domingo, 12 de agosto de 2018

O ESCURO É UMA BOA TELA PARA O SILÊNCIO DIALOGAR



The dark is good screen for silence dialog.
I’m not a man who fell asleep.

Em português:
Leitura do cronto pelo leitor no canal aRTISTA aRTEIRO:




Nuvens cinza molduram um rasgo na noite. Não sei qual lua ocuparia o céu. Mas as nuvens pesam meus olhos e um pensamento vizinho aos meus me afogam em ondas de um riacho imóvel.
- ¿Tienes canas?
À interrupção imagino meu rosto e me vejo como estou. Cabelos cortados rentes e a barba um pouco crescida, quase toda branca.
- Sim, tenho. Por quê?
- Paco lo tienes.
Olho o rapaz e não percebo nada grisalho.
- Es una broma. Él tiene solo veinte años.
Não compreendo a piada. Seu humor não tem sentido para mim; já devo estar velho. Melhor é olhar a noite; o escuro é uma boa tela para o silêncio dialogar.
A noite corre e a manhã seguinte também. Ocupado em meu quarto, a tarde vem e no seu meio alguém que gosto muito bate palmas no portão. Enquanto conversamos:
- Quando cheguei e te chamei, um rapaz me atendeu. Pensei: “Finalmente ele achou um garotão.” E você me diz que é só um hóspede...
Que faríamos eu e um garotão? Exatamente; só isso que você pensou. Estes três que viu em minha casa pensam que sexo é só penetração, e só eles penetrando... ou recebendo sexo oral, não realizando-o. Gostam de passar noites, dias inteiros se “fritando” em “doces”. E o LSD que penso e curto é Lendo Sem Descanso. Mas estes sequer pegam em livros. Riem de comédias gratuitas, não de conteúdo. Que faríamos após o imaginado?
Assim ajuízo e respondo:
- Só hóspedes até irem embora.
Sopro estas palavras e bebo mais um gole de chá de hortelã com gengibre pensando em Luiz Ricardo que não vende mais seus doces no Feirarte. – O que isso tem a ver com o assunto da conversa? Nada! – Sua avó vai para a França e a venda da barraca se fez necessário para três meses fora. Por que três meses? Para quê? Perguntas que me calei.
- Não sou um homem que adormeceu. – Digo e penso: Mas gostaria tanto disso.
Diante dessa palavra enigmática o assunto muda e falamos sobre coisas simples e do que temos feito durante o tempo que esteve fora. Ouço vindo da rua os pássaros a cantar, mas ele não percebe.


En español:
Lectura del croento por el autor en el canal aRTISTA aRTEIRO (minuto: 04:05):

EL OSCURO ES UNA BUENA PANTALLA PARA EL SILENCIO DIALOGAR




Nubes grises molduran un rasgo en la noche. No sé cuál luna ocuparía el cielo. Pero las nubes pesan mis ojos y un pensamiento vecino a los míos me ahogan en olas de un riachuelo inmóvil.
- Você está grisalho?
A la interrupción imagino mi rostro y me veo como estoy. Pelos cortados al ras y la barba un poco crecida, casi toda blanca.
- Sí, estoy. ¿Por qué?
- O Zé também tem.
Miro el muchacho y no veo ninguna cana.
- É brincadeirinha. Ele só tem vinte anos.
No comprendo la broma. Su humor no tiene sentido para mí; ya debo está viejo. Mejor mirar la noche; el oscuro es una buena pantalla para el silencio dialogar.
La noche corre y la mañana siguiente también. Ocupado en mi pieza, la tarde viene y en su medio alguien que me gusta mucho llama al portón. Mientras charlamos:
- Cuándo llegué y te llamé, un muchacho me atendió. Pensé: “Finalmente él encontró un guapo”. Y tú me dices que es solo un huésped…
¿Qué haríamos un guapo muchacho y yo? Exactamente; solamente eso que pensaste. Estos tres que vio en mi casa piensan que sexo es solo penetración, y solamente ellos penetrando… o recibiendo sexo oral, no realizándolo. Les gusta pasar noches, días enteros sintiéndose brujos del cornezuelo de centeno¹. Y el LSD que pienso y me gusta es Leyendo Sin Descanso. Pero estos siquiera agarran un libro. Ríen de comedias gratuitas, no de contenido. ¿Qué haríamos tras al imaginado?
Así pondero y contesto:
- Solamente huéspedes hasta volvieren a viajar.
Susurro estas palabras y sorbo más un trago de té de buena hierba con jengibre pensando en Luiz Ricardo que no vende más sus dulces en el Feirarte. - ¿Cuál es la ligación de eso con el contenido de la plática? ¡Nada! – Su abuela va a Francia y la venda de la barraca de feria fue necesaria para tres meses fuera. ¿Por qué tres meses? ¿Para qué? Preguntas que me callé.
- No soy un hombre dormido. – Digo y pienso: Y me gustaría mucho eso.
Delante mi enigmática palabra el asunto se cambia y platicamos cosas sencillas y do que hemos hecho durante el tiempo que estuvo fuera. Oigo viniendo de la calle los pájaros a cantar, pero él nada percibe.


Ofereço como presente à aniversariante Denise Silva.

Recomendo a leitura de:
“Agasalho”, de Bispo Filho:
“A Desejada II”, deste macróbio que vos fala:
“Part-Idas”, de Gely Fantini. O livro pode ser adquirido através do email: gelyfantini@gmail.com

Parte de minha inspiração se deve aos poemas “As Amadas” e “A Poesia Andando” da segunda edição do livro Poesia Completa e Prosa, de João Cabral de Melo Neto. Editora Nova Fronteira, publicação de 2007.

¹ CHEDIAK, Dayana. El Alucinante Cornezuelo de Centeno. Disponible https://www.arsenalterapeutico.com/2017/06/19/el-alucinante-cornezuelo-de-centeno/ . Acceso en 10 Ago 2018.

 Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve e publica neste seu blog literário aRTISTA aRTEIRO todo domingo e colabora no Ad Substantiam às quintas-feiras.  É professor de Português, Literatura, Espanhol e Artes. E em breve também professor de História. É graduado em Letras-Português. É pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”; autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”. Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).
Imagens:
Nuvens Rasgando a Noite (Nubes Rasgando la Noche) – foto do autor.
Dinossauro Datilógrafo – Foto do autor – Fotógrafo ignorado. Piquenique Dramatizado, 2015.

Manuscrito no domingo de 11 de março de 2018. Digitado em 22 de maio; trabalhado entre os dias 10 e 13 de agosto do mesmo ano.

domingo, 5 de agosto de 2018

DOLOROSAS ENTRELINHAS



O meu ofício é ser poeta, / não sei se é destino / ou condição. / Escrevo em linhas retas, / as minhas linhas tortas, / e tenho como timoneiro / o meu coração, / que nas dolorosas entrelinhas, / procura extirpar / as dores do mundo.
MORAES, Girvany. Sina. Disponível http://socosealivios.blogspot.com/2018/07/sina.html Acesso 05 Ago 2018.

Em português:
Leitura do texto pelo autor no canal aRTISTA aRTEIRO:


Pela abertura da porta vejo as roupas dependuradas, qual bandeiras a mostrar que a vida podia ser um eterno feriado nacional. Ai, Orestes Barbosas e Silvo Caldas, obrigado por me darem palavras para o que sint...
- Benito, onde descerei em São Paulo?
- No Terminal Tietê.
- Ietê?
- Não. Tietê.
- Ietê.
- T-I-E-T-Ê.
- Ietê.
- T-I-E-T-Ê. Tietê. T-I-E...
Observo a cara do sujeito e...
- Você tem toda razão. Sou mesmo um imbecil. Esforço em ajudar; em não o deixar perder tempo buscando na internet o que não existe. Sendo que poderia permitir prejudicar-se não encontrando ou, pior, não sei, ir a um lugar só Deus sabe onde.
Não querendo justificativas nem desculpas, dou as costas e saio pensando: “Sua família não gosta de ouvi-lo em pequena parte por ser artista de rua e em grande parte pelo prazer que sente em irritar e zombar”.


En español:

DOLOROSAS ENTRELINEAS

Lectura del texto por el autor en el canal aRTISTA aRTEIRO – minuto 02:43:




Por la abertura de la puerta veo las ropas colgadas, cuales banderas a mostrar que la vida podía ser una eterna festividad nacional. Ay, Orestes Barbosa y Silvio Caldas, gracias por dar a mí palabras para lo que sient…
- Benito, ¿dónde me bajaré en San Pablo?
- En Terminal Tietê.
- ¿Ietê?
- No. Tietê.
- Ietê.
- T-I-E-T-Ê.
- Ietê.
- T-I-E-T-Ê. Tietê. T-I-E…
Observo la cara del tipo y…
- Tienes toda razón. Soy un verdadero imbécil. Me esfuerzo en ayudarlo en muchas cosas; en no dejarlo perder tiempo en internet buscando algo que no existe. Siendo que podría permitir perjudicarse no encontrando o, peor, no sé, ir a un sitio solo Dios sabe dónde.
No queriendo justificativas ni excusa, le do las espaldas y me salgo pensando: “A tu familia no le gusta oírlo en cierta medida por ser artista callejero y en una medida mucho más grande por el placer que sientes en irritar y mangar”.


Ofereço como presente aos aniversariantes:
Siomar Queiroga, Teuler Guimarães e Vera Tufik.

Recomendo a leitura de:
“‘Pois sou mais feliz que você, pois estou gozando’ – 120 dias em Sodoma e a paródia do teatro de poder do Antigo Regime”, de Sued:
 “A Desejada”, deste triste macróbio que vos fala:
O blog “Cinzas do Sol:

Tristemente dias 06 e 09 de agosto deste ano completam 73 anos que as Bombas de Hiroshima e de Nagasaki foram lançadas:
MORAES, Vinicius de. Rosa de Hiroshima. Disponível https://www.letras.mus.br/vinicius-de-moraes/49279/ . O cantor é Ney Matogrosso. A letra:
“Pensem nas crianças / Mudas telepáticas / Pensem nas meninas / Cegas inexatas / Pensem nas mulheres / Rotas alteradas / Pensem nas feridas / Como rosas cálidas / Mas, oh, não se esqueçam / Da rosa da rosa / Da rosa de Hiroshima / A rosa hereditária / A rosa radioativa / Estúpida e inválida / A rosa com cirrose / A anti-rosa atómica / Sem cor sem perfume / Sem rosa, sem nada”.
Traducción libre del autor: “Piensen en los niños / Mudos telepáticos / Piensen en las niñas / Ciegas inexactas / Piense en las mujeres / Rutas alteradas / Piensen en las heridas / Como rosas cálidas / Pero, oh, no se olviden / De la rosa de la rosa / De la rosa de Hiroshima / La rosa hereditaria / La rosa radioactiva / Estúpida e inválida / La rosa con cirrosis / La anti-rosa atómica / Sin color sin perfume / Sin rosa, sin nada.”.

 Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve e publica neste seu blog literário aRTISTA aRTEIRO todo domingo e colabora no Ad Substantiam às quintas-feiras.  É professor de Português, Literatura, Espanhol e Artes. E em breve também professor de História. É graduado em Letras-Português. É pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”; autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”. Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).
Imagens:
A Porta é Serventia da Casa (La Puerta Es la Utilidad de la Casa) – foto do autor.
Dinossauro Datilógrafo – Foto do autor – Fotógrafo ignorado. Piquenique Dramatizado, 2015.

Escrito em português na noite de 07 de maio de 2018. Trabalhado nas duas línguas e no mesmo ano, entre os dias 02 e 05 de agosto.

domingo, 29 de julho de 2018

TECENDO MANHÃS



Um galo canta dentro do meu ouvido
(é um garnisé)
Outro responde ao longe...
(Roberto Caroli)


“estaGnar a economia”.
real Artista proclama:
lute, Lute contra o luto
por bOas escolas sempre

Sinfônica manhã
A despertar gente.
Afônico povo
Não vê desespero.

Grande de Minas
Amado até pelo outro
Luta por si
O outro por nós

profunda garganta Grita.
do outro bastante, de si nAda.
bom sangue azul gaLardea,
mas sangue real é o nOsso.

em prenúncio canta Galo
dia dos pais se Aproxima
no escuro sua voz, Luz
noite e dia pais e mães se Orgulham.

Bica eles,
GAAAAALOOO
Nós te amamos pelo que é.
Não por interesse...


Ofereço como presente aos aniversariantes:
Jerehmias Menezes, Martin Dali Ramirez e Camile Gracian.

Recomendo a leitura de:
“Não Importa a Raça do Gato, o que Importa é que Cace Rato”, de Sued:
“A Dança”, deste macróbio que vos fala:

 Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve e publica neste seu blog literário aRTISTA aRTEIRO todo domingo e colabora no Ad Substantiam às quintas-feiras.  É professor de Português, Literatura, Espanhol e Artes. E em breve também professor de História. É graduado em Letras-Português. É pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”; autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”. Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).
Imagens:
Galo – foto do autor. Casa de Maria Cloenes.
Dinossauro Datilógrafo – Foto do autor – Fotógrafo ignorado. Piquenique Dramatizado, 2015.

Quadras e trovas escritas em diversas datas, iniciando 01 de maio e encerrando em 29 de julho de 2018.

domingo, 22 de julho de 2018

FUNDIÇÃO CEREBRAL



Não digo as palavras
que sempre espero de mim.¹

Em português:
Leitura do cronto pelo autor no canal aRTISTA aRTEIRO:

A CNBB² define corrupção e violência como tema da Campanha da Fraternidade de 2018; já o Rio de Janeiro está ocupado pela milícia... Digo, pelos Militares a mando do Vampiro de Carnaval. Ouço vozes dizerem que não tardará a chegar a Minas Gerais.
O sol está forte; se houvessem muitos cérebros no país, estariam agora derretidos. Entretanto nem isso nem aquilo são preocupações nacionais.
Em Ipatinga o Feirarte tinha que pedir bênção ao Quintão dos Infernos para apresentar algo. Agora precisa pedir ao Naná Pedregulho Quintãozinho dos Inferninhos. Aonde ir se até o que deveria ser popular é comprado?

- No Carnaval, uma pessoa foi estuprada. – Diz a atriz e artesã Denise Maria Silva. – Ela foi retirada da Av. Japão, próximo ao Centro Comercial do Cariru, cercada por edifícios residenciais e ninguém viu nem ouviu nada; levada ao bairro Veneza II e tudo passou despercebido. Como?
- Por isso queríamos apresentar uma performance plástica sobre violência. – Benito completa e o presidente do Feirarte encerra a conversa:
- Se a Chica Bisneta, mucama da sinhá dos Quintão dos Infernos, deixar, pode. Por mim tudo bem, mas só com o aval da diretora de cultura que o Feirarte pode deixar.

Aonde ir se até o que deveria ser popular tem que ser implorado? E explorado!


En español:
Lectura del croento por el autor en el canal aRTISTA aRTEIRO (minuto 02:52):

FUNDICIÓN CEREBRAL

Los Obispos de Brasil definen que corrupción y violencia no pueden ser toleradas; ya la ciudad del Rio de Enero está ocupada por la milicia… Digo, por los Militares al mando del Vampiro del Carnaval³. Oigo voces dijeren que rápido llegarán a Minas Gerais.
El sol está fuerte; se hubieran muchos cerebros en el país, estarían ahora derretidos. Sin embargo, ni eso ni aquello son preocupaciones nacionales.
En Ipatinga, el Feirarte tenía que pedir bendiciones al Quintão de los Infiernos para presentar algo. Ahora necesita pedir al Naná Pedregullo Quintanzito de los Infiernitos. ¿Adónde ir si hasta lo que debería ser del pueblo es comprado?

- En el Carnaval, una persona fue violada. – Habla la actriz y artesana Denise Maria Silva. –  La quitaron de la Avenida Japón, cerca al Centro Comercial del barrio Cariru, cercada por edificios residenciales y nadie vio ni oyó nada; llevada al barrio Veneza II y todo pasó desapercibido. ¿Cómo?
- Por eso queríamos presentar una performance plástica sobre violencia. – Benito completa y el presidente del Feirarte concluye la conversa:
- Se Chica Bisnieta, mucama de la reina del Quintão de los Infiernos, dejar, puede. Por mí no pasa nada. Pero, solamente con el permiso de la Dirección de Cultura Municipal que el Feirarte puede dejar.

¿Adónde ir si hasta lo que debería ser del pueblo tiene que ser implorado? ¡Y explorado!


Ofereço aos amigos Ronal Faria, Emilio Bigote, Zarza Mora, Arline Salazar e Girvany de Morais.
Em especial, ofereço como presente ao aniversariante Beto (Gilberto M. Weber).

Recomendo a leitura de:
“Julio Hevia”, de Gianmarco F. Cerdán:
“Seguimento”, de Girvany de Morais:
"Medidas Sem Medidas", deste macróbio que vos fala:

¹ MELO NETO, João Cabral de. Poema. Poesia Completa e Prosa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007. P. 19.
² CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – é um organismo permanente que reúne os Bispos Católicos do Brasil para, segundo afirma o Código de Direito Canônico, exercer algumas funções pastorais em favor dos fiéis de seu território e outras coisinhas mais.
³ Vampiro del Carnaval es un “cariñoso sobrenombre” que el presidente golpista de Brasil (Michel Temer) ganó de una escuela de samba en 2018. Observación: En Brasil, “escuela de samba es una asociación de tipo popular que se caracteriza por la práctica del canto y el baile del samba (no confundir con Zamba: género musical folclórico bailable originado en Argentina), casi siempre con la intención de entrar en competición con agrupaciones similares”. Otras informaciones: https://www.linguee.com.br/portugues-espanhol/search?source=auto&query=escola+de+samba

 Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve e publica neste seu blog literário aRTISTA aRTEIRO todo domingo e colabora no Ad Substantiam às quintas-feiras.  É professor de Português, Literatura, Espanhol e Artes. E em breve também professor de História. É graduado em Letras-Português. É pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”; autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”. Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).
Imagens:
Livro e Bebidas – fotos do autor. Feirarte.
Dinossauro Datilógrafo – Piquenique Dramatizado (autor criando) – Fotógrafo ignorado pelo autor  2015.

Manuscrito em 18 de fevereiro de 2018; trabalhado em 30 de abril e nas duas línguas entre 20 e 22 de julho do mesmo ano.

domingo, 15 de julho de 2018

LIBÉLULAS DA CIDADE



LIBÉLULAS DE LA CIUDAD


Em português


Libélulas voam
Acima das árvores
Surfando ao vento

arbóreas
surfam
vento
libélulas
sobre
copas

Libélulas alheias à cidade
Abstém ao voto deixando-a
Para quaisquer. Porém são insetos...
Mas e o homem, se pensar tem capacidade?


En español
  


Libélula vuelan
Arriba de los árboles
Surfeando en el viento.

arbóreas
surfean
viento
libélulas
sobre
copas

Libélulas ajenas a la ciudad
Abstienen al voto dejándola
A cualquiera. Pero, son insectos…
¿Y el hombre, si pensar tiene capacidad?


Ofereço como presente aos aniversariantes:
João F.B. Araújo, Carla A. Weber, Pablo P. Figueroa, Hugo Menezes e Sarah Lombello.

Recomendo a leitura de:
“Part-idas”, de Gely Fantini. São Paulo: Clube dos Autores, 2018. Para aquisição: gelyfantini@gmail.com
“O papel socioeconômico da mulher negra escrava no Brasil Colônia”, parte 2; de João L. Nery e Ana C.O.S. Lima:
“Invocação”, de Bispo Filho:

 Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve e publica neste seu blog literário aRTISTA aRTEIRO todo domingo e colabora no Ad Substantiam às quintas-feiras.  É professor de Português, Literatura, Espanhol e Artes. E em breve também professor de História. É graduado em Letras-Português. É pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”; autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”. Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).
Imagens:
Urucum – fotos do autor. Parque Ipanema.
Apontamentos 01 – Espaço de Convívio (Híbridus).

Escrito em 12 e 14 de abril de 2018. Trabalhado entre os dias 13 e 15 de julho do mesmo ano.

segunda-feira, 9 de julho de 2018

MATERNIDADE


MATERNIDAD



Em português

Ainda escuro me levanto
Ao banheiro e beber água
Um fraco, bem longe pranto

Quatro caninos filhotes
Sol surge mais uma vez
Vida continua em motes

Meus cachorrinhos, os machos,
Não estão nem aí
Dormem, despacham diachos

Florbela, atenta e curiosa
Olha crias da Biblioteca
Paz da mãe laboriosa

Passam dias e semanas
A curiosa amamenta com a laboriosa
Pelo leite são mames e manas


En español

Aún oscuro me levanto
Al baño y beber agua
Un débil, muy lejos llanto

Cuatro caninos cachorros
Sol surge más una vez
Vida continúa en motes

A mis perritos, los machos,
No les importa un huevo
Duermen, despachan mamarrachos

Florbela, atenta y curiosa
Mira crías de la Biblioteca
Paz de madre laboriosa

Pasan días y semanas
La curiosa amamanta con la laboriosa
Por la leche son madres-hermanas


Recomendo a leitura de:
“O Papel Socioeconômico da mulher Negra Escrava no Brasil Colônia” – 1ª parte, de Ana C.O.S. Lima e João Lucas Nery:
“Joana Princesa”, de Janaína Leslão. Rio de Janeiro: Metanoia, 2016. metanoia@metanoiaeditora.com.br

 Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve e publica neste seu blog literário aRTISTA aRTEIRO todo domingo e colabora no Ad Substantiam às quintas-feiras.  É professor de Português, Literatura, Espanhol e Artes. E em breve também professor de História. É graduado em Letras-Português. É pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”; autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”. Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).
Imagens:
Parto – Foto do autor tirada na manhã de 29 de março de 2018.
Apontamentos 01 – Espaço de Convívio (Híbridus).

Escrito na manhã de 30 de março de 2018; os filhotes nasceram no dia anterior. Trabalhado entre os dias 05 e 09 de junho do mesmo ano.

domingo, 1 de julho de 2018

TAÚBAS – ACASOS



Taúbas. Ponto periférico de Ipatinga. Ruas empoeiradas, raros ônibus, cheiro de chiqueiro. Forró do Badé, que de um lugar mudou-se para outro. Descemos do ônibus, paramos em um boteco, pedimos uma cerveja. Dna. Maria nos traz.
Seu Zé – alguém que nunca tínhamos visto – puxa conversa. Senhor simpático. E nos três minutos antes de ir embora ficamos sabendo que morou dezoito anos em Portugal. Lá deixou de fumar, mas não parara com a cerveja. Ele me diz: “Leite fresquinho e queijo novo eu tenho para servir em casa. É na última porteira. Vá lá.”.
- “Time sem vergonha!” – Canta a torcida do Galo pela derrota diante do Caldense.
Dna. Maria comemora. Ela não está só. Eu estou. E não me sinto bem; não por estar só, mas pelo alguém que me acompanha.
Deixo a companhia no boteco e passeio pela rua. Extensa única rua do bairro. Um córrego a corta debaixo de uma ponte travestida de estrada.
Na margem direita de quem sobe, dois bancos. Um de madeira e outro de cimento. Sento. Olho o riacho, sinto seu cheiro. Vejo uma figueira; apoio-me nela. Subo, sento, fecho os olhos e vejo um poema. Desço, sento no banco de cimento, olho as águas e escrevo o que vi.
Corre o rio no seu murmúrio
Não há vento balançando as árvores
Gostamos de quem faz o que gostamos
Acho que isso não é amar
Murmúrio do rio
Moto passando
Tempo passando
Árvore não balança com o vento
Murmúrio do rio
Água passando
E eu aqui...
A companhia me encontra, interrompe e vamos ao casamento que me trouxe.
Entram crianças, padrinhos, noivo e sua mãe, crianças, noiva e seu pai. As crianças sentam nas bordas do tapete vermelho condutor dos nubentes ao pastor.
- O casamento é duradouro. Duradouro é o que dura. – Meu Deus, que profundo... E de quais profundezas veio isso e isto: Casamento é quando o varão deixa seus pais e se junta a mulher. E só entre eles há casamento. Nunca entre ele com ele ou ela com ela...
Melhor é pensar em Cajuína, de Caetano Veloso, ou no Feirarte ou na bateria de Cláudio Castro.
Quem casa quer casa, mas não quero só caso e nem por isso caso. Nem com quem me acompanha, pois há quem casa, há quem faça casos e há casos.


Ofereço como presente aos aniversariantes Edgar Soares e Rita E.M. Rocha.

Recomendo a leitura de:
“Isso não te faz mal? Mal é o que me fazem!”, deste macróbio que vos fala:
“Um Oriental Chinelar”, de António MR Martins:
“Irma del Águila”, de Gianmarco Farfán Cerdán:

 Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve e publica neste seu blog literário aRTISTA aRTEIRO todo domingo e colabora no Ad Substantiam às quintas-feiras.  É professor de Português, Literatura, Espanhol e Artes. E em breve também professor de História. É graduado em Letras-Português. É pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”; autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”. Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).
Foto: Apontamentos 01 – Espaço de Convívio (Híbridus).

Manuscrito em 10 de fevereiro de 2018; trabalhado entre os dias 30 de abril e 01º de julho do mesmo ano.