sexta-feira, 16 de outubro de 2009

SEMENTE


Rubem Leite

dezembro de 2005 – outubro de 2009

Cigarro entre dedos da mão esquerda.

A fumaça se aproxima de meu rosto

Sua brasa vem e vai ao meu peito.

Um tesão de medo com desejo.

Nos loucos, a razão

Nos bêbados, a verdade

Quem vive sem vergonha de ser feliz?

O bêbado racionaliza

A verdade do louco

Tenho coragem de ser feliz?

Faço a realidade que ainda não é?

Que é a morte para o poeta?

É a falta de coragem?

Agradeço aos meus pais de quem não vim.

Eles plantaram sementes...

E nasci de mim mesmo a contragosto

Ou pelo bom gosto que deixei.

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