Rubem Leite
Madrugada de 08-3-10
Ofereço a todos os meus leitores sem exceção,
em especial, claro, minhas leitoras. Parabéns pelo seu dia.
Ofereço também a todas as gatas, às cachorras e a seus donos...
Sinto saudades de minha Cam. Ela é que era cachorra de verdade.
O gato preto chega a sua casa. Silencioso. Manco. Olho rasgado (não furado). Cortes perto do rabo, na barriga. O sangue pinga. Mia. Deita no seu cantinho preferido. Triste. As fêmeas não o quiseram. Nenhuma. O malhado venceu. Nele, alguns lanhos no pescoço, na bunda. Só. Mia. Dorme.
O gato malhado continua na rua com muito a fazer. Nem sente dor. Contente.
O gato preto dorme. Mia. Dorme.
- Bichim. Bichim. Bichim.
O gato preto mia. Dorme.
- Que foi Mimado? Recusando comida? Mãããe!
O menino o pega assustado.
O veterinário lucra.
Alguns dias de mimo para o Mimado.
E o gato preto dorme. Mia. Dorme. Come. Dorme. Persegue. Dorme.
Os mimos se foram.
E o gato preto dorme. Mia. Dorme. Come. Dorme. Persegue os pardais. Dorme. Come. Dorme. Persegue ratos. Dorme.
Miauuuuuuuuu!
Miauuuuuuuuuuuuuuuu!
Firche!
Firche!
Miauuuuuu. Firche.
Miauuuuuu. Firche.
Silêncio.
Festa.
Tristeza.
O céu está claro e de onde estou não vejo nenhuma nuvem.
O que vejo entre as janelas de meu quarto e o céu azul são verdes galhos de árvores emoldurados pelos arcos de minha varanda.
Lindo!
O fundo deste quadro vivo é o azul do céu e sobrepostos vejo o verdor vivo, os arcos e as janelas.
Sinto algo agradável tocar meu coração.
E tudo servindo apenas de detalhes para o centro de meu coração.
Recebi condolências de vários amigos. Muito obrigado a todos e da grande poeta Nena de Castro: “Ô Rubão! A Cam está latindo e correndo nos campos celestiais, buscando a bola para o futebol dos anjos! Cadela amiga, melhor que muito amigo ‘cadelo’ que a gente vê por aí! Beijos, Nena”.
Mesmo sendo apenas um animal, gosto dela. E mesmo sendo dolorido a sua partida valeu tê-la conhecido...
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