PERIGO!
Este cronto é o sétimo de uma novena a
pensar criticamente a Bíblia. Se isso te amedronta pare por aqui. Está avisade.
Se continuar será por sua conta e risco. Não me responsabilizo pelo desconforto
que sentirá, pois é difícil não ser misantropo quando se tem neurônios
funcionais.
O Espírito de Deus desceu
sobre Jefté e este prometeu a Deus: “Quando eu voltar vitorioso da guerra
oferecerei em holocausto a primeira pessoa que sair de minha casa para me
receber.” E
Deus deu a vitória a Jefté.
(Juízes
11, 29-34)
Em português, na
íntegra:
É dito “Quem cedo madruga Deus ajuda”. Mas talvez
a verdade seja “Para quem cedo madruga Deus não existe”. Nietzesche disse “Deus
está morto”. Não discuto se Nite (escrevi conforme se pronuncia; aportuguesei) negou
a existência de Deus. Isso é assunto para outra hora.
Deus está morto! O padre Claudemir Serafim
O matou ao dizer: covid não é católico porque odeia ao Senhor. Flordeliz O matou
ao fazer orgia com seus cinquenta filhos, ao casar-se com um deles e assassiná-lo
quando não queria atender aos seus desígnios. Malafaia O matou ao edificar o
Templo de Salomão e – antes, durante e depois da construção – extorquir
dinheiro dos incautos. Valdemiro Santigo O matou quando vendeu “feijão ungido”
para curar covid. O líder espírita Divaldo Franco e os líderes religiosos já
citados O mataram quando votaram no Boçalnato. E estes são apenas exemplos
notórios da prática cristá.
Deus está morto! Cinquenta e sete milhões
de brasileiros, com a cumplicidade dos que votaram branco ou nulo, mataram-nO
ao escolheram um genocida como presidente. E não há chance de dizerem que foram
enganados porque Boçalnato sempre afiançava o mal encarnado que era, é e será:
Só não te estupro porque você não merece. Minha filha foi uma
fraquejada que dei. Ter filho gay é falta de porrada. Índio não terá um
centímetro de terra. O negro mais magro pesava quinze arrobas; não serve nem
pra procriar. Meus filhos foram bem-educados e não namorariam uma negra; não
são promíscuos como os artistas pretos. Sonego todo imposto que posso.
Proudhon disse que a religião apregoa o que
pode ser chamado de Teoria da Resignação para impedir o povo de rebelar-se.
Como a religião faz isso? Ao consagrar-se como inviolável o seu poder e
privilégio por vontade divina. Assim, a religião consola o povo declarando “Força!
Você conseguirá alcançar o Céu aceitando sofrer. Não importa que outros tenham
boa vida. Assim é pela Vontade inquestionável de Deus”. E com os olhos tapados
o povo caminha tapado.
A deputada Paula Belmonte é autora do
Projeto de Lei que torna a educação serviço essencial. – Muitos falam. – E na semana
passada o deputado Ricardo Barros disse:
- Só professor não quer trabalhar na pandemia. É absurdo a forma
como estamos permitindo que os professores causem tantos danos às nossas
crianças na continuidade de sua formação. O professor não quer se modernizar,
não quer se atualizar. Já passou no concurso, está esperando se aposentar, não
quer aprender mais nada. Só professor não quer trabalhar.
Acompanhado por muitos, respondo:
A Educação só é serviço essencial quando o
professor tem que ir à sala de aula durante a pandemia. Mas nunca para receber
salário digno ou receberem vacina; nunca para melhor aparelharem as escolas;
nunca para os alunos terem acesso de qualidade a internet. Estou desanimado,
mas ainda dou murros. É uma lástima que só encontro alvo em ponta de faca.
O docente enfrenta o pior dos inimigos.
Tudo que o educador ensina é anulado pelos padres e pastores ao ameaçarem o
povo com o fogo do inferno se não descrerem do professor. A educação não
consegue combater as mais horríveis adversárias: as religiões. Ah! Seria tão
bom se os pais não permitissem que o cérebro de seus filhos se maculassem com
as maledicências das igrejas. Mas essa não é realidade. Estou desanimado, mas
ainda combato com a esperança que um dia deixe de ser em vão.
Entretanto o que essas coisas têm a ver com
o tema do cronto? Talvez quem lê se pergunte. Vejamos o tema: Os versículos
vinte e nove a trinta e quatro do capítulo onze de Juízes e nos versículos
vinte e cinco a cinquenta e quatro do capítulo trinta e um de Números (Núm 11, 25-54) ensinam o sacrifício humano. Agora, como conseguir que o povo se
sacrifique e como ter coragem para sacrificar o outro?
- Boçalnato cumpriu este versículo. –
Respondo à hipotética pergunta. – Venceu as eleições de 2018 e ofereceu em
sacrifício a população brasileira. Duas semanas atrás eu disse e repito:
Tenho certeza que não há álcool nem sabão capaz de limpar o sangue
nas mãos e almas dos cúmplices dos já se aproximando a quatrocentos mil
assassinados pelo presidente e seus conluiados através do covid-19. Estes
criminosos vão sobreviver, pois Cristo disse: “este mundo é dos maus”. Os
cúmplices do presidente – seus eleitores – continuarão a disseminar o mal
porque só sabem dizer “Luladrão, Lulinha Friboi, petêêê” e “só detesta bandido
de esquerda”; os de direita os senhores apoiam. Já eu continuarei a ser Dom
Quixote; a cigarra a estourar-se de tanto gritar no deserto que é seus
cérebros. E só me calarão quando as formigas devorarem esta cigarra.
No Rio de Janeiro o vereador boçalnariano
Dr. Jairinho torturou e matou a chutes o enteado de quatro anos. Causando-lhe
hemorragia interna e lacerando o fígado além de diversos outros ferimentos e
hematomas. Isso com omissão ou participação da companheira, mãe da criança.
Jairinho é um sujeito observador, calado e avesso a debates.
Dois apêndices a quem está
lendo:
O que pensa quando conhece
uma pessoa má está calada e é observadora?
O que pensa quando alguém
ruim é calado e foge de debates? Gostaria que me respondesse.
Continuação do parágrafo anterior aos
apêndices:
Como dizia, Jairinho é um sujeito
observador, calado e avesso a debates. É um cidadão de bem; um homem religioso.
E três dias após o assassinato assumiu um cargo no Conselho de Ética e Decoro
Parlamentar na Casa para disciplinar os vereadores. O Coronel Jairo, pai do vereador
assassino, está preso por corrupção e outros crimes; quase todos ligados ao
Flagro Boçalnato, filho 01 do Vocessabequem.
- Senhor! Preciso ser reeleito. Se reeleito
for oferecerei algo muito sagrado.
Assim Jairinho e Mônica, cúmplice no
assassinato do próprio filho, rezaram diante do altar em sua casa. Mas do altar
apenas o silêncio. Interessante é que só conseguiram acender a vela na terceira
tentativa, quando irritada, Mônica falou baixinho “desgraça!”.
Jairinho foi reeleito. Passou-se o primeiro
mês da posse; atravessou o segundo e nada de cumprirem a promessa. No primeiro tríduo
de março o casal teve pesadelos cobrando a promessa. No quarto dia o padrasto
teve um sonho revelador; e como dormira bem. Os três dias seguintes foram de
planos e no oitavo a realização.
O sábado e o domingo o menino ficou com o
pai. Na manhã de segunda este entregou o filho à mãe.
Antes de entrarem no carro o menino pedira para ficar, não queria ir. Mas o pai não teve escolha.
A segunda-feira
amanheceu tranquila. Mônica pegou na cozinha uma bacia de bronze, uma faca e
uma colherinha de prata para ocasiões especiais. O casal foi ao banheiro para
se purificarem para a oração matinal especial. Nus se ajoelharam diante do
altar.
- Pai! Ao Senhor
ofereço meu sangue. – Disse o vereador – e furou fundo o indicador direito.
- Filho! Ao
Senhor ofereço meu sangue. – Disse Mônica – e furou fundo o indicador direito.
- Espírito Santo!
Ao Senhor oferecemos nosso sangue. – Disse o casal – um encostou o anelar
direito no mesmo anelar do outro e fizeram um leve corte.
Os sangues caíram
na bacia. Ele misturou o sangue como se fosse um ato sexual. Sensualmente ela
pegou a colher e colheu um pouco do sangue na bacia e o bebeu. Repetiu a ação,
dando-o ao amante.
Puseram curativos
nos dedos, vestiram-se e foram para a sala receber a criança que em instantes
chegaria e, assim, encerrarem a consagração.
Assim que o hospital declarou a morte da
criança, o vereador assassino disse ao Pai: “Vamos virar a página, vida que
segue. Faz outro filho.”. E este o olha atônito.
Durante o sepultamento, enquanto o pai joga
uma pá de terra sobre o caixão, Mônica se olha no espelho para retocar a
maquiagem e fala baixinho para o amante:
- Veja que horror está meu cabelo. Acabando
esse troço vou direto ao meu cabelereiro.
À noite, durante o culto, a convite do
pastor, o vereador discursa comovido:
- Sou Evangélico com Deus no coração.
Conservador, luto contra a ideologia de gênero. Médico, nunca trabalhei; sempre
fui vereador e luto pela escola sem partido. Defensor das famílias estou unido
a Boçalnato. Pois é Brasil acima de tudo e Deus acima de todos.
- Miiiito! – O povo gritou em adoração ao
seu – ênfase no pronome possessivo – seu Messias.
En español, trozos sobresalientes
del cruento – MUERTE: VIDA QUE SIGUE
Los
nombres abajo son de personas reales; todos son líderes religiosos y unos son
también políticos:
¡Dios está
muerto! El cura Claudemir Serafim Lo mató al decir: covid no es católico porque
odia al Señor, Flordeliz Lo mató al hacer orgía con sus cincuenta hijos, al
casarse con uno de ellos y asesinarlo cuando no quería atender a sus ganas.
Malafaia Lo mató al edificar el Templo de Salomón y – antes, durante y después
de la construcción – obligar a los incautos a pagar bendiciones. Valdemiro
Santiago Lo mató cuando vendió “frijol ungido” para curar covid. El líder
espírita Divaldo Franco y los líderes cristiano ya dicho Lo mataron cuando
votaron en el Bozalnato.
¡Dios está
muerto! Cincuenta y siete millones de brasileños, con la complicidad de los que
votaron blanco o nulo, Lo mataron al elegir un genocida como presidente. Y no
hay posibilidad de hablaren que fueran engañados porque Bozalnato siempre hay
declarado el mal encarnado que era, es y será.
Lunes
amaneció tranquilo. Mónica agarró en cocina una cuenca de bronce, un cuchillo
de plata y una cucharita también de plata para ocasiones especiales. La pareja
fue al baño para purificarse para la oración matinal especial. Desnudos se
arrodillaron delante al altar.
- ¡Padre! Al Señor
ofrezco mi sangre. – Dijo el concejal – y se pinchó el indicador derecho.
- ¡Hijo! A Usted
ofrezco mi sangre. – Dijo Mónica – y pinchó el indicador derecho.
- ¡Espíritu
Santo! A Usted ofrecemos nuestra sangre. – Dijo la pareja – Uno acostó el
anular derecho al mismo anular del otro e hicieron un pequeño corte.
Las sangres
cayeron en la cuenca. Él mescló la sangre como se fuera un acto sexual.
Sensualmente ella agarró la cucharita y recogió un poco de la sangre en la cuenca
y lo bebió. Repitió la acción, dándola al amante.
Pusieron
curativos en los dedos, se vistieron y fueron a la sala recibir el niño que a un
rato llegaría y, así, encerraren la consagración.
Así que el
hospital declaró la muerte del niño, el concejal asesino dijo al padre: “Vamos
a pasar página, vida que sigue. Hacé otro hijo.”. Y esto lo mira atónito.
Durante el
funeral, mientras el padre echa un poco de tierra sobre el ataúd, la madre se
mira en el espejo para retocar el maquillaje y charla en voz bajita al amante:
“Mire como está horrible mi pelo. Acabando esa mierda me voy directo a mi
peluquero.”.
Por la
noche, en el culto, por invitación del pastor, el concejal discursa conmovido:
“Soy cristiano con Dios en el corazón. Conservador, lucho contra la ideología
de género. Médico, nunca trabajé: siempre he sido concejal y lucho para los
maestros no hablaren mentiras sobre los gobiernos de derecha. Pues Jesús está a
derecha de Su Padre. Entonces solo la derecha es buena. – Sin embargo, un
cerebro en la iglesia piensa “Si Jesús está a la derecha entonces el Padre está
a la izquierda…” – Mientras piensa el cerebro, el concejal asesino platica: Soy
defensor de las familias y por eso estoy unido al Bozalnato. Pues es Brasil
arriba de todo y Dios arriba del pueblo.
Ofereço como presente aos aniversariantes:
Erika Aviles, Felipe Martins, Wilder Alves, Maxi Cabral e Cibele
Teixeira.
Recomendo a leitura de:
“A Pedagogia do Oprimido”, de Paulo Freire;
“Colapso”, de António MR Martins:
http://poesia-avulsa.blogspot.com/2021/04/colapso.html
“La teoría de la
resignación a servido a la sociedad impidiendo la rebelión de los pueblos. La
religión, consagrando con el derecho divino la inviolabilidad del poder y del
privilegio, ha dado a la humanidad fuerza para continuar su camino y apurar sus
contradicciones. Sin esa venda, echada a los ojos del pueblo, la sociedad se
habría disuelto mil veces. Era preciso que alguien sufriese para que ella
curara; y la religión, consoladora de los afligidos, ha decidido al pueblo a
sufrir. Este sufrimiento nos ha conducido a donde estamos: la civilización, que
debe al trabajador todas sus maravillas, debe aún a su sacrificio voluntario su
porvenir y su existencia.” (Pierre
J. Proudhon).
Sobre a fala do deputado Barros:
Sobre o vereador Dr. Jairinho:
http://www.camara.rio/vereadores/dr-jairinho
Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve todo domingo neste seu blog
literário: aRTISTA aRTEIRO. É professor de Português, Literatura, Espanhol e
Artes. É graduado em Letras-Português. E pós-graduado em “Metodologias do
Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua
Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”. Autor dos artigos
científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e
Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola,
Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e
“Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”. Foi, por duas gestões, Conselheiro
Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).
As imagens são todas do autor.
Escrito entre 08 de fevereiro e 25 de abril de 2021.
2 comentários:
É triste que a matrix cause tantos descontroles
Veja o vídeo abaixo:
https://youtu.be/kVQ2Qbo4bkI
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