segunda-feira, 27 de julho de 2015

PALAVRAS

Obax nafisa.

A sting’s termite hurts less than a calabash of hard words. Ouch, my feet!
Rubem Leite.

É a aurora da liberdade dos Filhos de angola.
É o poema e a velha história.
É o negro homem a quem a Vida negou.
É o operário humilhado e ultrajado reprimindo aquilo que sente.
É a esperança que brada em Voz alta o triunfo da liberdade.

Adriana Borboleta, poeta angolana – 10/4/2015


Ah, os flagelos dos pés de chinelos
Colhem poeira e grama enquanto caminham
Piedade, Poê, limpe a poeira
De meu gramar com o sereno na grama

Picada de cupim dói menos que uma cuia de palavras pesadas
Ai, meus pés

Pés de boldo à aurora
Maquiam-se com o sol
Do verde ao vermelho amora


Ofereço como presente de aniversário aos queridos
Elza O. Lage, Anilton Reis, Daniela Silveira, Victor do Carmo, Marlei Ferreira e Eliberto Campos.

Revisão da estrofe em inglês: Conrado Carvalho

Escrito entre 27 de julho de 2014 e 27 de julho de 2015.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

QUARTO ESCURO

Obax nafisa.

Os argumentos da burrice são tão disparatados que até tonteiam uma pessoa instruída. Emília quis argumentar com o coronel, mas não viu caminho. Por onde entrar dentro de semelhante quarto escuro?
(LOBATO, 1997)


A tarde está nublada e fria durante a Reunião de discussão do Plano Municipal de Educação na Câmara Municipal de Ipatinga.
- Você está aqui por quê? – Uma mulher me pergunta.
- Estou aqui por ser professor.
- E eu sou “Philosophiæ Doctor”. – Pelo termo acho que dá para você imaginar a voz emproada da mulher. – É um absurdo querer acabar com banheiros de meninos e meninas para deixar um só banheiro, unissex, nas escolas. Mal vejo a hora de ir embora deste país maldito.
Tais falas me conduziram a uma resposta: Você comprou seu phd por quanto?
- Comprei mesmo, meu bem. E paguei caro. Sou rica! – E olhando-me de cima para baixo com nariz torcido: Não precisei de cota.
- Phd em burrice?
- Melhor que ser só um... um graduado. – Diz me olhando com asco. Não sei se “graduado” tem cara de “graduado”, mas ela acertou e respondo:
- Talvez! Mas me graduei por estudo e esforço, não por ter pago alguém para fazer minha monografia.
- Ai! Não suporto esse Brasil de pobres.
- Uai! Se não suporta por que ainda está aqui?
- Já estou de malas prontas, meu bem. – Enquanto fala piso em falso no altinho que separa o corredor das cadeiras e esbarro na “phd”. – Não toca em mim.
- Não toquei, foi um acidente. Foi um esbarrão. Por que tocaria em uma mulher burra e feia feito você?
- Posso ser burra e feia, mas posso pagar. E você que nem isso pode?
- Alienado, alienado, alienado! – Uma pensadora que age fala para um tolo próximo a nós. – Alienado, alienadoalienadoalienadoalienado!
- O que é alienado? – Pergunta para a phd que lhe explica.
- Eu num sô isso não. Eu sou é pela família cristã e num quero é que as escola transfórmi nossos filhos em bichinhas ensinando a eles que viadage é normal e colocando os minino e minina num só banheiro.
- Você leu o Plano de Educação? – Pergunto-lhe e pelo que disse e pela cara que fez confirmo o que suspeitava. Então concluo lhe dando as costas: Leu não!
- Estou aqui pelas famílias cristãs e como mãe cristã e zelosa eu quero que meu filho cresça sem que a escola lhe diga como deve agir. – Diz a “cidadã” Retalia Amelda. – Esse pessoal que fica gritando que não se pode proibir discussão de gênero nas escolas porque ocorre estupro até lá, assim como piadinhas sobre os gueis. Ora! Estupro sempre existiu e não vejo ‘relevança’ em discutir isso. E tenho amigos ‘homensequissuais’ e não tenho nada contra eles. Não sou contra o ‘homensequissualismo’, mas não quero que a escola transforme meu filho em ‘homensequissual’ dizendo que isso seja normal.
- Pastor Eberardo, dê sua colocação.
- Estou aqui pelas famílias cristãs e afirmo que tenho amigos gueis, bissexuais e talvez até alguns heterossexuais (?), mas a Bíblia diz que macho com macho não serve nem pra capacho.
- Jornalista e cidadão Já-Eu Prendo, dê sua colocação.
- É nosso dever proteger e cuidar das famílias cristãs. O Pastor Émalaifáia diz que a criança tem predisposição de assimilar características psicológicas. Os Papas Bento XVI e João Paulo II afirmaram o mesmo com outras palavras. Por isso falar sobre homossexualismo nas escolas é predispô-los à homossexualidade. Concluindo: Daqui tem que sair um movimento da família cristã para as escolas não fazerem lavagem cerebral em nossos filhos. Temos que proteger as famílias cristãs da ignorância, da violência, da pobreza, da vergonha, da desonra. Temos que proteger as famílias cristãs!
- Jornalista Prendo, e as famílias ateias e de outras denominações religiosas, não merecem também proteção? – Pergunto.
- Eles que unam seus grupinhos e se defendam...
- Então as famílias não cristãs devem ser ignoradas, desprotegidas e não cuidadas?
- Não ponha palavras na minha boca!
- Não pus; elas são suas. E...
O presidente da câmara me interrompe: Cidadã Maura, dê sua colocação.
- É estranho que nessa reunião não tenha biólogos, médicos, psiquiatras, antropólogos, sociólogos... Sexualidade é bem diferente de sexo. Quando o homem descobriu a sexualidade passou a fazer uso do sexo de maneira diferente dos animais. Ao discutir sexualidade discutimos orientação sexual e não opção sexual porque não há opção. Chama-me a atenção que aqueles que defendem a família e defendem Jesus Cristo... – os cristãos presente vaiam. – ... que aqueles que defendem a família e Jesus Cristo venham aqui, nessa casa, sem aceitar que todos sejam representados. Defender o estado democrático e de direito é a função dessa casa. Todas as realidades humanas devem ser alvo de percepção, sensibilidade, discussão e de políticas públicas. E quero lembrar a todos que batem no peito sua religião que Cristo queria vida em abundância – os cristãos vaiam – e vida em abundância para todos. E abundância significa o reconhecimento das diferenças e da diversidade. Portanto, estou aqui pelas famílias, todas as famílias.
A noite está escura; sem lua nem estrelas. Na Praça dos Três Poderes, vigília de vagalumes enquanto a manhã não desponta.


Ofereço como presente de aniversário a
Isabella Rosa, Brunna M. Alves, Simone Soares, Breno E. Garcia, Rúbia Maroli, Luiz Poeta, Ederson Junior, Shamilla Oliveira, Arlisson Toledo e Adriano Simone.

Convido a ler a crônica de Vinícius Siman e os poemas de Karine Farias e Rosa Mª Olímpia, respectivamente:

LOBATO, Monteiro. Serões de Dona Benta. 22 ed. São Paulo: Brasiliense, 1997, cap. XXII.

Outras informações: Audiência Pública para discutir o Plano Municipal de Educação, Ipatinga, 15 de julho de 2015:


Escrito entre 17 e 20 de julho de 2015. Ficção embasada em fatos bem reais.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

POETA OU LOBISOMEM

Obax nafisa.


O escuro da noite não está comum
Não preto nem cinza ela se preponde
A lua quebrou o jejum
Cheia, meio se mostra meio se esconde

- Nóóóó, Benito! Esse ficou lindo! – Falam-me no quinto Sarau com Arak e não tarda, Tiago Lauar canta um pouco.
- A lua é tudo de bom.
- Verdade de lobisomem...
- Acho que ontem vi alguns pelas estradas...
- Uai! Como? Rerrê.
- Por volta de vinte e três horas eu estava em um ônibus. Da janela dava para ver a lua entre as nuvens. Ora mostrando suas vergonhas, ora escondendo seus pudores. Em um longo trecho sem casas, atravessando um pequeno bosque, tinha umas pessoas estranhas na estrada.
- Uai, você devia ter ido lá.
- Eu quis, mas...
- Mas?
Ficamos um pouco em silêncio para olhar as ilustrações de Jef Adriano que correm as mesas.
- Como dizia, você devia ter ido lá.
- Eu quis, mas não sei o que dizer nessas ocasiões.
- O que sei sobre eles é que de dia viram homens. E que são muito machos. Ou deveriam ser.
Paramos de conversar enquanto nos é entregue a caipirinha feita de arak e o quibe assado; e depois continuamos em silêncio ouvindo Mandruvachá contando um causo. Aproveito para mudar de assunto e conversamos sobre Machado de Assis e outros escritores nacionais.
- Vejam o que meu colega de faculdade, Paulo Pimenta, falou em sua monografia sobre Vidas Secas, de Graciliano Ramos: “As palavras que por um lado trazem o encantamento e que apontam para uma vida melhor, também são motivo de medo e apreensão”.
- Medo? Por que medo? – Alguns perguntam.
- Boa pergunta. Para boa resposta leia ou releia Vida Secas. – Digo e eu me levanto para dizer outra poesia:

Onde ela está?
Não sei!
Sem ela a vida é aresta
Bem que te avisei...
Onde está, amada lua?
Pare de choramingo
Como? Meu amor não é um pingo.
Já te disse: esse amor, dilua!


Ofereço aos aniversariantes, meus queridos:
Otávio Zoroastro, Marcos R.S. Gamba, Carmem Botelho, Solange Maria, Marildo Silva, Rosi Sabino, João F. Bomtempo, Otávio M. Silva, Carla A. Weber, Paulo G.C. Pimenta, Vanessa Souza, Cristiane Faria, Rosilea Campos e Karine Faria.


Escrito entre 16 de julho de 2014 e 13 de julho de 2015.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

E... DÁ LICENÇA

Y… ADIÓS


I’m sorry! I’m taking bread for my family.

Obax nafisa.


Em português

O céu cinza está rasgado por nuvens vermelhas, rosas e brancas. Passarinhos cantam nas árvores e...
- Ei, psiu! Chega aqui.
- Ah... estou com pressa...
O estranho encosta sua bicicleta perto de mim e pergunta:
- Aquela garota ali faz programa?
- Uai! Como vou saber... não a conheço.
- Estou sem jeito de abordar e ela ficar braba.
- Bem... Com licença que estou levando pão para minha família.


En español

El cielo gris está rompido por nubes rojas, rosas y blancas. Pajaritos cantan en los árboles y…
- ¡Eh, chis! Acércateme.
- Ah… estoy con prisa…
El extraño apoya su bicicleta acerca de mí y pregunta:
- ¿Aquella muchacha allí es una chica de compañía? ¿Es de alquiler?
- ¡Ojalá! ¿Cómo puedo saber? No la conozco.
- Estoy con vergüenza de abordarla y ella se quedar nerviosa.
- Bien… Estoy llevando pan para mi familia. ¡Adiós!


Ofereço aos aniversariantes
Dalizete Peixoto, Alano O. Barbosa, Rita E. Rocha, Tairony Novais, Ronalla Kelly, Sueli M.B. Barros, Amosse Mucavele, Rogeria Santos, Cinara Viana, Rosangela Santos e Tenoryd K. Neppel.

Convido a ler “Arte & Letra e Fotografia com Karam”, de Murilo Montanher; e “Fernando Pessoa: a decisão de seu eu”, de Rosa Mª Olímpio. Respectivamente nos endereços abaixo:


Escrito entre 15 de outubro de 2014 e 06 de julho de 2015.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

BUSCA

BÚSQUEDA


Obax nafisa.


Em português

- Benito e João, como estão suas manhãs? – Pergunta Paulo.
- Bem, obrigado! E você? – Responde Benito e também João: Bem!
- Eu estou... Assim: Ainda está escuro onde vivo, mas os carros já estão acordados.
Já eu estou assim: Uma libélula entrou no meu quarto. – Diz Benito. – Ela buscava a luz do abajur. No entanto, encontrou meus livros e neles pousou. Penso que estão querendo dar uma voltinha... Os livros e a libélula. E eu quero ir com eles.
- Ontem à noite duas luzes voavam rente ao chão e três pontinhos brancos pulavam com quase suavidade. – Fala João. – Lentamente uma sombra se condensa ligando-os. Um gatinho preto e branco se incorpora. Para! Me olha! Eu o chamo, ele pensa bem e vem até mim. Passo a mão em suas costas, em suas orelhas e ele cerra os olhinhos. Jamais tinha visto ele antes... – Benito o interrompe para corrigir: “Jamais o tinha visto antes”. João ignora e continua seu relato. – Não sei se o verei. Mas o gatinho preto e branco e a noite escura deram luz ao meu instante.
- Mais cedo eu tinha caminhado com meu cachorrinho. – Fala Paulo. – Estudei um pouquinho. Agora eu vou rezar, depois tomarei meu café da manhã e estudarei um pouco mais. E vocês?
João responde em seguida e depois, Benito:
- Os pássaros e os galos cantam e sua música é melhor que a dos carros.
- Com certeza! Rerrê. Eu irei ler e escrever um pouco porque os pássaros cantam...
As nuvens cinza
O ruído da fábrica
Os bêbados e as putas
E todos os perdidos na noite
Não me fazem rir

Fazem-me sorrir
Todos que se buscam
Os festeiros e os amantes
O som de galos e pássaros
E as nuvens que voam

- Conversa esquisita essa que tivemos, né Benito?
- Também achei.
Os dois caminham pela rua arborizada com o sol no rosto.


En español

- Benito e Juan, ¿Cómo están sus mañanas? – Pregunta Pablo.
- ¡Bien, gracias! ¿Y tú? – Contesta Benito y Juan también responde: ¡Bien!
- Yo estoy… Así: Aún está oscuro donde vivo, pero los coches ya están despiertos.
Ya he estado así: Una libélula se adentró en mi habitación. – Habla Benito. – Ella buscaba la luz de la lámpara. No obstante encontró mis libros y en ellos posó. Pienso que están pensando en salir… Los libros y la libélula. Y quiero ir con ellos.
- Anoche dos luces voleaban ras al piso y tres puntitos blancos brincaban con casi suavidad. – Charla Juan. – Lentamente una sombra se condensa ligándolos. Un gatito negro y blanco se incorpora. ¡Para! ¡Mírame! Yo le llamo, él piensa y camina hasta mí. Paso la mano en sus espaldas, en sus orejas y él cierra los ojitos.  Jamás vi él antes… – Benito lo interrumpe para corregirlo: “Jamás lo vi antes”. Juan lo ignora y continúa su relato. – No sé se lo veré. Pero, el gatito negro y la noche oscura alumbraron mi instante.
- Más temprano, yo caminé con mi perrito. – Pablo charla. – Estudié un poquito. Ahora me voy a orar, después desayunar e estudiar más un poco. ¿Y vosotros?
Benito responde y pasado un rato Juan contesta:
- En seguida iré leer y escribir un poco porque los pájaros cantan…
- Los pájaros e los gallos cantan y su música es mejor que de los coches.

Las nubes grises
El ruido de la fábrica
Los borrachos y las putas
Y todos los perdidos en la noche
No me hacen reír

Me hacen sonreír
Todos que se buscan
Los festivos y los amantes
El sonido de gallos y pájaros
Y las nubes que vuelan

- Benito, plática extraña esa… ¿No es verdad?
- Pienso lo mismo.
Los dos caminan por la calle arborizada con el sol en sus rostros.


Ofereço aos aniversariantes da semana:
Jessica Magalhães, Hudson Dias, Melquis E. Lopes, Pierre André, Claudia Turatti, Beatriz Myrrha, Daniel R. Salgado, Guilherme Rodrigues, Joice Soares e Mayra F. Gonçalves.
Sucesso também ao Grupo Farroupilha.

Recomendo a leitura das poesias sem nome de Karine Faria


Escrito entre el día 03 de julio de 2014 y el día 29 de junio de 2015.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

A PROCURA

LA CAZADA


pedras camufladas em palavras.
stones disguised as words.

(Barbosa, 2014, p. 60-61).

Obax nafisa.


Em português

A noite no Centro de Ipatinga está clareada pelos postes, embaralhada de pedestres e embarulhada pelos carros. Em um ponto de ônibus duas mulheres casadas conversam. Ambas reclamam que não ganham presentes de seus respectivos maridos. Creio que sem perceber uma falou: “Toda vez que ele me dá algo eu digo que é feio, brega, de mau gosto. Mas é mesmo...”. Meu pensamento se perdeu na reflexão: se toda demonstração de carinho é devolvida com chacota porque continuar ganhando? Nisso, passou um pássaro rente ao meu nariz. Sem violência, com uma tranquilidade de Ave-Maria ao som de viola. E meu pensamento achou o caminho de casa.
- Benito! Que faz aqui, rapaz?
- Oi, garota! Eu estava escutando William Cereja proferindo uma palestra.
- William Cereja? William Cereja... William Cereja... Ah! O autor de livros escolares?
- Isso mesmo!
- E qual era o assunto?
- O tema era Recursos e opções didáticos para ensinar às crianças.
- E o que ele falou?
- Deixa-me pegar a folha onde anotei suas palavras... Um momento, por favor. Encontrei. “Para criar leitores é necessário trabalhar com bons textos: clássicos, atuais, com temas do momento, interessantes, emocionantes, textos não verbais e etc.”. Disse mais: “Quanto mais nova é a criança, mais o foco deve ser a leitura. A criança geralmente chega na sala já letrada, mesmo que não alfabetizada. Por exemplo, ao olhar uma placa de trânsito tendo um ‘E’ cortado e ela sabendo que significa não poder estacionar naquele local é letramento. Ainda que o foco da escola seja leitura, nada impede que a escrita seja trabalhada, que se escreva alguma coisa”. E ele falou mais coisas interessantes para nós, professores.
- É? E que mais ele disse?
Corro os olhos pela folha e volto a ler: “Quem escreve quer ser lido. Portanto, pode-se, por exemplo, trabalhar a escrita em uma carta. Todavia, temos que enviá-la. Escrever o envelope, pôr o selo, levar ao correio e esperar a resposta. Pode-se trabalhar também, outro exemplo, a carta de solicitação. Através de tais cartas estarão sendo trabalhados a produção textual e a cidadania”.
- Belas palavras...
- Interessantes, não? Mas na verdade penso que os grandes pecados são sete... São sete os pecados mortais: gula, luxúria, avareza, ira, inveja, preguiça e orgulho ou vaidade. Mas o ódio não é um dos pecados capitais. É muito engraçado isso, mas porque não estou me divertindo?
- Ah! Por que está falando isso? Que mudança de assunto...
- Estava pensando em uma conversa de duas mulheres que escutei um pouquinho antes de você chegar e em tudo que ouço saindo das bocas dos cristãos, dos religiosos em geral.
- Mas... a ira não seria o mesmo que ódio?
- Não, não são a mesma coisa. Ira seria sinônimo de raiva, de nervoso, de mau humor. Ódio é uma aversão mortal. Comparar ira com ódio é como comparar picada de formiguinha com picada de escorpião.
- Penso diferente. Por exemplo, quando Boechat mandou o “é mala e faia” procurar uma rola foi movido pelo ódio resguardado e escondido pelos homossexuais e alimentado pela raiva ao sujeitim execrável. E dentro dele existe uma crença cultural na superioridade do homem sobre a mulher. Então ódio e raiva são sinônimos ou ao menos estão interligadas.
- Huuum! Realmente! Mandar alguém procurar rola, ou dizer “chupa, maria!” e etc. é preconceito. Preconceito porque acha que homem é melhor que mulher e que mulher é superior ao guei. Afinal, se a mulher é inferior, é por “defeito de nascença”; já o guei é alguém com o sexo superior que se rebaixa à insignificância feminina... É crença tão triste.
- Isso mesmo!
- Mas ainda não vejo que ódio e raiva sejam a mesma coisa. Em alguns casos até se confundem e alguns dicionários os colocam como sinônimas. Mas...
- ... Mas olha! Chegou meu ônibus. Adeus!
- Vá com Deus!


En español

La noche en el Centro de Ipatinga se aclaró por postes de luz y está barajada de peatones y embarullada por los coches. En una parada de autobús dos mujeres casadas charlan. Ambas protestan que no ganan regalos de sus respectivos esposos. Creo que sin percibir una habló: “Siempre que él me da un regalo lo digo que es feo, empalagoso, de malo gusto y hortera. Pero… ¡es mismo!”. Mi pensamiento se perdió en reflexión: ¿Se toda demonstración de cariño es devuelta con chacota porque continuar ganando? En ese momento pasó un pájaro rente a mi nariz. Sin violencia, con una tranquilidad de Ave-María al sonido de viola. Y mi pensamiento encontró el camino de casa.
- ¡Benito! ¿Qué haces aquí?
- ¡Hola, Muchacha! Yo estaba escuchando William Roberto Cereja profiriendo una conferencia.
- ¿William Cereja? ¿Quién es él?
- Es un autor brasileño de muchos libros escolares. Cereja habló acerca de Recursos y opciones didácticos para la enseñanza de los niñitos.
- Pero… ¿Fue interesante para nosotros, maestros de español, las palabras de él?
- Fueron sí. Me encanté con él y con sus palabras.
- ¿Qué él habló?
- Déjame coger la hoja donde anoté sus palabras… Un ratito, por favor. Encontré. “Para crear lectores es necesario trabajar con buenos textos: clásicos, actuales, con temas del momento, interesantes, emocionantes, textos no verbales y otros más”. Dice más: “Cuanto más joven es el niño, más el foco debe ser la lectura. El niño generalmente llega en aula ya letrado, mismo que no alfabetizada. Por ejemplo, al mirar una señal de tránsito teniendo un ‘E’ cortado y él sabiendo que simboliza no poder estacionar en aquél sitio significa que es letrado. Aunque el foco en la escuela sea lectura, nada impide que la escrita sea trabajada, que se escriba alguna cosa”. E él dice más cosa interesante para nosotros, maestros.
- ¿Qué más él habló?
Corro los ojos por la hoja y vuelvo a leer: “Quien escribe desea ser leído. Entonces es bueno, por ejemplo, trabajar la escrita en una carta. Sin embargo, es necesario enviarla. Escribir el sobre, poner el timbre o sello de correo, llevar al correo y esperar la respuesta. Se puede trabajar también, otro ejemplo, la carta de solicitación. A través de tales cartas estarán siendo trabajados la producción textual e la ciudadanía”.
- Exquisitas palabras…
- Bellas, ¿no? Pero en verdad pienso que los grandes pecados son siete… Son siete los pecados mortales: gula, lujuria, avaricia, ira, envidia, pereza y orgullo o vanidad. Sin embargo el odio no es uno de los pecados capitales. Es mucho divertido eso; pero, ¿porque no estoy contento?
- ¡Ah! ¿Por qué estás hablando eso? Qué cambio de asunto…
- Estaba pensando en una plática de dos mujeres que escuché un ratito antes de tú llegares y en todo que oigo saliendo de las bocas de los cristianos, de los religiosos en general.
- Pero... ¿La ira no sería lo mismo que odio?
- ¡No, no es lo mismo! Ira sería sinónimo de rabia, de nervioso, de malo humor. Odio es una aversión mortal. Comparar ira con odio es como comparar picadura de hormiguita con picadura de alacrán.
- Pienso diferente. Por ejemplo, cuando Boechat, el periodista brasileño, dice al “mala faya” salir en búsqueda de un pollo fue movido por el odio resguardado y escondido por los homosexuales y alimentado por la rabia al sujeto execrable. Y en su interior existe la creencia cultural en la superioridad del hombre sobre la mujer. Entonces, odio y rabia son sinónimos o al menos están conectados. 
- ¡Realmente! Decir a alguien para cazar pollo, o llamarlo de “maricón” o alguna otra cosa con sentido sexual es prejuicio. Prejuicio porque piensa que hombre es mejor que mujer y que mujer es superior al homosexual. Al fin, se la mujer es inferior, es por “defecto de nacencia”; ya el homosexual es alguien con el sexo superior que se rebaja a la insignificancia femenina… Es una lástima tal creencia.
- ¡Verdad!
- Pero, todavía no veo que odio y rabia sean la misma cosa. En algunos casos hasta se confunden y algunos diccionarios los ponen como sinónimos. Pero…
- … Pero, ¡mira! Llegó el autobús. ¡Adiós!
- ¡Va con Dios!


Ofereço aos aniversariantes:
Lígia Schmidt, Wagney Machado, Jhordany V. Siman, Julio Madeira, André Q. Silva, Camila Giacometti, Rinaldo A. Gomes, Feliciana Saldanha, Mª Carmo Vitarelli, Wendel Rafael, Lavínia Lemos, Elaine Lima, Emi Eidi e Helio G.T. Melo.

Recomendo a leitura de Natureza Real, de Bispo Filho:

BARBOSA, Jurandir. Quase Verbo. 2ª ed. São Paulo: Catrumano, 2014. Companheiro \ Partner.

Parte do texto é fruto do apanhamento que fiz da palestra Recursos e Opções Didáticas para o Ensino Fundamental 1, promovida pela Editora Saraiva em parceria com Pitágoras e proferida pelo Doutor William Roberto Cereja em Ipatinga na noite de 09 de junho de 2015.

Escrito entre 30 de junho de 2014 e 22 de junho de 2015.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

RIO IRRIGANDO

RÍO IRRIGANDO


Por Rubem Leite y Luis Gonzáles.

Obax nafisa.


En mi cielo no canta apenas un pájaro.
Vuelan tamaños y colores en plurales plumas.
Sueño y vuelo, soy cóndor de paz.
Luís Gonzáles – en el Facebook – 28/6/2014


Em português

Em meu céu não há somente um pássaro
Tem alguns cantores e outros negros grandes
Ao sonhar ser um eu me amparo
Até me transpor aos andes

Em minha terra tem majestosa harpia
Voando acima de cães e cobras
Se não sonha, a vida se prende em hídria
Que nos reduz a sombras

Vê! A vida é rua?
Também pode ser árvore
Onde tem quem sua

Olhe! Se a vida é ferro
Também pode ser rio
Irrigando-nos sem erro


En español

En mi cielo no hay sólo un pájaro
Hay algunos cantantes y otros negros grandes
Al soñar ser uno mi amparo
Hasta me transponer a los Andes

En mi tierra hay más de un jaguar
Entre perros y culebras
Si no sueñas, la vida hace agua
Que nos conduce a las tinieblas

¡Ve! ¿La vida es calle?
También puede ser árbol
Dónde hay quien batalle

¡Mira! Si la vida es piedra
También puede ser río
Irrigando un hierba


Ofereço aos aniversariantes:
Raphael Vidigal, Ariene Medina, Margareth Cheloni Leite, Sueli B. Dutra, Mª Lurdes F. Lopes, Bruno Coelho, Loris Morena, Ton Xavier, Alexandre R. Lecko, Gianmarco F. Cerdan e Adriane Lima.

Recomendo a leitura de Zoom, de William Delarte; e Imortal, de karine Faria. Respectivamente:

Revisión de Luis Gonzáles y según él:
Cóndor pelo plan cóndor da dictadura, mas cóndor es el pájaro de los Andes y también la escuadrilla de aviones que bombardearon Guernika. El cóndor fue endemoniado por Hitler y Pinochet. Sin embargo en este texto rescato el símbolo del pájaro latinoamericano, pájaro de paz y poder.


Escrito entre el día 28 de junio de 2014 y el día 15 de junio de 2015.