para Terra na Via Lacta: O caos corrige a desordem da ordem. Acate todas as ordens do ordeiro caos.
Ao invés de responder Pedro pensa: Conhecer alguém é difícil. Não conheço nem a mim quanto mais Sofia. Eu a quero... Será? É para sempre enquanto durar? É para sempre até o fim? Já quis Carla. Já quis Maria Flor, Eunice, Marina, Martha. Já quis Resende Junior. E com Márcia tive filhas... Filhas que morreram. Não tenho idade para sequer me conhecer quanto mais conhecer os outros. Mas acho que dessa vez é para valer.
- Olá, computador! Sua programação o faz trabalhar para mim. É preciso funcionar. Da tv saem tais palavras.
É tudo um silêncio. Canhotos algemados pelo punho esquerdo. Destros algemados pelo punho direito. Sem perguntas. Sem respostas. Sem orientações. Sem dúvidas. O sol se põe com todos nas ruas. O sol nasce com todos em seus lares. Nada mais além do silêncio.
Um som na lagoa do parque. Um nado no Ribeirão Ipanema. Uma onda no Rio Piracicaba. O sol se põe com todos em seus lares. Nenhum carro. Nenhum ônibus. Nenhum comboio. O sol nasce com todos na rua. Seis horas da manhã os cidadão vão trabalhar no Vale do Aço. Meio dia as pessoas exercem suas atividades
É tudo sonoro. Nada mais além de sons.