Sono.
Fecho os olhos.
Vejo um lugar em penumbra. Teias de aranha
em muitos cantos.
Em cada uma há alguém.
Um rapaz está trêmulo de ansiedade, de
pavor, de desejo.
Uma grande aranha, muito maior que o jovem,
com seu modo assustador anda pelo lugar, sobe na teia.
Ele teme, mas o desejo é maior.
A aranha pica o moço.
Este sorri e se agita. Desprende-se da
teia, exceto por um fio.
Vê o universo e outras maravilhas.
Tempos depois – apavorado, desesperado,
ansiando, desejando – volta para seu lugar na teia e se prende à espera da
próxima aranha a picá-lo.
Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve todo domingo neste seu blog
literário: aRTISTA aRTEIRO. É professor de Português, Literatura, Espanhol e
Artes. É graduado em Letras-Português. E pós-graduado em “Metodologias do
Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua
Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”. Autor dos artigos
científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e
Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola,
Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e
“Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”. Foi, por duas gestões, Conselheiro
Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).
Imagem: Aranha – foto do autor de um artesanato ganho alguns anos atrás de um mochileiro.
Não registrei a data de escrita.
Um comentário:
Forte a mensagem.
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