sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

QUEM VELARÁ AS ÁRVORES MORTAS?


Obax anafisa.


Oiti verdejante tem um terço de sua copa queimada pela estupidez humana. E debaixo do belo adolescente chorão acontece nossa história.
- Não viaja em mim. – Pequena pausa entre uma frase e outra. – Não viaja em mim. Não viaja em mim. Não viaja em mim. Não viaja em mim. Não viaja em mim.
- Você pegou meu cachimbo, Magnólia.
- Não viaja em mim. – Pequena pausa entre uma frase e outra. – Não viaja em mim. – Uma frase praticamente emendada à outra: Não viaja em mim. Não viaja em mim. Não viaja em mim. Não viaja em mim.
- Devolve meu cachimbo.
- Não viaja em mim. – Pequena pausa entre uma frase e outra. – Não viaja em mim. Não viaja em mim. Não viaja em mim. Não viaja em mim. Não viaja em mim.
- Mintrega minhas pedra.
- Não viaja em mim. – Uma frase praticamente emendada à outra. – Não viaja em mim. Não viaja em mim. Não viaja em mim. Não viaja em mim. Não viaja em mim.
- Magnólia, sua vadia acabada nas pedra, me devolve se sabe o que é bão procê.
Mãos viajam encurtando espaços, o pardal viaja para longe e as árvores estão estáticas.


Ofereço aos aniversariantes:
Susilene Justino, Lilian Ferreira, Helena L. Lopes, Orlando Júnior, Luzmara Gonçalves, Alex de Sá, Matheus F. Xavier, Breno Guerra, Ludiane Candido, ao Grupo Cataversos da Mooca e a minha irmã e seu neto: Mª Fátima W.L. Macedo e Eduardo A. M. Almeida.

Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas. O texto é minhas flores para você e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.

Escrito entre 02 de janeiro e 22 de fevereiro de 2013.

O título veio de uma frase distribuída na amostra (Praça Primeiro de Maio – 02-02-13) do workshop ministrado por Anadel Lynton com o grupo Híbridus Dança, Ipatinga MG.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

MINHAS MÃOS


Obax anafisa.

“a palavra tem de lutar para não ser silêncio”.
(COUTO, 2011).


Minhas mãos
Não são manchas senis
Mas elas estão lá
Não são mãos juvenis
Fizerem nelas um lar.

Minhas mãos
Estranham a velhice
Ser visto: sem ter sexo,
Ser pura parvalhice,
Inútil descomplexo.

Minhas mãos
O tempo passa em pó
Tocam teias de aranha
Pra você peso mó.

Minhas mãos
Fizeram-me um livro
À espera na estante
Num instante te livro.


Ofereço como presente de aniversário aos meus queridos:
Pedro Apk, Paulinho Manacá, Albino de la Puente, Luciano F. Soares, Wellington P. Santos, Edson Rossatto, Ana Mª Guerra, Luciana F. Diniz, Marivalda Lima, Claudina Abrantes, Rodolfo Bello, Zé Mº Pimentel, Torosca Silvestre, Alessandra de Cássia e Fernanda Lima.
Escrito entre 11 e 15 de fevereiro de 2013.
AVISO! Meus leitores e aniversariantes, aconteceu algo que me doeu. Todos os meus trabalhos artísticos em construção se encontravam em um pendraive que se danificou. Assim, o texto original seria um cronto que vim trabalhando a mais de um mês e não o presente soneto. Consegui reverter, porém eu afianço: coloquei nos versos acima tanto carinho e respeito que não vi porque rejeitá-lo. Então são eles que lhe ofereço.
Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas. O texto é minhas flores para você que me lê e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.
COUTO, Mia. E Se Obama Fosse Africano?. 1ª reimpressão – São Paulo: Companhia das Letras, 2011. Língua que não sabemos que sabíamos.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

INDO AO VENTO


Obax anafisa.


“eu nu, dentro de casa, lívido de medo, sem saber o que fazer. Me lembrei que na cozinha tinha um facão grande. Abri a porta brandindo o facão ameaçadoramente, mas era uma freira velha quem estava lá em pé, com aquela coisa preta que elas usam na cabeça. Eu havia me enganado. Quando me viu nu, de facão na mão, a freira saiu correndo, gritando pelo corredor”.
(FONSECA).

Depois de ler “... e as primeiras acácias breve comecem a chover ouro sobre a calçada onde passeio minha nefasta melancolia”¹ fecho os olhos, recosto num tronco e transporto para o presente a viagem de ontem:
Lendo Rubem Fonseca eu rio sentado na desconfortável cadeira de espera da rodoviária de Ipatinga. Diferente de Rubem Braga, que geralmente me faz gargalhar, Fonseca dificilmente me deixa rir. Mas, você que me lê, isso te interessa? Pelo sim pelo não... O sujeito sentado ao meu lado, um policial, olha-me meio de banda, porém assim faz, acredito, não porque um soldado nada tendo a fazer se incomoda e incomoda quem tem o que realizar. Não, não creio que foi essa a causa. Olha-me porque às seis e meia da manhã não é costume de se rir pelo que contém um livro. O militar então se levanta e sai. Por minha causa ou para o tempo andar com ele? Não sei dizer. Espere! Penso que achou mais interessante cantar a garota mais adiante do que interromper meus risos e leitura. Que bom que foi encher o saco dela. Quero dizer, que bom que achou algo interessante para fazer. Voltando ao Rubem, um dizer dele...
- Qual deles?
- O Braga. Uma frase dele me faz caraminholar enquanto olho à minha frente o montão de fios suspensos nos postes, as palmeiras mirradas (apesar da idade) com suas verdes folhas pretas pelo pó da cidade, dois prédios sem graça de quatro andares, uma carreira de predinhos térreos ainda mais feios, um retângulo de céu cinzamente nublado e...
- Bom dia, Benito!
Meus pensamentos são interrompidos por uma amiga. E enquanto percebo outra vez o tronco em que me recostara vejo galhos de espirradeira emoldurando-lhe, por trás, o rosto. Então lhe respondo.
- Bom dia, Simone!
- Como foi em BH?
- Rubem já está escrevendo um cronto sobre isso.
- Qual Rubem?
- O Leite.
- E para você como foi?
- Vejamos o que ele diz através de mim:
A viagem foi tranqüila. Peguei ônibus às sete horas e às onze e trinta cheguei na rodoviária da capital de Minas. Peguei metrô até Vilarinho, a estação final, esperei quase uma hora para pegar ônibus para Cidade Administrativa (de cinco em cinco minutos tem ônibus exclusivo para quem trabalha lá, mas para o povo apenas duas vezes por hora. Por que será?). O terreno da sede administrativa do Estado é mais ou menos do tamanho do minúsculo Centro de Ipatinga e tem apenas três prédios muito lindos, em vidros negros. Não compreendo por que receber tal nome. Três prédios agarradinhos tá mais para “Shopping Administrativo”...
- Kkkkkkkkkkkkkkkk!
- O prédio do Governador, o edifício Minas e o edifício Gerais. Ah! Tem um outro sem janela e de formato moderno, talvez de um olho, que não tenho noção da finalidade. Entrei no Gerais. Até para ir ao banheiro é preciso apresentar crachá para recepcionista liberar a porta.
- Kkkkkkkkkkkkkkk!
- Sério! Ainda bem que eu não estava com diarréia. E tem ainda outra construção compriiiiiiida em madeira que acho que é a senzala... E conheci alguns agentes culturais que também foram buscar “us paper”.
- Senzala, lá?
- Bem, não sei. Mas o que aquela imensa construção em madeirite cheia de vigilante do lado de fora está fazendo perto daquelas casas grandes?
- Você é sensacional, Benito.
- Eu não, o autor sim. – Quando Benito diz isso eu quase acredito. – É com ele que você está conversando através de mim. Fiz amizade com um músico, Breno Mendonça. Depois que pegamos a autorização para “caçarmos” patrocinador descemos e esperamos um tempão o ônibus para o metrô. Pegamos e descemos onde cada um queria. Andei por mais ou menos uma hora no Centro. Comprei um cachorro quente nas Lojas Americanas (quando eu era criança havia uma imensa área para livros. Agora só tem algumas estantezinhas de livros chatos, ou melhor dizendo, comerciais. E o cachorro quente encolheu...).
- Kkkkkkkkkkkkk! Deu até vontade de estar lá com você. Para rir mais.
- Quase fui atropelado porque bobamente quis atravessar a rua fora da faixa e com muito custo e paciência dos motoristas cheguei espavorido a uma praça onde me desvencilhei quase aos tapas dos vendedores de vaga em vans. Entrei na rodoviária...
- Kkkkkkkkkkkk!
- Comprei a passagem, esperei quinze minutos entrei no ônibus e inventei uns versos para a escritora Gabriella Silva “Da janela do ônibus na rodoviária chove folhas verdes e uma flor amarela. Estou indo folha ao vento”. Cheguei em casa às dez e meia da noite pronto para soltar meus cachorrinhos que ficaram presos em meu quarto o dia todo. Dormi e acordei ainda prostrado.
Termino a narração, conversamos mais um pouco, Simone se vai e ficamos a sós, eu e você, entre as espirradeiras e os ipês.


Ofereço aos aniversariantes:
Elcio Oliveira, Marlene Brum, Rodrigo Robleño, Wadson Lourenço, Frederico A. Candeias, Gleison Oliveira, Emília Pereira, Márcia R. Gonçalves e os grandes poetas Cida Pinho e Renato Silva.

Escrito entre os dias 25 de janeiro e 08 de fevereiro de 2013.
Durante o mês de fevereiro não haverá a versão em espanhol porque eu e Lilian Ferreira estamos trabalhando em uma surpresa para você. Aguarde!

Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas. O texto é minhas flores para você que me lê e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.

FONSECA, Rubem – Feliz Ano Novo – 2ª edição – São Paulo: Cia. Das Letras, 1989. Conto Agruras de um jovem escritor. (O livro pode ser pego emprestado na Biblioteca Pública Municipal Zumbi dos Palmares – Ipatinga MG).
¹ BRAGA, Rubem. Um Pé de Milho. 4ª edição – Rio de Janeiro: Record, 1982. Crônica Vem a primavera.
Tanto o livro de Fonseca quanto o de Braga podem ser pegos emprestados na Biblioteca Pública Zumbi dos Palmares, Ipatinga MG.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

LA DANZA DE LAS HOJAS


Obax anafisa.


Em português:

Maria, de posse de trezentos reais, pensou em comprar roupas e em fazer uma surpresa para o amor de seu coração. Algo que ele não tinha pedido, mas que gostava muito, um livro. Porém, o grande problema é saber qual o rapaz não tinha lido ainda. Assim ela adquiriu uma calça preta, três camisas nas cores branca, vermelha e cinza, uma cueca branca e outra preta, um cd, um jogo de computador y pagou noventa dois reais pelas obras, no original, “La Tregua” y “Recuerdos Olvidados”, do escritor uruguaio Mario Benedetti.
Ah! Mas quem é ela? É uma belíssima e pequena dona de todos os belos atributos de mulata. É também estudante de letras. O amor de seu coração, Jorge, é um gordinho loiro formado de pouco em Economia e trabalha no setor administrativo de uma média empresa.
Ele, também com trezentos reais, porém muito pão duro, quase chorou por ter que gastar seu rico dinheiro. Todavia não podia deixar de comprar presentes para sua flor mais bela que flor de seriguela. Então se encheu de coragem e foi às lojas. Em cada presente uma lágrima e um sorriso. Nosso herói é realmente intrépido. Regressou à sua casa com a bolsa tendo um vestido rosa escuro com rosas claras e outro azul celeste com brancas nuvens, uma mini saia muito, mas muito pequena, só para ele admirar e tirar… quatro pares de sapatos “Meu Deus, por que mulher gosta tanto de sapatos?”, pensou. Ainda tinha quatorze reais em seu bolso. Que fazer? Chorou para vendedora dar desconto e vender o chocolate mais barato. Em sua cozinha bebeu uma taça de vinho e comeu o chocolate.
O vento passa pela janela levando uma folha.

“Na primeira oportunidade compro e trago para casa um desses globos terrestres modernos. O menino não lhe deu muita importância. Limitou-se a fazê-lo girar doidamente, aos tapas, até que se desprendesse do suporte de metal. Logo se dispôs a sair jogando futebol com ele, não deixei. Consegui convencê-lo a destruir outro brinquedo, o secador de cabelo da mãe, por exemplo, que faz um ventinho engraçado”.
(SABINO, trechos).

- Maria, que menino lindo.
Nossa personagem passeava com seu filho e pensava em um aluno, Érikis, e nem percebeu o chamado. O rapaz lhe contou uma crônica de Fernando Sabino que lera no Para Gostar de Ler. Duas coisas lhe emocionou. A primeira porque o prazer dela, professora, em ler foi incentivo para toda a turma desenvolver amizade com os livros.
- Maria!
- Ah, oi!
- Que menino lindo.
- Obrigada! Parece muito com o pai.
- Engraçado você dizer isso... Cabelinhos enroladinhos dele, não? Você já fez o dna?
- Por quê? Você já fez dna nos seus filhos?
Nossa personagem voltou a pensar em seus alunos. A segunda coisa que lhe emocionou sobre o rapaz lendo Fernando Sabino foi o modo como o garoto contava... as surpresas contidas em cada nuance da crônica eram algo ainda em descoberta para o adolescente.

“Que aventura mais temerária, a de Deus, escolhendo caprichosamente este lindo e insignificante planetinha para ele enviar através dos espaços o seu Filho feito homem, com a missão de redimir a nossa pobre humanidade”.
(SABINO)

Em compensação, se tem muita gente horrível também há muitas pessoas inocentes.
A folha passa pela janela dançando com o vento.


En español:
Creación en sociedad con Lilian Ferreira:

María en pose de trescientos reales pensó en comprar ropa y en hacer una sorpresa para el amor de su corazón. Algo que él no había pedido pero que le gustaba mucho, un libro. Sin embargo, el gran problema era saber qué libro el chico no había leído. Así, ella adquirió un pantalón negro, tres camisas en los colores blanco, rojo y gris, dos calzoncillos, un blanco y otro negro, un disco, un juego para el ordenador y pagó noventa y dos reales por las obras “La Tregua” y “Recuerdos Olvidados”, del escritor uruguayo Mario Benedetti.
¡Ah! ¿Pero quién es ella? Es una bellísima y pequeña dueña de todos los bellos atributos de mestiza. Es también estudiante de letras. El amor de su corazón, Jorge, es un gordito rubio recién formado en Economía que trabaja en el sector administrativo de una media empresa.
Él también, con trescientos reales, pero muy agarrado, casi lloró por tener que gastar su rico dinero. Todavía no podía dejar de comprar regalos para su flor amada más bella que la granada. Entonces, se llenó de coraje y se fue de tiendas. En cada regalo una lágrima y una sonrisa. Nuestro héroe es muy intrépido. Regresó a su casa con una bolsa que contenía un vestido rosa oscuro con rosas claras y otro azul celeste con blancas nubes, una minifalda muy, pero muy pequeña, sólo para que él pudiera admirar y quitar… cuatro pares de zapatos “Dios mío, ¿por qué a las mujeres les gustan tanto los zapatos?”, pensó. Aún tenía catorce reales en su bolsillo. ¿Qué hacer? Lloró para que la vendedora le hiciera un descuento y le vendiera el chocolate más barato. En su cocina bebo una taza de vino y como el chocolate.
El viento pasa por la ventana llevando consigo una hoja.

“En la primera oportunidad compro y llevo para casa uno de esos globos terrestres modernos. El niño no le dio mucha importancia. Se limitó a hacerlo girar locamente, a bofetadas, hasta desprenderlo del soporte de metal. Luego se decidió a salir.
Luego se dispuso a jugar al fútbol con él, no le dejé. Conseguí convencer al chico que destruyera otro juguete, el secador de pelo de la madre, por ejemplo, que hace un pequeño viento chistoso”.
(SABINO, fragmentos).

María, ¡que niño lindo!
Nuestro personaje paseaba con su hijo y pensaba en un alumno, Érikis, y no percibió el llamado. El mozo le contó una crónica del escritor brasileño Fernando Sabino que leyera en Para Querer Leer. Dos cosas le emocionaron. La primera porque su placer, profesora, en leer fue incentivo para que toda la clase desenvolviera amistad con los libros.
- ¡María!
- Ah… ¡Hola!
- ¡Que niño lindo!
- ¡Gracias! Se Parece mucho al padre.
- Tiene gracia lo que me dices… Pelito rizado como el suyo ¿no? ¿Ya has hecho una prueba de ADN?
- ¿Tu ya has hecho una prueba de ADN a tus hijos?
Nuestro personaje volvió a pensar en sus alumnos. La segunda cosa que le emocionó sobre el estudiante leyendo Fernando Sabino fue el modo como el chico lo narraba... las sorpresas contenidas en cada matiz era algo aún en descubrimiento por el adolescente.

“Que aventura más peligrosa, la de Dios, eligiendo con capricho este lindo, insignificante y pequeño planeta para enviar a través del espacio a su Hijo hecho hombre, con la misión de redimir nuestra pobre humanidad”.
(SABINO)

En compensación, si hay mucha gente horrible también hay muchas personas inocentes.
La hoja pasa por la ventana bailando con el viento.


Ofereço aos aniversariantes
Antônio Netto, Vera Almeida, Ivone Piló, Alexandre Farah, Graça Costa, Fabiano F. Barbosa (Bill) e meus sobrinhos Thaís L.M. Almeida e Raul F.M. Leite.

Orientação para os lusófonos:

Excepcionalmente a ideia foi escrita primeiro em espanhol e depois em português.
Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas. O texto é minhas flores para você que me lê e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.
Escrito entre os dias 07 de dezembro de 2012 e 28 de janeiro de 2013.
SABINO, Fernando. Para Gostar de Ler, vol. 04. São Paulo: Ática, 1979. Crônica Com o mundo nas mãos. Os amigos e escritores Fernando Tavares Sabino, Hélio Pellegrino, Otto de Oliveira Lara Resende e Paulo Mendes Campos são conhecido como os “Quatro Cavaleiros do Apocalipse”.

Orientaciones para los hispanohablantes:

LILIAN FERREIRA – liliuni@hotmail.comLa aprendiz de la vida colabora en la revisión en español de los textos del blogue.  \  Licenciatura en Letras (UnilesteMG) e Filologia Portuguesa (Universidad de Salamanca) – Diplomas DELE – Español como Lengua Extranjera – Copy Editor en Optimizaclick – Marketing Digital.

En banto (lengua de origen africana), obax y anafisa significan flores e piedras preciosas. Mis palabras son mis flores para ustedes que me leen y hago votos de que encuentren en él piedras preciosas.
SABINO, Fernando. Para Gostar de Ler, vol. 04 (Para Querer Leer). São Paulo: Ática, 1979. Crónica Com o mundo nas mãos (Con el mundo en las manos). Traducción libre del Rubem Leite y revisión de Lilian Ferreira. Los amigos y escritores brasileños Fernando Tavares Sabino, Hélio Pellegrino, Otto de Oliveira Lara Resende e Paulo Mendes Campos también son conocidos como los “Cuatros Jinetes del Apocalipsis”.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

MELANCIA FORRAGEAIS


Obax anafisa.


Em português:

“E ele entrou... era um elegante mancebo vestido todo de preto, com uma bela gravata branca primorosamente atada... com um rico alfinete de esmeralda no peito: era um jovem interessante, de olhos ardentes e cabelos loiros...”.
(MACEDO)

Mas comecemos nossa história pelo princípio:
 Quintanilla e Vanilla formam uma dupla sertaneja, de belas vozes e boas melodias. Não fazem tanto sucesso. “Por quê?” Talvez você pergunte, então pensemos: sertanejo, voz bonita e música boa... Por que não são famosos?... Não importa. Vamos continuar nossa história.
Vanilla é segunda voz e viola. Quintanilla, primeira voz. Já Honorino, o “terceiro” elemento da dupla, é o compositor e empresário. Os três moram juntos, trabalham juntos e são felizes juntos. É deles a música Melancia Forrageais.

Só, num se achega a lugar nenhum,
Minha frô de melancia.
Pra vê que digo a verdade
Oia elas forrageando os pés da montanha ao por do sol.
Oia elas de frô tã’marela
Como seus cabelos de sol.

Ainda que o verão acabe, digo pr’Ogum,
Meu amor não se põe com sol.
Meu amor é melancia forrageais
Limpo como pedras de Exu.

Achega minha frô de melancia
E em seu peito me aconchega
Pra gente viajar cantando qual mutum
Num barco de papel comum
Músicas belas e ternas
De emoções eternas.

Ainda que o verão acabe, digo pr’Ogum,
Meu amor não se põe com sol.
Meu amor é melancia forrageais
Limpo como pedras de Exu.

Pra meu maior amor aconchegar meu amor,
Canto feito mutum.
Pra meu sublime amor aconchegar meu amor,
Rezo pr’Olorum.
Pra meu único amor aconchegar meu amor...
Um pranto nas frô de melancia forrageais.

Belas vozes e boas melodias não fazem sucesso. Bem... voltemos à nossa história. No recesso do lar, a cabocla Quintanilla gosta de ser abraçada por trás, beijada por trás, tudo por trás. É casada com Honorino. E Vanilla com sua pele branca gosta de ter seus pés lavados por ele. Que alegria é estar deitada no sofá da varanda, com os pés na muretinha bem de frente da pitangueira e ele despejar, lenta e forte, um balde d’água, e depois sentar na banquetinha para massageá-los lenta e forte, beijá-los e ter os beijos e amassos, digo, massagens percorrendo pernas acima.
Os três moram juntos, trabalham juntos e são felizes juntos. Isso até que Lauro, um moço loiro, filho do intelectual Joaquim Manoel, entrou na história e...

“... E o moço loiro continuava como dantes, sempre bom e travesso; alegre e amoroso; apaixonado e extravagante”.
(MACEDO)


En español
(Creación en sociedad con Lilian Ferreira):

“Y él entró... era un elegante mancebo vestido todo de negro, con una bella corbata blanca primorosamente anudada... con un rico alfiler de esmeralda en el pecho: era un joven interesante, de ojos ardientes y pelos rubios...”.
(MACEDO)

Sin embargo, empecemos nuestra historia desde el principio:
Quintanilla y Vanilla forman una dupla sertaneja de bellas voces y buenas melodías. No tienen tanto éxito. “¿Por qué?” Tal vez usted se pregunte, entonces pensemos: sertanejo, voz bonita y buena música... ¿Por qué no son famosos?... No importa. Vamos a continuar nuestra historia.
Vanilla es segunda voz y viola. Quintanilla, primera voz. Ya Honorino, el “tercero” elemento de la dupla, es el compositor y empresario. Los tres viven juntos, trabajan juntos y son felices juntos. Es suya la canción Sandia Forrajéales.

Sólo, no se allega a lugar ningún,
Mi flor de sandia.
Para saber que digo la verdad
Míralas cubriendo los pies de la montaña a la puesta del sol.
Míralas de flores ta’marillas
Como sus pelos del sol.

Aunque el verano se muera, rezo para Ogún,
Mi amor no se pone como el sol.
Mi amor es sandia forrajéales
Limpio como piedras de Exú.

Allega mi flor del sandia
Y en su pecho me abriga
Para gente viajar cantando hecho “mutún”
En un barco del papel común
Músicas bellas y tiernas
De emociones eternas.

Aunque el verano se muera, rezo para Ogún,
Mi amor no se pone como el sol.
Mi amor es sandia forrajéales
Limpio como piedras de Exu.

Para mi mayor amor amparar mi amor,
Yo canto hecho “mutún”.
Para mi sublime amor amparar mi amor,
Rezo para Olorún.
Para mi único amor amparar mi amor
Planto lágrimas en las flores de sandia forrajéales.

Bellas voces y buenas melodías no tienen éxito. Bien... regresemos a nuestra historia. A la mestiza Quintanilla le gusta ser abrazada por detrás, besada por detrás, todo por detrás. Está casada con Honorino. Y a Vanilla con su piel blanca le gusta tener sus pies lavados por él. Que alegría es estar acostada en el sofá de la terraza, con los pies en el pequeño muro justo en frente de la pitanguera y tirar, lenta y fuertemente, un cubo de agua, y después sentarse en la banqueta para masajear lenta y fuertemente los pies, besarlos y tener besos y masajes recorriendo piernas arriba.
Los tres viven juntos, trabajan juntos y son felices juntos. Eso hasta que Lauro, un chico rubio, hijo del intelectual Joaquín Manuel, entró en la historia y...

“... Y el mozo rubio seguía como antes, siempre bueno y travieso; alegre y amoroso; enamorado y extravagante”.
(MACEDO)


Ofereço aos aniversariantes.
Dalgreis Lage, Mariana Cheloni Leite, Chrystian Stocler e Fernando Pires.

Explicações gerais:
Escrito entre 20 de outubro de 2012 e 21 de janeiro de 2013.

Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas. O texto é minhas flores para você e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.
MACEDO, Joaquim Manoel de. O Moço Loiro. 2ª edição – São Paulo: Ática 1981. Trechos dos capítulos XL e Epílogo. O cronto fala superficialmente assim como sofreu insignificante influência da referida obra. O autor é reconhecido como um dos fundadores do romance brasileiro e um dos principais criadores teatrais do país.

Orientaciones para los hispanohablantes:

LILIAN FERREIRA – liliuni@hotmail.comLa aprendiz de la vida colabora en la revisión en español de los textos del blogue.  \  Licenciatura en Letras (UnilesteMG) e Filologia Portuguesa (Universidad de Salamanca) – Diplomas DELE – Español como Lengua Extranjera – Copy Editor en Optimizaclick – Marketing Digital

En banto (lengua de origen africana), obax y anafisa significan flores e piedras preciosas. Mis palabras son mis flores para ustedes que me leen y hago votos de que encuentren en él piedras preciosas.
Mis amigos Luís Yuner y Frederico A. Candeias me orientan:
Sobre Ogum (Ogún), Olorum (Olorún) y Exu (Exú) – Umbanda y Candomblé son dos formas diferentes de culto religioso. La Umbanda es un culto de influencia africana, católica y espiritista (kardecista), por lo tanto una cultura muy brasileña (fue creada en Brasil incluso). No todas las divinidades del candomblé son veneradas en la Umbanda, pues la primera es de matriz africana y la segunda es genuinamente brasileña con referencias de varias otras religiones. El Candomblé no contiene ningún tipo de sincretismo y existen tres “denominaciones” en Brasil. Todas oriundas de las diferentes etnias africanas, con manifestaciones similares pero distintas: el Candomblé Congo/Angola, el Candomblé del Jêje, y el Candomblé del Keto. “No es muy adecuado sincretizar Olorum con Dios porque no entendemos Dios como lo entienden los cristianos. Nosotros adoramos el Todo y lo denominamos Dios u Olorún (en mi nación – Congo/Angola – Él es llamado Nzambi)”, habla Frederico. Ogún es el mismo que San Jorge Guerrero, el señor de los metales y protector de los guerreros; y Exú es hermano de Ogún pero es más inteligente, alegre, perezoso, maquiavélico. “Todavía no es malo y lo más importante, es el responsable por la comunicación entre los humanos y los Orixás (también conocidos por Nkises)” dice Luís.
MACEDO, Joaquim Manoel de. O Moço Loiro (El Mozo Rubio – traducción libre del Rubem Leite y revisión de Lilian Ferreira). 2ª edición – São Paulo: Ática 1981. Fragmentos de los capítulos XL y Epílogo. El cruento habla superficialmente así como sofrió insignificante influencia de la referida obra. El autor es reconocido como uno de los fundadores del romance brasileño y uno de los principales creadores teatrales del Brasil.
La música sertaneja es un estilo musical brasileño heredado de la “música caipira” y de las modas de violas. Se caracterizan por sus melodías sencillas y melancólicas. Puede ser relacionada con “la música country” por ser conocida como “música do interior”.
Mutum (Mutún) es un pájaro brasileño con plumas generalmente negras, cresta y penas rizadas o lacias y pico con colores fuertes.
Pintangueira es el árbol de una fruta brasileña llamada pitanga de sabor dulce y amargo al mismo tempo.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

OLHANDO PARA TRÁS


Obax anafisa.


Em português:

- Benito! Gostei muito do Bom Criolo.
Sorrio. É um quarto interessante, tapete numa parede. Na outra, a cama e a porta. Na terceira, guarda-roupa e estante. Na última há uma poltroninha mais a janela com uma mesinha repletas de papéis, livros e um computador.
- Adolfo Caminha foi ousado ao escrevê-lo. – Entrego meu presente e acrescento: Espero que goste do que lhe trouxe.
- Deixa vê se eu adivinho... Uuum livrooo! – Fala e enquanto abre, digo:
- É muito inteligente!
- Do que fala o livro? O do Adolfo – Mariano pergunta.
- Fala da natureza humana, muitas vezes obsessiva, desleal e pusilânime.
- Sabe! Eu acho feio falar dos outros. – Comenta Taba, o dono do quarto, e Mariano não se cala:
- Também não gosto.
- Então porque você falou de Alguém? – Alfineto e Taba também:
- Fiquei triste quando me contaram o que você disse.
Olhando de um para outro pára no que tem a cara mais irritada.
- Raramente digo algo, mas quando falo é fato.
- Ah é! – Taba duvida.
- Sim! E apresentei os documentos que provam o que não calei. Não te disseram? – Pergunta colocando o copo na boca, sem tirar seus olhos dos nossos.
- Gente! Vamos escutar os cd’s que acabei de ganhar. – Taba desconversa. Então eu, diante da intimidação do anfitrião:
- Por um tempo acreditei que Adolfo ousou falar da homoafetividade por, minimamente que fosse, acreditar que os seres humanos, todos, mereçam respeito. Ou que sua obra fosse um benefício à diversidade mesmo que não tivesse tal objetivo. Mas hoje penso que simplesmente falou de algo que ele acreditasse abjeto, um dejeto da alma humana; portanto, sua obra é um desserviço à diversidade, apesar de bela.
- Qual vocês preferem – diz para acabar com o antagonismo que iniciou – Nary Faria, Nívea Paula, Adê Araújo ou Alejandro Vera?


En español:
Creación en sociedad con Lilian Ferreira.
(Yo, Rubem, estoy  contento con nuestra sociedad).

- ¡Benito! Me gustó mucho el Bueno Criolo, el libro brasileño que me regalaste.
Sonrío. Es una habitación interesante, alfombra en una pared. En la otra, la cama y la puerta. En la tercera, armario y estantería. En la última hay una pequeña poltrona más la ventana con una mesita repleta de papeles, libros y un ordenador.
- Adolfo Caminha fue osado al escribir la obra. – Entregando mí regalo, acreciento: Espero que le guste lo que le traigo.
- ¿Qué será? ¡Uuun librooo! – Habla y mientras abre el paquete, digo:
- ¡Es muy inteligente! ¡Uajajá!
- El libro, de Adolfo, ¿de qué habla? – Mariano pregunta.
- Habla de la naturaleza humana, muchas veces obsesiva, desleal y pusilánime.
- Sabes… Yo creo que es feo criticar a los demás por la espalda. – Comenta Taba, el dueño de la habitación, y Mariano no se calla:
- A mí tampoco me gusta.
- Entonces ¿Por qué has criticado a Alguien? – Crítico y Taba también:
- Me quedé triste cuando me enteré de tus comentarios.
Mirándose uno y al otro a ver quién está más enfadado.
- Raramente digo algo, pero cuando hablo es un hecho.
- ¿Sí?– Taba tiene duda.
- ¡Sí! Y presenté los documentos que comprueban lo que no callé. ¿No te lo dijeran? – Pregunta colocando la copa en la boca, sin quitar sus ojos de los nuestros.
- Oye, ¿escuchamos los cd’s que acabo de ganar? – Taba se hace el desentendido. Delante de la intimidación del anfitrión:
- Por un tiempo acredité que Adolfo osó hablar de la homoafectividad por, poco que fuese, acreditar que los seres humanos, todos merecen respeto. O que su obra fuese un beneficio a la diversidad mismo que no tuviera tal objetivo. Pero hoy pienso que sencillamente habló de algo que él creía abyecto, un deyecto del alma humana; por lo tanto, su obra, mismo siendo bella, es un inservible a la diversidad.
- ¿Cual preferís? – dice para acabar con el antagonismo que inició – ¿Nary Faria, Nívea Paula, Adê Araújo o Alejandro Vera?


Ofereço aos aniversariantes.
Valéria Alves, Perna de Palco, Srta. Valente, Douglas Brasil, Lucas G.A. Mariott, Marrione Warley, Laércio J. Louro.

LILIAN FERREIRA – liliuni@hotmail.com
Colabora (com muito prazer!) na revisão em espanhol dos textos de Rubem Leite (Obrigada, Rubem!).
Licenciatura em Letras (UnilesteMG) e Filologia Portuguesa (Universidad de Salamanca) – Diplomas DELE - Español como Lengua Extranjera – Copy Editor em Optimizaclick - Marketing Digital – Aprendiz da vida...

Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas. O texto é minhas flores para você e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.
En banto (lengua de origen africana), obax y anafisa significan flores e piedras preciosas. Mis palabras son mis flores para ustedes que me leen y hago votos de que encuentren en él piedras preciosas.
Adolfo Ferreira Caminha foi escritor brasileiro, um dos principais escritores do Naturalismo no Brasil. Nasceu em 1.867 e faleceu em 1.897. O naturalismo se baseia no que o autor considera observação fiel da realidade. Também acredita que cada ser humano é dominado pelo ambiente e pela hereditariedade.
Adolfo Ferreira Caminha fue escritor brasileño, uno de los principales escritores del Naturalismo de Brasil. Nació en 1.867 y falleció en 1.897. El naturalismo está basado en lo que el autor considera la observación fiel de la realidad. También cree que cada ser humano es dominado por el ambiente y por sus herencias culturales, biológicas y otras.


Escrito entre 11 de novembro de 2012 e 13 de janeiro de 2013.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

OLHOS EM FLOR


Obax anafisa.


Em português:

Ainda é dia, mas um casal foge de alguém. Os dois atravessam ruas, olham para todos os lados, escondem atrás dos arbustos, passam apressados. Tolos! É o melhor modo de chamar a atenção.
- Chegamos! Vamos entrar por aqui.
Diz Rosa se adentrando num bequinho sombreado por uma carreira de mamão na lateral da casa. Augusto a segue. Sobem a escada de pedreiro e pulam a janela no próximo andar. Atravessam o cômodo em construção, descem a escada para o térreo. A jovem destranca a porta para o quintal sempre olhando se não vem ninguém da casa e o rapaz olha se ninguém da rua os segue. Olha também para ver ser alguém os viu, mas é bobagem dizer que mais chamativos que eles fugindo só uma passeata de “dreguecuins”. Atravessam o quintal, escondem-se atrás de uma bananeira toda machucada. Quando duas mulheres se aproximam o par entra num barracão de reboco – um banheiro em construção. Rosa se esconde numa das baias e o garotão sem tempo maior simplesmente se abaixa. Elas não entram, porém alguém dá descarga, abre a portinha e sai, dá uns passos e vê Augusto atrás da bancada entre as baias.
- Que foi, querida. Não está se sentindo bem?
Aproxima-se, percebe que é homem ao mesmo tempo em que lhe toca o ombro.
- Olha! Vou chamar a segurança.
- Oi, amor! – Levanta a cabeça.
- Quê? Que está fazendo aqui?
Silêncio. Rosa sai da baia, Marina acha que entende e diz: Eu lhe disse. Se tivesse mais alguma eu lhe abandonava.
- Por isso a deixei, amor. Para está com você.
- Ele me deixou por você. – Diz Rosa. As duas mulheres se olham com ódio. Não, na verdade com raiva profunda. E completa: E agora eu o devolvo.
- Eim! O quê? – É só o que Gustavo consegue falar. Em uníssono sua esposa diz: Eim! O quê?
- Marina, volte a colocar os pratos que punha na mesa. – Responde Rosa. – Ele voltará a se assentar, comer barulhentamente meio de lado, limpar o suor. Feito todos os homens. E como tal não ficou nem um pouco mais velho, sequer adulto. Volte a se sentir em paz, acalentada. Se puder. Porque já me diverti. E não vou me envelhecer por ninguém.
Firme e decidida atravessa a casa. Na rua passa diante do bequinho por onde entrou. Uma flor cai do mamoeiro e outra de seus olhos.


En español:

Aún es día, mas una pareja huye de alguien. Los dos atraviesan calles, miran para todos los lados, escondiendo atrás de los arbustos, pasan apresados. ¡Tontos! Es lo mejor modo de llamar atención.
- ¡Llegamos! Vamos entrar por acá.
Dice Rosa se adentrando en un callejón sombreado por una carrera de mamón en la lateral de la casa. Augusto la siegue. Soben la escalera de albañil y pulan la ventana en el próximo andar. Atraviesan el aposento en construcción, abajan la escalera para el primer piso. La joven desbloquea la puerta para el patio trasero siempre mirando se no viene ninguna persona de la casa y el chico mira se nadie de la calle los sieguen. Mira también para ver se alguien los vio, pero es idiotez decir que más llamativos que elles huyendo sólo una paseata de “dreguecuins”. Atraviesan el patio, se esconden atrás de una bananera toda machacada. Cuando dos mujeres se aproximan el par entra en un barracón sin pintura – un bañero en construcción. Rosa se esconde en un de los reservados y el chaval sin tiempo largo simplemente se abaja. Ellas no entran, pero un barullo denuncia presencia de alguien que abre la puertita y sale, da unos pasos y ve Augusto atrás da bancada entre los reservados.
- Que fue, querida. ¿No está se sintiendo bien?
Aproximase, percebe que es hombre a lo mismo tiempo en que le toca el hombro.
- ¡Mira! Voy llamar la vigilante.
- ¡Hola, amor! – Arriba la cabeza.
- ¿Qué? ¿Que está haciendo acá?
Silencio. Rosa sale del reservado, Marina piensa que entiende e dice: Yo le dije. Se tuviere más alguna yo le abandonaba.
- Por eso la dejé, amor. Para está con usted.
- Él me dejó por usted. – Dice Rosa. Las dos mujeres se miran con odio. No, en la verdad con rabia profunda. Y completa: Ahora yo lo retorno.
- ¡Ein! ¿Qué? – Gustavo puede hablar solamente eso. En unísono su esposa dice: ¡Ein! ¿Qué?
- Marina, vuelva a poner los platos que punga en la mesa. – Contesta Rosa. – Él regresará a sentar, comer medio de lado con barullo, limpiar el sudor. Hecho todos los hombres. Y como tal no quedó ni un poco más viejo, siquiera adulto. Vuelve a se sentir en paz, tranquilizada. Se puede. Porque ya mi divertí. Y no voy mi envejecer por nadie.
Firme y decidida atraviesa la casa. En la calle pasa delante del callejón por adonde entró. Una flor cae de lo mamón y otra de sus ojos.


Ofereço como presente de aniversário (ofrezco como regalo de cumpleaños):
Rafael Fontes, Eddy Fonseca, Loraidan Anjos, Pé de Cabra Coletivo, Elton L. Macedo e Elizabeth, sua esposa.

Escrito partindo de um sonho entre os dias 28 de novembro de 2012 e 07 de janeiro de 2013.

Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas. O texto é minhas flores para você que me lê e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.
En banto (lengua de origen africana), obax anafisa significan flores e piedras preciosas. El texto é mis flores para usted que me lee y hago votos que encuentre en él piedras preciosas.

Pequena parte do cronto foi inspirada no poema Caso do Vestido, de Carlos Drummond de Andrade.
Pequeña parte de lo cruento fue inspirada en el poema “Caso do Vestido”, de lo poeta brasileño Carlos Drummond de Andrade.