domingo, 23 de dezembro de 2018

ENTRE FOLHAS VERDES E FOLHAS SECAS



Em português:
  

Eu sou Jaci e milênios se passaram desde meu nascimento posicionado em Touro. Sou irmã dos signos masculinos Áries e Libra. Com o meu nascer surgiram a prata e o cobre. E este foi o primeiro metal minerado e trabalhado pela humanidade; por isso, na cultura greco-romana meu espelho é feito de cobre. Eu, por ser o puro feminino, posso ser Maya, Maria, Athenas ou Minerva e Vênus ou Afrodite. Também posso ser Iemanjá, pois muitas deusas ou mães de deuses são eu; mas eu sou Jaci.
No que chamam de América do Sul, o tronco Tupi é originalmente monoteísta cujo Deus é Tupã e que se manifesta através de Guaraci e de mim, Jaci. De nós dois nasceu Rudá, o Amor. E de nós três – o sol Guaraci, a lua Jaci e o amor Rudá – Tupã criou a Terra e a humanidade.
Os homens reverenciavam Guaraci através de um amuleto labial chamado “Tembetá” enquanto as mulheres veneravam as águas – a mãe Muyrakitã – e a mim usando amuletos em forma de felinos ou batráquios pendurados no pescoço ou orelhas.
A mim, porém, as mulheres não apenas me veneravam; as mulheres eram eu e eu sou elas. Guaraci não é os homens, mas eu sou as mulheres. Eu sou a Senhora, pois sou Ja e sou a Mãe, pois sou Ci. Sou a Senhora Mãe, sou Jaci; a Senhora Mãe Natureza, a fonte de tudo. Sou a Lua e seus predicados; sou a água e suas propriedades; sou a natureza, as mulheres, as fêmeas. Sou as Artes e a Literatura.
Eu, a Senhora Mãe Natureza, ofereci ao mundo a prata e o cobre. Da prata falarei em outro momento, mas através de cobre ofereço estas dádivas: alívio nas angústias e distúrbios mentais psicossomáticos. Nesta sociedade civilizada tecnologicamente, mas moralmente incivilizada, protejo as pessoas das radiações e ondas eletromagnéticas negativas dos celulares, computadores e antenas. Eu, que sou as mulheres, combato os distúrbios menstruais; e em todas as mulheres e em nossos filhos – os homens – alivio as dores e o sangue circula melhor; ajudo a rejeitar os maus sentimentos e a aceitar os sentimentos verdadeiros; equilibro as qualidades pessoais e a autoafirmação; dou coragem e fomento a capacidade de decisão.
Ah, mas é nas artes e na literatura que mais me comprazo aumentando em quem porta meu minério a capacidade de expressar-se. Como verão neste cronto, cujo protagonista é libriano. E Libra é o único signo que é objeto: a balança; é o encontro com o outro, pois pesa e equilibra o eu, o tu e o ele, transformando-os em nós.
Vejam a história:
Bonita manhã de pouco sol. Depois de tomado o café com leite e comido o pão, pela varandinha tentou olhar o dia, mas a claridade não permitia. Ao voltar para dentro da casa alguém o chamou no portão.
- Oi, Carlos! Bom dia!
Curioso e a estranhar a visita de adeptos da mesma religião que pratica, responde: “Bom dia!”.
- Viemos te convidar para um evento que vai ter hoje à tarde em Governador Valadares. Fazemos questão de sua presença.
- Não posso, por causa de meu irmão. – Responde ainda estranhando a visita e o convite.
- Leva ele...
- Não posso; para ele o tempo da viagem é longo. Sabem que ele tem necessidade especial.
- Vamos, amigo! Será bom. É como diz o autor: “Quem decide não deve recuar! Vá e Vença!”.
Continua estranhando, mas compreendendo que número é importante... E, por outro lado, o conteúdo da religião lhe agrada e com um pouco de insistência dos visitantes, aceitou. Deixará o irmão aos cuidados de uns hóspedes em sua casa.
- Às treze horas Pendejo virá te buscar.
Concluiu a manhã, banhou-se e sugeri como enfeite um bracelete de cobre. Noventa minutos depois da saída chegamos a Valadares. No jardim lateral da Fadivale as palmeiras mesclavam bem os ramos verdes-vivos e marrons-mortos, uma planta com folhas semelhantes a de bananeiras com flores roxas ou lilases com três pétalas alegravam o ambiente junto com outra menor carregada de pequenas flores vermelhas.
Quinze horas começou o Seminário no salão de eventos da faculdade. Pessoas na porta agradecendo e cumprimentando a quem chegava. Curiosamente a tarde em Valadares não estava ensolarada. Quente como sempre, talvez um pouco mais, mas não brilhante.
Embasando em um livro, o palestrante principal, vindo de São Paulo, falou que a missão de cada um é vencer. Uma palestrante, da cidade de Timóteo, disse o mesmo se embasando em outro livro.
Contudo, se no dia havia folhas verdes e flores vermelhas, roxas ou lilases. Houve também folhas secas, calor horrível e pouca luz. E não sei como nem o motivo. Mas Boçalnato falou. Porém, como ele nada diz que valha, falar é modo de dizer... Rejeitando aquele ambiente recém-intoxicado, eu e Carlos saímos.
Saí e tristemente estavam diminuídos o verde e as outras cores; estava aumentado o calor e a escuridão se intensificara.
Ao fim do seminário fomos jantar. À mesa do restaurante, Pendero voltou aos nitridos “de você sabe quem”.
- Temos mesmo que defender as famílias e lutar contra os homossexuais. As bichas são nossas inimigas, portanto, a homofobia não pode ser crime. É...
- Então você é meu inimigo. – Diz Carlos. – Pois sou homossexual.
Ele ficou sem resposta e saímos dali antes mesmo dele pensar em algo. Se é que pensa.
Não sabíamos como meu filho retornaria a Ipatinga; se seu pouco dinheiro seria suficiente. Mas se necessário voltaríamos a pé, porém nunca mais ele andaria com aquilo. E se Pendejo o procurou não sei; não voltamos ao evento. Mas as momentâneas posses de meu filho foram o suficiente para ir até Santana do Paraíso e caminhamos os mais de nove quilômetros e meio até Ipatinga.
Abriu o portão de casa iluminado por mim, em forma de lua cheia, e saldado pelos cachorrinhos. Após o banho, algo para comer e depois dormir.
Despertou, fez o café, alimentou, montamos o presépio e ajudamos o autor a escrever a quadra:
De novo Natal
Renovo meu coração
Ação do pensamento
Passamento do vital ao fatal.
Quase dez da manhã leva o mano para um passeio pelo Centro. Descem pela escada e após trancar o portão oferece-lhe o braço e de braços dados descem pela rua Uberaba, ao chegarem na rua Sabará atravessam-na, entram na rua Uberlândia e observando a Igreja Mórmon dobram à direita na Diamantina, passam pela praça José Júlio da Costa, cruzam a praça Primeiro de Maio, mas param alguns segundos em admiração às folhas que chovem das árvores, chegam à avenida 28 de Abril e virando a esquerda a seguem até a rua Ouro Preto.
Nesta rua há um ponto de moto táxi, o Usitáxi. E lá um sujeito caçoa: “Tão namorano, tão namorano, tão namorano...”. Enquanto seu irmão nada percebe, Carlos finge ignorar, pois meu presente, o bracelete de cobre, transformou a angústia em coragem.
Os dois voltam ao lar. Mas não eu. Incorporei Boyúna, a Cobra Grande, meu lado negro ou aquela que é a criação, destruição, decomposição e transformação – o ciclo da vida. Mas mesmo em humana forma feminina intimido com a força das mães:
- Somos amigos? – O sujeito permanece calado.
- Responde! – Dou um passo à frente. – Somos amigos? – Dou outro passo à frente. – Conhecemo-nos ao menos?
- Não.
- Já comeram o seu cu?
- Não! Que iss...
- Então o que te interessa o relacionamento daqueles dois? Se são pai e filho, ou irmãos, ou namorados ou o que seja?
O sujeito só olha sem outra reação.
- Por isso ele estudou; para não ser porteiro do cu alheio.
Dá um passo em minha direção, aproximo-me dele também. Meu eu Boyúna o retrocede enquanto meu eu Jaci se esforça em tranquilizar-nos. E...


En español:

ENTRE HOJAS VERDES Y HOJAS SECAS
  

Soy Yacy y milenios se han pasados desde mi nacimiento posicionado en Tauro. Soy hermana de los signos varones Aries y Libra. Con mi nacer surgieron la plata y el cobre. Y este fue el primero metal quitado de la tierra y trabajado por la humanidad; por eso, en la cultura greco-romana mi espejo es hecho de cobre. Yo, por ser el puro femenino, puedo ser Maya, María, Atenas o Minerva y Venus o Afrodita. También puedo ser Yemanjá, pues muchas diosas o madres de dioses son yo; pero soy Yacy.
En que llaman de Suramérica, el tronco Tupí es originariamente monoteísta cuyo Dios es Tupá y que se manifiesta a través de Guaracy y de mí, Yacy. De nosotros dos nació Judá, el Amor. Y de nosotros – el sol Guaracy, la luna Yacy y el amor Judá – Tupá creó la Tierra y la humanidad.
Los hombres reverenciaban a Guaracy a través de un amuleto labial llamado “Tembetá” mientras las mujeres veneraban las aguas – la madre Muyrakitán – e a mí usando amuletos en forma de felinos o batracios colgados en el cuello u orejas.
Sin embargo, a mí las mujeres no solo me veneraban; las mujeres eran yo y yo soy ellas. Guaracy no es los hombres, pero soy las mujeres. Soy la Señora, pues soy Ya y soy la Madre, pues soy Ci. Soy la Señora Madre, soy Yacy.; la Señora Madre Naturaleza, la fuente de todo. Soy la Luna y sus predicados; soy el agua y sus propiedades; soy la naturaleza, las mujeres, las hembras. Soy las Artes y la Literatura.
Yo, la Señora Madre Naturaleza, ofrecí al mundo la plata y el cobre. De la plata hablaré en otro momento, pero a través del cobre ofrezco estas dádivas: alivio en las angustias y disturbios mentales psicosomáticos. En esta sociedad civilizada tecnológicamente, pero moralmente incivilizada, protejo a las personas de las radiaciones y olas electromagnéticas negativas de los celulares, computadoras y antenas. Yo, que soy las mujeres, combato los disturbios menstruales; y en todas las mujeres y en nuestros hijos – los hombres – alivio los dolores y la sangre circula mejor; ayudo a rechazar los malos sentimientos y a aceptar los sentimientos verdaderos; equilibro las cualidades personales y la autoafirmación; doy coraje y fomento la capacidad de decisión.
¡Ah! Pero es en las artes y en la literatura que más me complazco aumentando en quien trae mi mineral la capacidad de expresarse. Como verán en este croento, cuyo protagonista es libriano. Y Libra es el único signo que es objeto: la balanza; es el encuentro con el otro, pues pesa y equilibra el yo, el tú y el él, cambiándolos en nosotros.
Vean esta historia:
Bonita mañana de poco sol. Después de tomado el café con leche y comido el pan, por el balconcito intentó mirar el día, pero la claridad no lo permitía. Al volverse adentro de casa alguien lo llamó en el portón.
- ¡Hola, Carlos! ¡Buen día!
Curioso y extrañando la visita de adeptos de la misma religión que practica, responde: “¡Buen día!”.
- Venimos invitarte a un evento que tendrá hoy por la tarde en Governador Valadares. Hacemos hincapié de tu presencia.
- No puedo. Tengo que cuidar de mi hermano. – Responde pensando en el raro que es la visita y la invitación.
- Llévalo…
- No puedo; para él el tiempo de viaje es largo. Saben que él tiene necesidad especial…
- ¡Vamos, amigo! Serás bueno. Y como dice el autor: “¡Quien decide no debe recular! ¡Ve y Vence!”.
Todavía le parece raro, pero comprendiendo que número es importante… Y, por otro lado, el contenido de la religión le agrada y con un poco de insistencia de los visitantes, aceptó. Dejará el hermano a los cuidados de unos huéspedes en su casa.
- Una de la tarde Pentelho vendrá buscarte.
Concluyó la mañana, se duchó y le sugerí como ornato un brazalete de cobre. Pasado noventa minutos del viaje llegamos a Valadares. En el jardín lateral de la Fadivale las palmeras mezclaban bien las ramas verdes-vivas y marrones-muertas, una planta con hojas semejantes a de bananeras con flores violetas con tres pétalas alegraban el ambiente junto con otra menor cargada de pequeñas flores rojas.
A las tres de la tarde empezó el Seminario en el salón de evento de la universidad. Personas agradeciendo y cumplimentando a quien llegaba. Curiosamente la tarde en Valadares no estaba soleada. Caliente como siempre, tal vez un poco más, pero no brillante.
Siguiendo un libro, el orador principal, venido de San Pablo, habló que la misión de cada uno es vencer. Una oradora, de la ciudad de Timoteo, dijo lo mismo, pero siguiendo otro libro.
Sin embargo, si no había hojas verdes y flores rojas o violetas. Hubo también hojas secas, calor horrible y poca luz. Y no sé cómo ni el motivo. Pero Bozalnato habló. Y como él nada dice que tenga valía, hablar es modo de decir… Rechazando aquél ambiente recién-intoxicado, Carlos y yo salimos.
Salí y tristemente estaban disminuidos el verde y los otros colores; estaban aumentado el calor y la oscuridad se intensificara.
Al fin del seminario fuimos cenar. A la mesa del restaurante, Pentelho volvió a las basuras de Bozalnato.
- Tenemos que defender las familias y luchar contra los homosexuales. Los maricones son nuestros enemigos, por lo tanto, la homofobia no puede ser crimen.  Es…
- Entonces eres mi enemigo. – Habla Carlos. – Pues soy homosexual.
Él quedó sin respuesta y salimos de allá antes mismo de él pensar en algo. Si es que piensa.
No sabíamos cómo mi hijo volvería a Ipatinga; si su poco dinero sería suficiente. Pero se necesario volveríamos caminando y nunca más él andaría con aquello. Y si Pentelho lo procuró no sé; no volvemos al evento. Pero las momentáneas platas de mi hijo fueron suficiente para ir hasta Santana do Paraíso y caminamos los más de nueve kilómetros y medio hasta Ipatinga.
Abrió el portón de casa iluminado por mí, como luna llena, y saldado por los perritos. Después de ducharse, comió algo y fue dormir.
Despertó, hizo el café, se alimentó, instalamos el pesebre y ayudamos el autor a escribir la cuadra:
De nuevo la navidad
Renuevo mi corazón
Acción del pensamiento
Pasamiento de la fatalidad a la vitalidad.
Casi diez de la mañana lleva mi otro hijo para un paseo al Centro. Bajan por la escalera y tras trancar el portón le ofrece el brazo y de brazos dados bajan por la calle Uberaba, al llegaren en la calle Sabará la atraviesan, entran en la calle Uberlândia y observando la Iglesia Mormón doblan a la derecha en la Diamantina, pasan por la plaza José Júlio da Costa, cruzan la plaza Primeiro de Maio, pero se quedan unos segundos admirando la hojas que llueven de los árboles, llegan a la avenida 28 de Abril y volteando a la izquierda siguen hasta la calle Ouro Preto.
En esta calle hay un punto de “moto taxi”, el Usitaxi. Y allá un tipo burla: “Están de novios, están de novios, están de novios…”. Mientras su hermano nada percibe Carlos finge ignorar, pues mi regalo, el brazalete de cobre, le cambió la angustia por coraje.
Los dos vuelven al hogar. Pero no yo. Incorporé Boyuna, la Gran Culebra, mi lado negro o aquella que es la creación, destrucción, descomposición y transformación – el ciclo da la vida. Pero mismo en humana forma femenina intimido con la fuerza de las madres:
- ¿Somos amigos? – El tipo permanece callado.
- ¡Conteste! – Doy un paso a la frente. - ¿Somos amigo? – Doy otro paso a frente. – ¿Nos conocemos al menos?
- No.
- ¿Ya te follaron el culo?
- ¡No! ¡Qué es…
 - ¿Entonces qué te interesa el relacionamiento de aquellos dos? ¿Si son padre e hijo, o hermanos, o novios o sea lo que sea?
- El tipo solo mira sin otra reacción.
- Por eso él estudió; para no ser portero del culo ajeno.
Da un paso en mi dirección, me aproximo de él también. Mi yo Boyuna lo retrocede mientras mi yo Yacy se esfuerza en tranquilizarnos. Y…


Ofereço como presente aos aniversariantes:
Ziza Saygli, Deiverson Tófano, Wistaliano Rufino e Liala Coelho.

Recomendo a leitura de:
“Só Um Trago”, de Willian Delarte:
“Simples Poema de Natal”, de António MR Martins:
“Gigolô Trans Com Doutorado (+18)”, de Sued:

EQUILÍBRIO CORPO E VIDA. Joias em cobre e os benefícios que pode trazer no dia a dia. Disponível em https://www.equilibriocorpoevida.com/news/os-beneficios-que-o-metal-cobre-pode-trazer-ao-nosso-dia-a-dia-/ . Acesso 22 Dez 2018.
EQUIPE PERSONARE. O Jeito de amar de quem tem Vênus em touro. Disponível https://horoscopo.gshow.globo.com/o-jeito-de-amar-de-venus-em-touro-m2603 . Acesso 22 Dez 2018.
HELENA CRISTAIS. Cobre e seus significados e propriedades. Disponível https://blog.helenacristais.com.br/cobre-e-seus-significados-e-propriedades/ . Acesso 22 Dez 2018.
LIMA, Allan. Os Signos e os Metais. Disponível https://conhecimentoantigo.wordpress.com/2015/03/04/os-signos-e-os-metais-2/ . Acesso 23 Dez 2018.
LISBOA, Claudia. O Signo de Libra no Amor. Disponível https://www.youtube.com/watch?v=DSrVm3SAl-o . Acesso 23 Dez 2018.
ROSE BIJOUX. Signos do Zodíaco (horóscopo): amuletos, cores, metais e pedras. Disponível http://www.rosebijoux.com/artigos/signos.php . Acesso 23 Dez 2018.

Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve e publica neste seu blog literário aRTISTA aRTEIRO todo domingo e colabora no Ad Substantiam às quintas-feiras.  É professor de Português, Literatura, Espanhol e Artes. E em breve também professor de História. É graduado em Letras-Português. É pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”; autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”. Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).
Imagens:
Sol nascendo entre nuvens – foto do autor.
Presépio literário – foto do autor.
Rubem na figueira – foto de Faire.
Paola S. Charquero me ajudou na transcrição dos nomes em espanhol. Muito obrigado!

Partiu de um sonho na madrugada de 29 de agosto de 2018. Digitado poucas horas depois. Trabalhado entre os dias 18 e 23 de dezembro do mesmo ano.

domingo, 16 de dezembro de 2018

TEM DEPRESSÃO, MAS HÁ GOIABAS



Quando fazem falta
Quanto ainda falta
Para o fim chegar
E acabar as chagas

Quanto tempo ainda tenho
Antes de acabar o jogo
Apesar de todo empenho
Ainda me aproximo do fogo.
Trinta e um dias
Natal às vésperas do terror
Seja por qual via
Quem pode foge do horror
- Brasil, ame ou deixe-o! É isso que você quis dizer? Se for, não concordo. Brasil, ame e fique! E lute, e resista.
- Grande historiador, quem diz “ame-o ou deixe-o” é a ditadura. Situação política que venho lutando contra, como provam meus escritos. Contudo, tenho medo do que vai me acontecer de janeiro em diante. O jovem poeta, um de meus amigos, foi ameaçado de morte e pediu asilo político. Vai para Uruguai.
- Compreendo. Se pudesse e tivesse condições, também iria embora. Mas como não será possível, serei resistência.

Fica sempre a sensação
‘Poderia ter feito’
Imperfeição ou depressão
Fraqueza ou defeito
- Pitando erva, é? Ocê anda “folhosofando” demais. Rirri.
Buscando animar-me, fala a grande poeta. Já a grande atriz diz:
- Ser humano, sente tudo.

Levanta, sai da cama
Desânimo é preguiça, su’anta
É desculpa de quem não ama
Depressão só n’alma não santa...
- Benito, fumou alguma erva? Rirri. Veja o poema que faço para animar-te: Benitão, bonitão. / Vou te sentar a mão. / Fica pitando foiage / E dana a escrevê bobage.
- Um sorriso me promove sua quadra, grande poeta. Mas não tenho tristeza; que se vence com diversão. A depressão é vazio e não algo sentido.
- Verdade! – Fala-me Glaussim. – O sucesso do opresso é ver-se livre do opressor ou aceitar a proposta de ignorar?
- Boa pergunta, amigo. Boa pergunta. Na minha cabeça a quadra é alguém sofrendo a escutar quem desconhece a depressão.
- I saw it. – Diz a grande poeta. – Eu vi, Benito.
É Jesus na goiabeira
É Jair na laranjeira
É o povo sem eira nem beira
A rolar pela ribanceira.
- Né? Posso recitar pra meus amigos?
- Grande biólogo, mi cuadra, tu cuadra.
- Comunista! Rarrarrá.
- Eu respeito a Macumba. – Protesta o pobre de direita. – Seria bom respeitarem o meu Jesus.
- Os únicos que não O respeitam são os padres, pastores e seus seguidores. Ah, e o senhor não respeita “macumba”, pois nem sabe o que é isso assim como não diferencia umbanda, candomblé e espiritismo.
O pobre de direita não responde e talvez nada ouça.

Gosto de goiaba
Gosto de Jesus
Mas o Boçal é piada
E sua equipe, uma cruz.
- Gente, que isso? Fala isso não que é blasfêmia. – Ironiza o jovem poeta. – Pois a pastora e futura ministra disse que Jesus é tão poderoso, mas tão poderoso, que Ele conseguiu subir no pé de goiaba sem cair... Ora, mas isso até eu.
- Jesus é mais que religião, meus amigos. – Intervém outra vez o pobre de direita. – A História da humanidade é dividida em antes e depois de Cristo. E Jesus é minha divindade.
- História? História de quem? Mas acho que sequer compreenderá a pergunta...
O pobre de direita não responde e talvez nada ouça.

Ó santa luz,
São mais doces
As ‘bolas’ da goiabeira
Ou a ‘goiaba’ de Jesus?
- Provocações inspiram...
- Pra gente ver Jesus, o pastor da minha igreja nos ensinou a fazer um “beck-baseado” de folha de goiabeira enrolado nas folhas da Bíblia. É cada viaaaagem...
- Respeito, gente. Respeito! – E outra vez intervém o pobre de direita.
- O senhor nem sabe do que estamos falando. Só ouviu “Jesus” e não atinou a quem é a crítica.
Sem responder e talvez nem ouvir, continua o pobre de direita:
- Se não falo mal, respeito. Se não critico, respeito. Se não uso para zoar, respeito.
- É! O senhor se fixa numa palavra e não compreende o texto nem o contexto.

Ontem, dia de Santa Luzia
Hoje nossa vista está vazia.
Nada vemos, nada sabemos
Watzap é o que temos.


Ofereço como presente aos aniversariantes Guilherme Batista e Victor F. Matos.

Recomendo a leitura de
“Triste Sina”, de António MR Martins:

 Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve e publica neste seu blog literário aRTISTA aRTEIRO todo domingo e colabora no Ad Substantiam às quintas-feiras.  É professor de Português, Literatura, Espanhol e Artes. E em breve também professor de História. É graduado em Letras-Português. É pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”; autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”. Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).
Imagens:
Rubem dando bandeira – foto de Vinícius Siman.
Santa goiabeirinha – foto do autor.
Coroa de espinhos – foto do autor – exposição Santo Sudário no Shopping do Vale.

As quadras sobre depressão foram escritas em minha página de facebook entre os dias 01 e 06; as quadras sobre a “goiabeira de Jesus”, na noite de 12 e na madrugada de 13; a quadra sobre Santa Luzia na madrugada do dia 14; e a prosa, entre 08 e 15. Tudo em dezembro de 2018.

domingo, 9 de dezembro de 2018

O CANTO DA IARA



- Soledad, a mí me gusta. Tal vez por eso no tengo celos de nadie.
- Eres un no deseado, eso sí.
- Vale. Pero, la verdad es que la soledad me encanta.

É uma bela manhã nublada para um solitário passeio a beira rio e sentir a paisagem em derredor. 

Quase harmônicas, duas pessoas conversam:
- Segundo a tradição Católica, oito de dezembro se medita sobre o dia que Senhora Sant’Ana ficou grávida de Maria – a Imaculada Conceição –. Para daqui a nove meses acontecer a Natividade de Virgem Imaculada.
- É. E segundo a Seicho-No-Ie, o segredo da Fonte de Lourdes é a compreensão do peregrino que ele também é a imaculada conceição. Mas eu penso que o importante não é a religião. E como diz um dos seguimentos budistas: “Quer encontrar-se com Buda? Sai do templo”.
- Interessante pensamento. O importante é saber-se, sentir-se e agir como a Imaculada Conceição. Pois Deus nos criou a Imagem e Semelhança d’Ele.
Histriônicas, outras duas pessoas conversam:
- A sociedade brasileira é muito racista e não aceita pretos trabalhando com a gente. Mas todos somos iguais. Por isso que sou contra cota; porque¹ somos iguais. O racismo é feio. A polícia é racista e prende mais quem é preto. Mas somos todos iguais e sendo iguais, cota não é certo.
- O medo está constantemente dentro de nós.*
- Medo? Não tenho medo. O senhor tá me chamando de covarde? E... E o que medo tem a ver² com racismo.
- Tudo que fazemos é governado pelo medo ou pelo desejo de livrarmos dele.*
- O que o senhor que dizer com isso?
- O seu próprio discurso explica a importância das cotas e não percebe isso tanto quanto ignora a contradição em suas ideias. O que denota falta de ideias próprias tanto quanto sobram ideias alheias sem, contudo, apossar-se delas.
- O que você que dizer com isso? É petralha? Só pode ser petista. Noventa por cento dos políticos do PT estão presos por corrupção. E ninguém é preso sem culpa. Não tenho medo de nada e só do PT quero me livrar. Por isso votei no Mito. Dizem que vou me arrepender, mas só com mudanças que as coisas melhoram.
- Por que¹ no governo de esquerda a corrupção foi denunciada enquanto na Ditadura e nos governos do Collor, do FHC e do Temer ficaram calados?
- PT é bandido. Você, seu petista louco, defende a corrupção.
- Interessante... Primeiro eu fui ‘senhor’ e, agora, ‘você’. Mas não creia em mi...
- Não creio mesmo.
- Pois é, faz bem. Veja no TSE...
- PT é corrupto.
- Veja no TSE o número de fichas sujas nos partidos de esquerd...
- Não adianta querer me enganar. PT é ladrão. Só se prende bandido.
- No Brasil? O senhor mesmo falou que uma pessoa é presa só por ser negra... Mas como dizia, pesquise no TSE.
- Deus acima de todos. Brasil acima de tudo ou ame-o ou deixe-o.

É uma bela manhã nublada para um solitário passeio a beira rio e sentir a paisagem em derredor enquanto da barrenta água do Ribeirão Ipanema parece vir um canto de iara cuja magia combate a marrom falta de raciocínio a imperar no Brasil.


Ofereço como presente aos aniversariantes:
Cleber L. Assis, Cleiser Coura, Kerley H.M. Almeida e Patrick Castro.

Recomendo a leitura de:
"Hermana Mía", de Alex Blame:
“Apocalipse”, de António MR Martins:

* FROBENIUS, Nicolaj. Vou Lhe Mostrar o Medo. Eliana Sabino (trad.). São Paulo: Geração Editorial. 2012. P. 22.

Diquinhas de português:
¹ Porque e por que:
“Porque” é conjunção e tem uso semelhante a: pois, já que, uma vez que. Veja os exemplos: “Faltei à aula ontem porque estava doente”. Se disser: ‘Faltei à aula ontem, pois estava doente’ ou ‘Já que estava doente, faltei à aula ontem’ o sentido é o mesmo. “Perdemos o jogo porque nosso adversário jogou melhor”. Ou ‘Perdemos o jogo uma vez que nosso adversário jogou melhor’ ou ainda ‘Perdemos o jogo, pois nosso adversário jogou melhor’ compreendem-se as mesmas ideias.
“Por que” é a sequência de uma preposição (por) é de um pronome interrogativo (que). Equivale a “por que motivo” (São esses os motivos por que voltamos) e a “por qual razão” (Não sei por que razão o senhor acha isso). Pode-se observar que estes dois exemplos não são perguntas; portanto “por que” nem sempre será usado para perguntar algo. Contudo, também pode, e deve, ser usado em frase interrogativa direta: Por que você saiu tão cedo?
Conjunção significa união, ajuntamento. E na gramática é a palavra que liga orações ou frases. É importante entender que as conjunções são sempre expressas por uma palavra (“mas, logo, pois, como” etc.). Se tiver mais de uma palavra com valor conjuntivo estaremos diante de uma locução adjetiva (“a fim de, à medida que, de modo que” etc.).
Locução é, na gramática, duas ou mais palavras que equivalem a uma só.
² A ver:
Significa combinar, estar de acordo. Exemplo 1: ‘Seu comportamento não tem nada a ver com seriedade do momento’; é como se dissesse ‘Seu comportamento não combina com a seriedade do momento’ ou ‘Seu comportamento está em desacordo com a seriedade do momento’. Exemplo 2: ‘As palavras dele têm a ver com o livro’; ou seja, ‘As palavras dele combinam com o livro’.
Já “haver” tem sentido de possuir ou ter: Mesmo sem nada haver falado, foi chamado de fofoqueiro (Mesmo sem ter falado, foi chamado de fofoqueiro).
As informações acima (exceto o que é conjunção) foram retiradas do aplicativo para celular “Gramática de Bolso”. Recomendo este aplicativo.

Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve e publica neste seu blog literário aRTISTA aRTEIRO todo domingo e colabora no Ad Substantiam às quintas-feiras.  É professor de Português, Literatura, Espanhol e Artes. E em breve também professor de História. É graduado em Letras-Português. É pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”; autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”. Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).
Imagens:
Ribeirão Ipanema – fotos do autor – manhã de 09 de dezembro de 2018.
Rubem na Figueira – foto de Faire – 2018.

Ideia inicial escrita na tarde de 06 de maio de 2018. Ampliado e trabalhado entre 10 de novembro e 09 de dezembro do mesmo ano.

domingo, 25 de novembro de 2018

ASSIM DISSE BOÇALNATO



Descanse em paz, Ipatinga!
Que Deus tenha piedade de sua alma.
Descanse em paz, Minas Gerais!
Que Deus tenha piedade de sua alma.
Descanse em paz, Brasil!
Que Deus tenha piedade de sua alma.
Mas não os perdoo pelos quem votaram.

Beba leite!
Mas só o leite ordenhado
Das plantas medicinais oriundas
Das nevadas florestas tropicais
Do Amazonas do Rio Grande do Sul
Ornitorrinco, o leite bom do Brasil!

Nióbio é bom
Brasil o tem.
O que não tem?
Desenvolvimento tecnológico
Que se resolve não investindo
– E isso é lógico –
Em ciência, cultura, educação.
Ai, como ignorar é lindo.


Ofereço como presente aos aniversariantes:
Rubens Ramalho, Gunther Estebanez, Andrio Schiavinato e Luizin Ribeiro.

Recomendo a leitura de:
“‘Todo Monumento é um Monumento de Barbárie’ ou O Motivo de Preservamos as Memórias Malditas”, de Sued:
“Bandeira e Proclamação”, deste macróbio que vos fala:
“La Historieta em Argentina y Chile. As HQ Chilenas e Argentinas”, de Javier Villanueva:
“Não te Quero Mais Natal”, de Antonio MR Martins:

Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve e publica neste seu blog literário aRTISTA aRTEIRO todo domingo e colabora no Ad Substantiam às quintas-feiras.  É professor de Português, Literatura, Espanhol e Artes. E em breve também professor de História. É graduado em Letras-Português. É pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”; autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”. Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).

A primeira estrofe foi escrita em 20 de março. A segunda, em 20 de setembro e depois o poema foi trabalhado entre 24 e 25 de novembro; tudo em 2018.

domingo, 18 de novembro de 2018

OS CEGOS ou


QUE QUER SABER?


A vida do homem é uma série de infâncias,
umas menos graciosas que outras.¹

Iriam a uma mesa de bar, mas a rarefeita atmosfera da amizade os levou a comprar cervejas e bebê-las na pracinha da rua Santo Ivo, no Novo Cruzeiro. – Canta o bem-te-vi a observar o caos avizinhante. – É curioso como uma praça pode ser ponto de conversa entre bons amigos e ponto estratégico entre poucos amigos.
- Este ano coincidiu o Dia das Mães com a Lei Áurea. E sem planejamento foi o lançamento da Bibliotecarrinho.
- Mas nada foi pensado?
- Tudo foi pensado. O que aconteceu foi fantasia... o sonho concretizando-se.


- Huuuum! Mas é engraçado o Federico, meu cachorro velhinho, correndo dos filhotinhos. Parece o “ataque dos cachorrinhos fofinhos”...
- Muita gente não quis olhar os livros. Será que estranharam empréstimo... digamos, informais? Mas uma pessoa escolheu um. Meia hora depois, três jovens pegaram dois.
- Interessante... Mas ontem ouvi fraca batida de palmas. A cachorrada ladrou demais e fui ver. “Oi! Quando o senhor tiver um tempinho gostaria de conversar algo”. Disse-lhe que poderia ser naquela hora.
- Quem era?
- O vizinho do lado. O sujeito me pediu para ir a casa dele. Fui. Lá, questionou-me se faço sexo com homens. Respondi que sim.
- É. Você namora homens e mulheres...
- Na verdade, foi o que lhe disse. Aí me pediu desculpas pela pergunta, mas quis saber o tamanho do meu.
- Seu o quê?
- Tá de brincadeira, né? A um homem com quem quer fazer sexo perguntaria o tamanho de quê?
- Ah...
- Falou-me o tamanho do dele.
- E aí?
- Trepamos, uai!
- Rarrá.
- Rerre.
- Você não perde ninguém.
- E os meus livros a emprest...
- Quem quer saber de livros, Benito?
Raul me diz e Saul concorda.
- É... Quem?
“Gostaria de ouvir respostas” diz o bem-te-vi a quem ouve o seu canto.


Ofereço como presente aos aniversariantes Justi Gomez Martinez e ao Hibridus Dança.

Recomendo a leitura de:
"Natureza Poesia Festa de Aldravia", livro  ser lançado na noite de 20 de novembro de 2018 na Biblioteca Municipal Zumbi dos Palmares (rua Mariana, 119 Centro de Ipatinga MG), 19 horas. Autores: alunos do 3º ano do Ensino Fundamental 1 do Instituto Educacional Mayrink Vieira e da professora Carla Sélos. Orientadora: Goretti de Freitas.
“Falsa Equivalência e Conspiracionismo Levado a Outro Nível”, de Sued:
“Ansiada Degustação”, de António MR Martins:

¹ ASSIS, Machado de. Sem Olhos. Três Contos Fantásticos. Osasco: EDIFIEO, 2008. P.24.

Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve e publica neste seu blog literário aRTISTA aRTEIRO todo domingo e colabora no Ad Substantiam às quintas-feiras.  É professor de Português, Literatura, Espanhol e Artes. E em breve também professor de História. É graduado em Letras-Português. É pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”; autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”. Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).
Bibliotecarrinho. Imagem do autor.

Escrito na tarde de 13 de maio. Digitado na manhã de 31 de maio e trabalhado entre os dias 10 a 18 de novembro. Tudo em 2018.

domingo, 11 de novembro de 2018

A ÁRVORE DOS PÁSSAROS



Y sí, algunos somos árboles y otros, pájaros… Y, creo también, mariposas, luciérnagas, bichos de la humedad, del aire…¹

Mais um Feirarte. Ontem foram embora Emilio e Florencia. E eu os estraño (em espanhol quer dizer que sinto a falta deles). Os dois fazem parte dessa espécie de pessoa cuja nacionalidade verdadeira é o mundo, não onde nasceu. São uruguaios de nascimento, mas cidadãos do mundo; ou, ao menos, da América Latina.
Há também Ronal. Segundo suas palavras: “Mi ala se rompió y quiero solo una persona en Uruguay… en la frontera con Argentina. Pero conocí personas que me cambiaron.”.

Vinícius Siman falou em portunhol: “Que é germe que se morre com a fumaça da Siderúrgica, mas que deixe suas ideias para a humanidade.” E depois acrescentou: “Eu apareci no jornal; e não foi nas páginas policiais.”. 

Há aqueles que riram da última parte da fala de Siman. E eu disse o mesmo. E pessoas riram. Quem compreendeu a diferença de nossas declarações? Diferenças contidas em minha pele branca e na pele quase negra dele.

Calo-me procurando ouvir as árvores no Parque Ipanema/Feirarte. E elas dizem muito; à semelhança dos escritores, elas falam menos e dizem mais do que a população cuja maioria fala muito e diz pouco. E das árvores escutei:
Dormir oyendo lluvia
Eso es que es música
No estrese, un chute
Para la inspiración, la musa.


Ofereço como presente aos aniversariantes:
Diego Arthur, Paola S. Charquero, Iarel Iarel e Reny Aparecida.

Recomendo a leitura de:
“O Educador Errante e o Panfleto”, “A Árvore no Jardim de Prédios” e “Gaiola e Presídio”, de Glaussim, respectivamente:
E “Ouça o Canto do Bem-te-vi”, deste macróbio que vos fala:

¹ Trecho da carta que recebi de Florencia (Zarza Mora) em 30 de abril de 2018.

Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve e publica neste seu blog literário aRTISTA aRTEIRO todo domingo e colabora no Ad Substantiam às quintas-feiras.  É professor de Português, Literatura, Espanhol e Artes. E em breve também professor de História. É graduado em Letras-Português. É pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”; autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”. Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).
Imagens:
“Carta y Regalo”, foto do autor
“Esmaiz Florece”, da página de fb de Emilio Bigote;
“Ronal Aguarda sus alas”, foto de Zarza Mora;
“RLeite e VSiman”, foto de Vinícius Siman;
“O Ipê e as Nuvens”, foto do autor.

Escrito na tarde de 06 de maio de 2018. Trabalhado entre os dias 02 de junho e 11 de novembro do mesmo ano.

domingo, 4 de novembro de 2018

PESADELO MUITO APAVORANTE



O texto fala e se modifica constantemente, dependendo da leitura que façamos dele.¹

Estava eu, inocente e desavisado, passeando com minha camisa branquinha, minha calça branquinha.
De repente, quando eu passava pela praça, do outro lado dela, uma horda de poeira viu minhas roupas branquinhas.
E feito uma horda de zumbis assassinos, a horda de poeira veio correndo até minhas roupas branquinhas gritando: ‘branco, branco, braaaaanco!’.
Foi aterrorizante, apavorante. Aquela horda babenta, grudenta, preta, fedorenta de poeira correndo atrás de mim. E eu fugindo e a horda de poeira perseguindo minhas roupas branquinhas. Eu pedindo socorro e as poeiras: ‘branco, branco, braaaaanco!’.
Consegui sobrevir, mas minhas roupas não. Ó meu Deus, terei pesadelos pelo resto de minha vida.


En español:

PESADILLA MUY PAVOROSA

El texto habla y se modifica constantemente, dependiendo de la lectura que le hagamos.¹

Estaba yo, inocente y desprevenido, paseando con mi remera blanquita y mi pantalón blanquito.
De repente, cuando pasaba por la plaza, del otro lado de ella, una polvareda vio mis ropas blanquitas.
Y hecha una horda de zombis, la polvareda vino corriendo hacia mis ropitas blanca gritando: ‘¡blanco, blanco, blaaaaancooo!’
Fue aterrorizante, muy pavoroso, aquella horda babosa, pegajosa, negra, hedionda polvareda corriendo atrás mío. Y yo huyendo y la horda de polvo persiguiendo mis ropas blanquitas. Yo pidiendo socorro y la polvareda gritando: ‘¡blanco, blanco, blaaaaancooo!’.
Conseguí sobrevivir, pero no mis ropas. Oh por Dios, tendré pesadillas para toda la vida.


Rubem oferece como presente aos aniversariantes Arline Salazar, Mirta Meza e Moises Correia.

Rubem recomenda a leitura de:
“O que leva pessoas sãs a votarem em uma anta?” e “Uma conversa sobre um assalto de estrada”, ambos de Linik Sued:
“Já vai tarde, o triste fim do PT”, de Josué da silva Brito:

¹ BRENMAN, Ilan. Através da Vidraça da Escola: formando novos leitores. 2. ed. Belo Horizonte: Aletria, 2012. P. 33. Traducción libre al español por el autor.

Biografia do autor e do tradutor (do cronto):
Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve e publica neste seu blog literário aRTISTA aRTEIRO todo domingo e colabora no Ad Substantiam às quintas-feiras.  É professor de Português, Literatura, Espanhol e Artes. E em breve também professor de História. É graduado em Letras-Português. É pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”; autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”. Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).
Julian Cabral é natural de Buenos Aires (Argentina) e onde estudou inglês na Escola Superior nº 6 Vicente López y Planes; artista de rua especializado em malabares (argolas, devilstick e outros) e autodidata.
Imagens:
Autor – foto de Faire, 2018;
Tradutor – foto de Rubem Leite, 2018.

Escrito na tarde de 26 de maio de 2018. Trabalhado entre 29 de outubro e 04 de novembro do mesmo ano.