segunda-feira, 28 de setembro de 2015

ÁGUAS

Potira itapitanga.

Forty-seven springtimes around in sun let me giddy.


Em português

- Parabéns pelos aninhos
- Muchitas gracitas.
- Quantos aninhos?
- Eu gosto de aninhos e anões... Rerrê. São quarenta e seis primaveras.
- Isto foi quando começou a contar essa história... Quantos anos você acabou de completar?
- Eita! Agora são quarenta e sete primaveras.
- Bastante voltas ao sol. Fica tonto não?
- Completamente tonto. Estou baratinado com tantas bobagens que ocorrem. Rerrê.
- Rsss.
- E tudo em tão alta velocidade... Como anteontem...
- Deixe de ser tonto, desligue-se.
- Como? Duas usuárias de drogas trocaram ofensas, invadiram um bar e uma esfaqueou a outra. E a dona do buteco, toda puta da vida, desceu a vassourada nas duas. Rerrê. Fiquei tonto e sem saber ser rio ou se choro. Mas tudo bem, tanto rio quanto choro têm água...
- Eita!


En español

- Felicitaciones por sus añitos.
- Muitinho obrigadinho!
- ¿Cuántos añitos?
- Jejé. Cuarenta y seis primaveras.
- Eso fue cuando empezó a contar esa historia… ¿Cuántos años has completado ahora?
- ¡Ay, caray! Ahora son cuarenta y siete primaveras.
- Muchas vueltas al sol. ¿No se queda mareado?
- Completamente mareado. Hay tantas tonterías en el mundo que hasta estoy más desordenado que cucaracha volando. Jejé.
- Rsss.
- Y todo en tan alta velocidad… Como anteayer…
- No seas tonto, apáguese.
- ¿Cómo? Dos usuarias de drogas cambiaron ofensas, invadieron un bar y una acuchilló la otra. Y la dueña de la taberna, toda pucha y coña de la madre, las golpeó con una escoba. Jejé. Me quedé tonto y sin saber si rio o si lloro. Pero, todo bien, tanto río como lloro tienen agua…
- ¡Dios mío!


Ofereço como presente aos aniversariantes
Ranna Maia, Rodrigo Poeta, Felipe F. Nascimento, Michaela Jussara, Amanda Morais, Margarida Tisquinha e Efigenia Silva.

Potira itapitanga são duas palavras que vem do tupi e significam “flor” e “pedra vermelha” (rubi). É meu desejo que cada leitor encontre em meus textos flores e pedras preciosas.


Escrito entre 25 de setembro de 2014 e 28 de setembro de 2015.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

ÁRVORES BROTAM POEMAS

Potira itapitanga.
Viva a árvore!
Árvores brotam poemas em ramas, folhas e flores.


Poco antes de hacer alguna barbaridad, todo el mundo está completamente sereno.
… y tenía en los ojos una mirada extraña, no se sabría bien se suplicante, humillada o cruel.
CELA, 2009, p. 259 y 258.




- Crise total... Por que se preocupar? Para que se preocupar? Temos é que trabalhar e mais ainda orar. Rezar muito. Rezar com confiança e fé. Orando e trabalhando, não pelo dinheiro em si, mas para o bem da humanidade; fazendo do seu trabalho a felicidade do outro não existe nem existirá crise. Oração e trabalho – A preletora escreve no quadro as palavras “crise total” e volta a falar: Orando e trabalhando não existe sequer crise parcial e muito menos crise total. Orando em agradecimento a Deus e trabalhando pelo bem do próximo o que acontece é a conversão de crise total para – apaga a letra “e” de crise e a sílaba “tal” de total e retorna à fala: Cristo! Sim, o que existe é somente Deus e o que vem de Deus. Fazendo a felicidade alheia através do seu trabalho você estará fazendo depósitos no Bando Universal do Deus do Amor: o BUDA. Orar e trabalhar estão intimamente ligados à Cristo e à Buda.
Em uma tarde quente, mas agradável, e depois da oração de abertura e das palavras iniciais acima, a reunião de diretoria.
- Eu gostaria de saber por que você não trabalhou durante o seminário. Deixando tudo a cargo de seus auxiliares.
Olho surpreso para o interlocutor. As outras quatro pessoas da reunião administrativa da igreja me admiram. Em verdade, duas me encaram. Os demais observam o nada.
- Recebi denúncia que assim fez. – Continua o interlocutor.
“Denúncia! Palavra pesada para o caso”, penso e respondo:
- Se você acredita que eu seja um parasita, um vampiro... Qualquer coisa que eu diga soará falso aos seus ouvidos. Se você imaginasse que eu fosse uma pessoa correta, um sujeito honesto, um cara legal; não haveria porque perguntar. Mas digamos menos; se você pensasse que eu não queira carma negativo, assim, por ser interesseiro, não por amor, mas para não sofrer praticando tal ação, ou falta dela; outra vez não haveria porque perguntar. Em todos os casos, é perda de tempo responder.
- Não é bem isso, Júlio.
- Como há muito tempo – interrompo – sei que as pessoas estão propensas a ver o mal e o mau, não o bem e o bom. Deixo a cada um o arbítrio de escolher o que pensar a meu respeito. – Olhando para todos e não apenas para o interlocutor: Não por descaso aos senhores, mas por saber que assim é.
Sentado debaixo de uma árvore de folhas de renda para o céu, revejo a reunião. Queria ter agido assim; não me justificado, explicado o que ocorreu. Expurgo-me, então, pensando no haicai de Mayron Engel:
Aqui eu vejo asas \ Estrelas, céu, terra e ar \ Basta só voar.


Ofereço como presente aos aniversariantes
O poeta e amigo Thiago Domingues, Mª do Carmo F. Vaz, meu “baby brother” e meu “benjamín” Erikis Maciel, Jaqueline Carla, Vandeluzia L. Ferreira, Daniela V. Aleixo, Edvania Oliveira, Samuel Fernandes, Maria Jany, João Gabriel, Adriana C. Martins, Devon Pendleton, Jadallah Safa e Flávia V. Paravidino.
Ofereço de modo especial a Mário Josefh.

Recomendo a leitura de “Aroma”, de jackeline V. Valentim; e de “Pensar”, de Pedro du Bois. Respectivamente:

CELA, Camilo José. La colmena. Madrid: Alianza Editorial, 2009.

Escrito entre o fim da madrugada de 10 de outubro de 2014 e o início do dia 21 de setembro de 2015.

Diquinha de português:
Uso do Há
O verbo “haver” é utilizado em expressões que indicam tempo decorrido, assim como o verbo “fazer”. Assim, “há” indica o tempo passado. Em outras palavras, é para indicar ocorrências no passado (fatos anterior ao presente):
Exemplos: Há 3 anos não faço esse passeio / Faz 3 anos que não faço esse passeio.
Uso do A
Já o “a” é usado para indicar uma ação futura, neste caso o verbo “haver” não tem sentido de “existir”, nem de “tempo decorrido”. Em outras palavras, é para indicar ocorrências futuras (fato posterior ao presente):

Exemplos: Daqui a dois anos verei meus amigos. / Estamos a dez minutos do parque de diversão.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

VAMPIROS

Potira itapitanga.


Avança noite fria
Cada um por si
Ninguém por ninguém
Virá mais um dia
Decepcionado adoeci.

Uma névoa na noite sem lua espraia pela rua e alcança o alto de um prédio onde há um grande gato preto. A nevoa principia uma forma ao lado do gato. Os dois se conhecem; a forma enevoada se fez Guino e os dois olham frio para baixo:
Cinco homens prendem uma sexta no porta-malas e ela grita, grita e grita. Voz fina, mas não se sabe se de homem ou de mulher.
Aqui em cima apenas um miado “Miaumorre!”. La em baixo apenas uma voz de pessoa “Socorro!”.
Na calçada onde o carro está parado, a cinco metros da cena, um mendigo olha aflito e se consola fumando uma pedra, outra pedra, mais pedra.
Gritos e pedras, gritopedrapedragritogritopedra. Pedras e gritos. E a pessoa se tornou mera voz na chuva fria.
De uma janela do prédio oposto um homem olha inerte enquanto olho impassível; gritos continuam; a pedra apagou; o homem pega o celular.
Chuva.
Cinco homens; um pega um porrete de metal, quatro retiram a sexta do carro; seguram-na deitada; metal contra carne no asfalto produz som de pedra; sôfrego e canhestro, o mendigo caça algum cisco de pedra na calçada onde está. E o homem na janela do prédio oposto não chama a polícia, não faz nada; só se angustia.
Os homens a largam; solta, corre gritando “polícia” na chuva fria; o mendigo fuma outra pedra encontrada só Deus ou o diabo sabe onde; Edgar Allan, o gato, sai do terraço (talvez volte para sua casa); desfaço-me em névoa sobre o carro que se vai.
E a fome humana continua em ânsia e angústia. Eu saciarei a minha.


Ofereço como presente aos aniversariantes
Geórgia A. Bastos, Ricardo Alves, Sandro Assunção, Deise Brenda, Creusa Melo, Claudio S. Miranda, Wenderson Godoi, Mateus T. Sousa, Bárbara Vilela, Francisco P.A. Costa e Wolmer Ezequiel.

Recomendo a leitura de “Canção do Exílio”, de Bispo Filho; e “Não Tema a Morte”, de Jackeline V. Valentim:

Convido a ler também a linda homenagem que recebi:

Potira itapitanga são duas palavras que vem do tupi e significam “flor” e “pedra vermelha” (rubi). É meu desejo que cada leitor encontre em meus textos flores e pedras preciosas.


Escrito entre a noite e a madrugada de 13 e 14 de setembro de 2015.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

SÁBADO

Potira itapitanga.
Viva o Brasil!


Texto 01

Hino Nacional e Canção do Exílio



Do que a terra mais garrida
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
“Nossos bosques têm mais vida”,
“Nossa vida” no teu seio “mais amores”.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.



O texto 01 é composto pelo Hino Nacional Brasileiro – compositor: Poema: Joaquim Osório Duque Estrada; música: Francisco Manoel da Silva. Inicialmente se chamou Marcha Triunfal, foi composta em 1822 e foi oficializado como Hino Nacional pela lei n.º 5.700 em 1971; e pela Canção do Exílio – Gonçalves Dias, 1807.


Texto 02

Mais uma manhã de sábado. Mais um dia de várias semanas. Eu acordo e estressado não me levanto na hora costumeira. Adormeço e, como se é de esperar, perco a hora. Fazer o quê? Levanto para o café e vejo meu irmão dormindo porque estou desanimado. Lá fora o dia me espelha.
Realmente! Pela janela constato que assim como me encontro, o dia também está. Um nublamento em um que o outro copia e com cantos de pássaros tristes ressoando no dia que ecoam em mim. Preparo a medicação para quando ele acordar após a noite que passou em claro me impedindo dormir.
Meia manhã de sábado se foi. No chão, uma camisa, três bermudas e cinco cuecas. Todas molhadas, sujas, jogadas, amontadas. O dia não me reflete mais. Estou tempestuoso, barulhento e esquentado. Mas o céu ficou azul, sereno e caloroso. “Não me ajuda e me atrapalha”. É o que lhe digo sem deixá-lo me responder. E mais uma manhã de sábado se foi inteira.
O domingo vem e uma flor abriu no vaso. Vermelha, pequena, delicada entre espinhos e folhas verdes, alongadas. Eu acordo e firme me levanto para mais um dia, mais uma semana. Ponho um sorriso diante do espelho para semear uma alegria que tenho esperança de conseguir. É... a semana parece que vai se assim: parte pequena e com espinhos, parte entre vermelhos e verdes.


Ofereço como presente de aniversário
Elizabeth Z.C. Valverde, Edwards A. de Almeida, J. Petrônio Pethrus, Maxwell Martins, Wemerson Dias, Monica Novaes, Tereza Junia, Emilia Domingues, Wantuil J. Sousa, Jamilboali Mattar, Vera Almeida, Heloise Guerra, Kenia Junia, Vera A. Kaiowá, Wagner G. Mineiro e Jeferson Santos.


Trabalho três tipos de parágrafos: - Ordenação por causa-consequência; - Desenvolvimento por comparação; - Ordenação por enumeração. E o último uma junção dos três.

Texto 2 foi escrito entre os dias 11 de outubro de 2014 e 07 de setembro de 2015.

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

DON PERRO DE LA MANCHA e EDGAR ALLAN CAT

Potira itapitanga.


- Gual! Gual, gual, guaaaal! Gual! – Don Perro de La Mancha late para uma folha voando ao vento, investe-se contra ela e depois deita ao lado de Edgar Allan Cat que observa lúgubre uma pomba pousada no busto de Vito Gaggiato diante do Tribunal do Júri do fórum de Ipatinga, e lhe diz: “Miaumore!”. Ao mesmo tempo, eu e meus irmãos, os grandes e bem verdes oitis e damas da noite, abrigamos aqueles que vestem camisas rosa, amarela, branca e de futebol enquanto bebem cervejas e olham as mulheres que passam ou as que estão nas mesas vizinhas. Em nossa sombra os dois bichinhos observam tudo. E eu também. E te convido a observar conosco o que Rubem registrou em cronto.
“Deixa rolar. Com medo nada dá certo”. “Mas é dela que gosto.” ... “Te liguei, rapaz, porque estava sentindo falta de nossos papos.” ... “Mas é a sua mulher que não gosta da minha”. “Elas que se fodam”. “Nós que a fodamos”. “Rarrarrá!” ... “E a merda do jogo?”. “Merda procê. Pra mim foi ótimo”. “Vá a puta que pariu”. “Rerrê”.
Don Perro de La Mancha é um cachorro de porte médio, pelos longos e pretos com cinco manchas brancas, duas marrons e uma amarela nas costas. Edgar Allan Cat é um gatão preto.
- Veja, Perro, o nosso humano arreganha a boca e taca um colherão de feijão tropeiro. Engole um pouco, depois de rápidas mastigadas e...
- Benito!
Adê Araújo retira os bichinhos das mesmas observações que eu e meus irmãos fazíamos às mesas ao redor.
- Oi, Adê. E os shows?
- Vão indo.
- Vi que Kátia te deu folga hoje.
- Pois é. Vim tocar, mas ela ficou em casa. Está cansada de tanto que trabalhou ontem no salão.
- E aquele lugar que você tocava... Não te vejo mais lá.
- Agora não tenho mais exclusividade. Quando me querem para um evento, eu vou.
- E que horas vai cantar?
- Vai demorar um pouco. Cheguei cedo para preparar o palco.
- Quem quiser te contratar, como faz?
Conversam mais um pouco, o músico se vai e vem outro alguém. As árvores observam e os bichinhos também. Uai! Até fiz rima. De mim brotam poemas em ramas, folhas e flores; e palavras.
- O que você pensa sobre os direitos humanos, Benito?
- Penso que somos todos humanos, portanto todos temos direitos... e deveres!
- É que vejo tanta discussão sobre gênero. Sabe! Racismo e gênero não são coisas que precisam ser discutidas... Afinal, menino nasce menino e menina nasce menina. Nem temos que discutir racismo; pois hoje isso não é mais problema.
- É... Talvez! Não sei quem falou, mas li em algum lugar que “nenhuma pessoa branca que vive hoje é culpada pela escravidão. Mas todos os brancos vivos de hoje colhem os frutos da escravidão assim como todos os negros que vivem hoje ainda carregam as cicatrizes dela”. E sobre sexo da criança... Sexo é uma coisa, sexualidade é outra. E gênero é uma coisa, ou muitas... Generalizar é outra coisa.
- Pode ser, mas acho uma cachorrada nos quererem impor a ideologia de gênero e... Ai, que isso. Sai, cachorro. Sai!
Don Perro e Edgar avançam no sujeito que xingou os cães... Benito ri, mas manda seus amigos sossegarem e voltarem para debaixo de nós que tudo espiamos. Os dois deitam, o insano sai. Não tarda e chegam ao Feirarte, Maura Gerbi, Robinson Ayres, Wenderson Godoi e Vinícius Siman. Agora o Feirarte vai ficar bom demais da conta, sô. E Maura proclama: “Há pessoas de pequeno tamanho e outras de baixa estatura”. E só temos que concordar; ou pensar! Mas o que sei eu? Apenas broto folhas, flores e poemas.


Ofereço aos aniversariantes
Gláu Tomaz, Luís F. Rezende, Raquel A. Oliveira, Luciana M. Silva, Samuel Costa, Cris Duarte, Carla Paoliello, Rita de Cássia, Cleverton Nunes, Didi Peres, Chrika de Oliveira, Fernando Fernandes, Tamirys Fernandes e Heloísa Martins.

Recomendo a leitura de Destino, de Karine Farias; ..., de Mailson Furtado; Espermograma, de Willian Delarte; Sou Poesia Solta, de Ely Monteiro:

Potira itapitanga são duas palavras que vem do tupi e significam “flor” e “pedra vermelha” (rubi). É meu desejo que cada leitor encontre em meus textos flores e pedras preciosas.


Sem registro de quando manuscrito, mas transcrito na manhã de 24 de setembro de 2014. E mexido entre os dias 22 de julho e 31 de agosto de 2015.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

SOL E LUA

Potira itapitanga.

Quatro poemas exclusivos em português;
Três poemas exclusivos em espanhol;
E dois poemas exclusivos em inglês.


01

Um dia amanheceu
Ao som de pássaros raros
Vi além do meu eu
E abracei os que me são mais caros.


02

Onde ela está?
Não sei!
Sem ela a vida é aresta
Bem que te avisei...
Onde está, amada lua?
Pare de choramingo
Como? Meu amor não é um pingo.
Já te disse: esse amor, dilua!


03

Ser um sujeito escaleno
Se for feito Barros
Tá mais que valeno
Mesmo que nas palavras só esbarro
Amanheci poeta
Ou a
Poesia me amanheceu


04

A fantasia do sonho
Perdeu-se no sol da realidade
Nas ‘verdades’ não me perco
Nas luas eu me ganho.


05

Oscuridad en el cielo
Un ratito y una estrella
Dos ratitos y la nube brilla
Tres ratitos y vuelo


06

El amor cambia lo natural.
Los gatos solo piensan en la cuna
Aquél acompaña a su dueña hasta la Luna.
Sonriendo se van dueña y animal.


07

El vampiro siembra dentellada
Brotando gemidos
Dulces y húmedos
En noche estrellada


08

I was born between three trees
I travel in a trefoil
Hunting the truth
I do not know what I am.
However, I know that I travel hunting me.


09

The clouds in end of the daybreak
Color them of black and red.
One is similar the dad and son
Exchanging word covered dew


Ofereço como presente aos aniversariantes
Jurandir Barbosa, Mª dos Anjos Dias, Esther Magalhães, Carol Steine, Mª Amelia Oliveira, Hildete T. Santos, Luana Rodrigues, Aldair Pinguim, Maylde Trevenzole e Michel Ferrabiano.

Recomendo a leitura de A Serpente e o Sapo, de Caio Riter; Imaginação, de Bispo Filho; e Sol, de Jackeline Valentim.

Potira itapitanga são duas palavras que vem do tupi e significam “flor” e “pedra vermelha” (rubi). É meu desejo que cada leitor encontre em meus textos flores e pedras preciosas.


Escrito entre 18 de julho de 2014 e 24 de agosto de 2015.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

¿TOMATE O CACTO?

TOMATE OU CACTO?


Potira itapitanga.

O cacto sugere a ideia de perenidade das coisas. Leva à imaginação coisas que florescem em terras áridas.

The cactus suggests idea of perpetuity of the things. It conduces to imagination things what flourish in arid earth.
LETRO, ENARTICi 2008.


Em português

A manhã ainda não estava luminosa. E porque moro em um apartamento, meu cãozinho e eu caminhamos para ele fazer suas necessidades antes do trânsito pesado começar. No início da minha rua tem uma casinha desabada e em seus escombros nasceu um tomateiro. Olhando-a me pus a pensar. E depois quis ser um pé de tomate. Mas não sou. Ainda.
A manhã está luminosa apesar das nuvens. Saio para comprar pão e uma mendiga me chama.
- Rapaz, psiu!
- Sim?
- É um absurdo. Como podem?
- ...?
- O preço de um cafezinho ser cinquenta centavos. Pode? Ciiin-queeen-ta centavos! Tá igualzinho Belzonte. Caro demais da conta, sô. Quero tomá-lo, mas não posso pagar.
Fala-me uma mulher carregando uma mochila rasgada e vazia. Enquanto viro a esquerda ela segue reto e sem parar de falar consigo mesmo.
Comento com o dono da padaria o que a mulher me diz.
- No boteco perto de sua casa tá esse preço? E ela achou caro? Eu cobro oitenta...
O dia não para e a noite se aproxima de mim. Com ela surge meu amigo Carlos e como cumprimento lhe digo:
- Você é um pé de tomate...
- Eu?
- Sim! É um tomateiro.
- Porquê? Está fazendo hora com a minha cara?
- Não, não, jamais. Você me agrada, amigo. É, assim penso, um elogio. O tomateiro tem folhas verdes claras e não é delicado. Suas belas flores amarelas também não são frágeis. No entanto, seu fruto é delicioso, corado, suave, terno. É você!
- Obrigado! Mas eu queria é ser sobrevivente do deserto. Sou cacto. Aprendi a ser só.
- Então somos dois cactos. Porque eu sou feito um.
- Tomates não sobrevivem ao que já vivenciei. Sem vocação paterna, sem vontade de interpretar a servidão matrimonial. Acostumado a ser ignorado e sem ser regado a elogios. Taciturno e alquimista. Mago hermetista doutrinado. Comerciante do tempo... Isso eu sou. Bem cacto. E nunca desejarei ter frutos. Afinal, é melhor amar a salinidade e aridez do ar a sofrer pela falta d’água.
- Acho que nós dois temos muitas semelhanças... Mas, no máximo, você é um “tomacto”. Rerrê.
- Únfi!
- Amigo, vamos amanhã ao Feirarte? Jeferson e Vinícius estarão lá.
- Fazer o quê?
- Uai! Conversar…


En español

La mañana aún no estaba luminosa. Y porque vivo en un apartamento, mi perrito y yo caminamos para él hacer sus necesidades antes de empezar el tránsito pesado. En principio de mi calle hay una casucha desmoronada y en sus escombros nació una tomatera. Mirándola me puso a pensar. Y después me quiso a ser un pie de tomate. Pero no lo soy. Aún.
La mañana está luminosa a pesar de las nubes. Salgo para comprar pan y una mendiga me llama.
- ¡Muchacho, chis!
- ¿Sí?
- Es un absurdo. ¿Cómo pueden?
- ¿…?
- El pago por un cafecito es cincuenta centavos. ¿Puede? ¡Ciiincueeeeenta centavos! Es hecho Belo Horizonte. Caro demás. Quiero beberlo, pero no puedo pagarlo.
Háblame una mujer cargando una mochila toda rota y vacía. Mientras volvo a izquierda ella sigue reto y sin parar de charlar consigo mismo.
Comento con el dueño de la panadería lo que a mujer me dijo.
- ¿En la taberna cerca de tu casa está a ese precio? ¿Y ella dice que está caro? He cobrado ochenta…
El día no para y la noche acércame. Con ella surge mi amigo Carlos y como cumplimento lo digo:
- Vos sos un pie de tomate…
- ¿Yo?
- ¡Sí! Sos una tomatera.
- ¿Porqué? ¿Estás bromeándome?
- No, no, jamás. Tú me encantas, amigo. Es, así pienso, un elogio. La tomatera tiene hojas verdes claras y no es sencilla. Sus bellas flores amarillas también no son delicadas. Sin embargo, su fruto es sabroso, sonroja, suave, tierno. ¡Eres tú!
- ¡Gracias! Pero, me gustaría más ser un sobreviviente del deserto. Soy cacto. He aprendido a ser solo.
- Entonces somos dos cactos. Porque soy hecho un.
- Tomates no sobreviven al que he vivenciado. Sin vocación paterna, sin voluntad de interpretar la servidumbre matrimonial. Acostumbrado a ser ignorado y sin ser regado a elogios. Taciturno y alquimista. Mago hermetista doctrinado. Comerciante del tiempo… Eso yo soy. Por entero un cacto. Y nunca desearé tener frutos. A final, es mejor amar la salinidad y aridez del aire a sufrir de falta de agua.
- Creo que tú y yo tenemos muchas semejanzas… Sin embargo, en el máximo, tú eres un “tomacto”. Jejé.
- ¡Unfi!
- Amigo, ¿vámonos mañana al Feirarte? Jeferson y Vinicio estarán allá.
- ¿Hacer lo qué?
- ¡Ay caray! Iremos para charlar, platicar, hablar… ¡Conversar!


Ofereço como presente aos aniversariantes
Dilton B. Silva, Wander Santos, Adelina Weyulu (poeta Adriana Borboleta), Nelson M. Esfinge, Carlos Glauss, Teo Lima, Fabiane Borges, Simone Penna, Marilda Lyra, Armindo M. Noma’s, Rogério Vine, Maria F. Rodrigues, Rubem Junior e Guilherme Costa.

LETRO, Claudio. Cacto é planta boa para terra árida. ENARTICi, 2008, p. 07. Tradução livre para o inglês.

Potira itapitanga são duas palavras que vem do tupi e significam “flor” e “pedra vermelha” (rubi). É meu desejo que cada leitor encontre em meus textos flores e pedras preciosas.


Escrito originariamente en español en la madrugada de 02 de julio de 2015 y trabajado entre los días 15 de julio de 2015 y 17 de agosto de 2015. El mote de la historia fue un sueño con Carlos Glauss.